1939: o incrível Pontiac fantasma
Nos anos 1930, o plástico era visto como o material do futuro, quando apareceram os primeiros produtos fabricados em polímero sintético. A indústria automotiva não ficou indiferente a este novo produto e por isso, em 1939, a General Motors apresentou na exposição “New York World’s Fair”, o “Ghost Pontiac” (o “Pontiac Fantasma”), um Deluxe Six de quatro portas, com a carroceria totalmente construída em plexiglas, transparente.
Foi no comecinho da década de 1930 que a Rohm & Haas desenvolveu o primeiro vidro de segurança para automóvel, o pára-brisas laminado, com uma pequena película de plástico ensanduichado em duas partes do vidro.
Com a produção do vidro laminado, a Rohm & Haas descobriu que aquele tipo de plástico poderia ser utilizado para a produção de outros produtos, dando o nome de plexiglas. Para divulgar esse novo material, a empresa decidiu construir um Pontiac muito especial, em conjunto com a General Motors.
Para a “New York World’s Fair” de 1939/1940, todas as marcas americanas estavam preparando algo para apresentar e impressionar os visitantes, e a GM não foi exceção. A sua exposição Futurama roubou todo o protagonismo das outras marcas, prevendo como seria a mobilidade das cidades na então distante década de 1960. Além dessa exposição, a GM tinha ainda a “Previews of Progress”, que mostrava todas as novas tecnologias possíveis, e o “Glass Car—The first full-sized transparent car ever made in America”.
O Glass Car era um Pontiac Deluxe Six Series 26 de 1939, com uma carroceria totalmente transparente, pois todo o metal foi substituído pelo acrílico. Para dar melhor aspecto à vista, o painel em metal foi cromado e todas as peças de aço estruturais foram revestidas de cobre.
Além disso, todas as borrachas, incluindo os pneus, eram brancas, produzidas pela empresa de pneus U.S. Royal, hoje Uniroyal. O custo de produção do Ghost Pontiac rondou os US$ 25 mil, traduzidos em cerca de US$ 450 mil hoje hoje, valor idêntico ao custo de produção de qualquer protótipo na época.
Este carro é totalmente funcional, equipado com motor de seis cilindros em linha, com cabeçote em L, 3,6 litros e 85 cv. Acoplado ao motor está uma caixa de câmbio manual de três velocidades, com alavanca na coluna de direção.
Um segundo Ghost Pontiac, nome dado a este veículo, foi produzido, desta vez com base no Pontiac Torpedo Eight, para a “Golden Gate Exposition” de 1940, em San Francisco. Após as exposições, ambos os protótipos percorreram vários concessionários da marca, para exposição. Infelizmente, não se sabe o que foi feito ao último Ghost Pontiac, e possivelmente foi destruído.
Por outro lado, o primeiro Ghost Pontiac ficou em exposição no Smithsonian Institution, em Washington, até 1947, passando pelas mãos de vários concessionários da Pontiac na Pensilvânia, até 1973. Após isso, foi vendido a Don Barlup, que fez uma restauração na S&H Pontiac. Depois vendeu o carro a Leo Gephart, em 1979, que o vendeu no ínicio dos anos 1980, permanecendo na mesma família até 2011.
Naquele ano foi vendido em leilão pela Sotheby’s a um colecionador privado, com apenas 140 km rodados, por US$ 308 mil. E nunca mais foi visto em público…