Muitas vezes os desenhistas da Chevrolet brincaram com a ideia de um Corvette de quatro ou cinco lugares. Um desses carros até se juntou à frota de modelos de exposição do “GM Motorama” por um tempo. Era o Corvette Impala 1956. 

por Ricardo Caruso

Todo o trabalho começou no projeto do Corvette de cinco lugares, conhecido internamente na GM como XP-101, em julho de 1955, e assim o Impala fez sua primeira aparição pública no “General Motors Motorama”, no Waldorf Astoria Hotel em Nova York, em 19 de janeiro de 1956. Os desenhistas da GM Carl Renner e Bob Cadaret incluíram detalhes do Corvette de produção (de dois lugares) no visual do Impala, incluindo a grande abertura do radiador no melhor estilo italiano na frente, preenchida com uma barra de grade cromada com 13 “dentes” brilhantes. Os Corvettes de produção de 1953-1957 usaram o mesmo número de “dentes”, coincidentemente. Emblemas discretos no capô e tampa traseira indicavam que, apesar do banco traseiro, o Impala era de fato um Corvette.

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A carroceria —naturalmente feita de fibra de vidro, com teto de aço inoxidável escovado— foi montada em um chassi de sedã Chevrolet convencional, com distância entre-eixos de 116,5 polegadas (2,96 metros), suspensão dianteira independente de braço tipo curto-longo e um eixo rígido com feixes de molas na traseira.

Um motor de Corvette 265V8 equipado com carburadores de dois carburadores quadrijet e 225 cv de potência máxima, era acoplado a uma caixa de câmbio automática Powerglide de duas velocidades, com os tubos de escapamento serpenteando pelo túnel do eixo cardã.

Era tudo bastante padrão por baixo, embora rodas raiadas com cubos knock-off fornecessem um toque de carro esportivo. Uma área em que o Corvette Impala inovou foi em seu estilo e interior.

Um apoio de braço dobrável permitia ocasionalmente três ocupantes na traseira, mais dois passageiros no banco dianteiro do cupê. Os tecidos bem trabalhados do interior incluíam capas de bancos de vinil azul contrastando com um tecido prateado, em um padrão de trama cruzada. Instrumentos e controles eram concentrados em um módulo direto na frente do motorista, com um velocímetro incomum: apresentava uma escala horizontal de lâmpadas sequenciais que acendiam em vermelho que progressivamente ficava mais brilhante conforme a velocidade do veículo aumentava.

Originalmente pintado de azul claro metálico, o Impala foi repintado em azul médio metálico médio para a temporada de shows do Motorama de 1957, e fez sua estreia na nova cor no Chicago Auto Show daquele ano. Embora o Impala fosse considerado totalmente em condições de circular, ao contrário de muitos carros de exibição da GM, ele teria sido descartado em algum momento após a temporada de eventos de 1957, infelizmente. Com certeza teve a carroceria escrapeada e a parte mecânica usada em outro conceito.

Como sabemos, nunca houve um Corvette de produção com banco traseiro, embora houvessem tentado mais alguns experimentos. No entanto, duas das características do carro de exibição chegaram às concessionárias Chevrolet em 1958: a nova coluna C de ângulo reverso e a placa de identificação Impala, que foi usada em carros de passeio da Chevrolet de 1958 a 1985, 1994 a 1996 e de 2000 até 2020, ao longo de 10 gerações.