Classic Cars

Raridades europeias que você queria ter na garagem

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Quem não gostaria de ter um automóvel raro na garagem? Exclusivo? Pouquíssimos produzidos, verdadeira preciosidade, a ponto de ser difícil encontrar outro igual pelas ruas. Um carro que só os entendidos conhecem? Mesmo que seja um Citroën Xantia ou um Alfa Romeo 155?

por Ricardo Caruso

1999 Mercedes-Benz A160 Häkkinen Edition – German Cars For Sale Blog

Não venha com Fusca e Diplomata para essa conversa, pois não estamos afrontando o bom gosto e grau de exigência dos leitores… Aqui no Brasil você pode correr atrás de um Verona S, Corsa GSi, Uno Turbo ou XR3 Formula, entre poucos outros.


 AUTO&TÉCNICA traz uma lista de carros que se enquadram no perfil “raros”, alguns jamais vistos aqui no Brasil. Mas vale a pena ficar atento, de repente algo interessante pode cruzar eu caminho. Confira!
 

Alfa Romeo 155 Q4


 
O sucessor do Alfa Romeo 75 nunca teve muito carinho por parte dos alfistas, que ficaram escandalizados com a passagem da tração para a dianteira. Mas temos que reconhecer que a marca não poupou esforços para promover o temperamento esportivo do seu belo sedãzinho. As provas de DTM e o versão Q4 ilustram bem isso.
 
Como aconteceu com o 155 GTA, vencedor do campeonato italiano de Turismo de 1992, por baixo da carroceria do Alfa Romeo 155 Q4 escondia-se um Lancia Delta HF Integrale. A transmissão e o motor são comuns aos dois modelos, embora a potência do 155 seja inferior (2.0 de quatro cilindros e 190 cv no Alfa e 210 no Delta).
 
Com menos potência e mais peso (1400 quilos), o 155 Q4 não tem a mesma eficiência de seu doador de órgãos, seis vezes campeão mundial de rali. Mas não deixa de ser um esportivo. Por isso, se encontrar um dos 2.701 exemplares fabricados do mais potente 155, agarre-o!
 
Se não for suficientemente exclusivo para suas pretensões, então pode sempre procurar um raríssimo 155 GTA Zagato, baseado no 155 Q4, comercializado exclusivamente no Japão.
 

Citroën Xantia V6 Activa

 

 
A presença de um Citroën Xantia num artigo sobre paixão e exclusividade automotiva não é assim tão estranha. É que este Xantia é muito mais do que parece. Passa despercebido nas ruas, exceto para os “citroënistas” e para quem já ouviu falar do “teste do alce”, no qual é simulado um desvio brusco perante um obstáculo (má recordação para o Mercedes Classe A). O Xantia Activa não só se deu bem no teste, como detém o recorde da passagem mais rápida, desde 1999, à frente de carros como o McLaren 675 LT ou o Porsche 911. Você conhece muitos automóveis que se podem se orgulhar disso?
 
O motor não tem a magia de um V6 Alfa Romeo, por exemplo, mas é um V6 agradável, que dispõe de 194 cv. De qualquer forma, o mais importante é a suspensão Hydractive II combinada com o sistema SC-CCAR, que permite contornar curvas a velocidades dignas de um superesportivo: esse Citroën parece estar sobre trilhos! Alguns poucos chegaram ao Brasil, e devem estar abandonados em algum lugar. Se a versão V6 é a mais exclusiva e a mais nobre da llinha, o Xantia Activa existe ainda em versão 2.0 Turbo CT.
 
Quando você chegar em uma rotatória com o seu Xantia Activa, lado a lado com um Audi R8 conversível, não se intimide. Este Citroën é capaz de reverter os complexos de inferioridade, por um precinho várias vezes menor!
 

Fiat Ritmo 125TC Abarth

 

 
Em 1981 foi apresentada uma versão ainda mais esportiva do Fiat Ritmo, o 125 TC Abarth, com motor Lampredi 2.0 de 125 cv (já tinha sido lançada antes o 105 TC com motor 1.6). Naquela época, o referencial Golf GTi tinha motor 1.6 de 110 cv (1.8 de 112 cv a partir de 1982).
 
O desenho bastante original da Bertone foi retocado para destacar a vocação esportiva do 125 TC: as rodas, a asa traseira, os para-choques e a entrada de ar no capô estão aqui para lembrar aos mais desatentos que este Fiat era bastante mal intencionado.
 
O motor, alimentado com um carburador duplo, permitia bom desempenho diante dos rivais, com o 0-100 km/h em menos de 9 segundos, sendo que as suspensões também permitiam comportamento bastante satisfatório para a época.
 
Em 1983 foi lançado o Ritmo II, com nova frente (mais convencional), e a versão Abarth acompanhou a evolução, batizada de 130 TC (desta vez com dois carburadores duplos e 130 cv). O 125 TC, mais original e mais raro ainda, merece ser colecionado e não deixará ninguém indiferente mesmo quando estacionado ao lado de um Golf GTi. Mas isso é para europeus…
 

Ford Fiesta XR2 MkI

 

 
O início dos anos 1980 corresponde ao início da moda dos pequenos GTi europeus, lançado pelo Golf. A concorrência não podia ficar sem fazer nada e preparou a resposta. A Ford apresenta a sua em 1981, tendo por base o Fiesta lançado cinco anos antes.
 
O motor é o 1.6 do Escort europeu, com carburador Weber duplo que permite ao pequeno e esportivo RS2 ter potência de 84 cv. Se a potência é pouca hoje em dia, na época também era a mesma coisa, ainda mais se comparada com os 110 cv do Golf GTi ou do Renault 5 Alpine Turbo. E era melhor assim, já que a suspensão também estava longe de igualar as referências do segmento e dificilmente suportaria mais potência.
 
Mas se é verdade que, em termos estritamente esportivos, o Fiesta XR2 MkI estava muito aquém da concorrência, se falarmos em termos de exclusividade, aí sim a coisa muda. É que com a sua decoração exterior esportiva deliciosamente vintage (faróis auxiliares, adesivos, bordas plásticos dos para-lamas…), o pequeno Ford está cada vez mais raro. A resgatar com urgência a meia dúzia deles que chegou ao Brasil!
 

Lancia Delta HPE HF

 

 
Lancia Delta HF! Conhece algum “petrolhead” que não goste do Lancia Delta HF? As linhas, o comportamento nas ruas, o desempenho! E as vitórias nos ralis? Não, para tudo! Estamos falando de outro Lancia Delta, o HF HPE, ou seja a Delta esportiva da segunda geração, lançada em 1993 e disponível com uma inédita carroceria de duas portas (HPE fazendo referência ao cupê do Beta).
 
Para aderir mais ao posicionamento premium da Lancia no Grupo Fiat, hoje Stellantis, as linhas não são tão agressivas como o ilustre antecessor, embora as últimas versões tenham adotado um estilo mais agressivo. O interior é luxuoso, com bancos Recaro revestidos de camurça e nível de equipamentos bastante completo. O motor é o Lampredi 2.0, com 186 cv (193 nas últimas versões) mas que só pode contar com a tração dianteira para expressar suas pretensões, o que limita o potencial do Delta II.
 
O Delta original tem a assinatura prestigiosa de Giugiaro, e o Delta II é autoria de Ercole Spada, autor, por exemplo, do Aston Martin DB4 GT Zagato. Nada mau. Assim, o Delta HF HPE é um automóvel com linhas elegantes, bem equipado e agradável de dirigir (dentro dos limites da tração dianteira), cujo único grande defeito é ser sucessor de uma lenda!
 

Mercedes-Benz A 160 Hakkinen/Coulthard Edition

 

 
A partir de 1998, a McLaren voltou a dominar a Fórmula 1, conquistando naquele ano os títulos de pilotos e construtores, com motores Mercedes. Para comemorar o feito, a marca alemã decidiu lançar uma edição especial com as cores dos Fórmula 1 aplicadas no simpático e excelente monovolume da marca, que foi fabricado também no Brasil.
 
Limitada a 250 exemplares (125 “Hakkinen Edition” e 125 “Coulthard Edition”), as diferenças são apenas decorativas, já que o motor é o 1.6 de 102 cavalos combinado com a caixa de câmbio semi-automática, suspensões com ligeira afinação mais esportiva e as rodas AMG são de 17 polegadas. No interior, os passageiros se beneficiam, por exemplo, de bancos revestidos de um couro vermelho e aquecidos, bem como de um sistema de som Bose.

1999 Mercedes-Benz A-Class - 160 Mika Häkkinen Edition | Classic Driver  Market


 
A primeira geração do Classe A, lançada há pouco mais de 20 anos, ainda não pode ser considerada um clássico. Mas esta versão, pela sua exuberância, pela sua raridade (só 250 exemplares!) e pelos pilotos homenageados, merece claramente o interesse dos europeus. as duas que chegaram ao brasil trazidas pela Mercedes na época devem ter retornado para a Alemanha.
 

Mini Cabriolet

 

 
O Mini Cabriolet. Não se trata do atual Mini BMW, mas sim do Mini da era Rover. O conceito não foi da iniciativa da Rover, muito menos de Alec Issigonis, o criador do Mini. Ainda assim, este modelo cabriolet tem origem alemã, pois foi no início da década de 1990 que um concessionário alemão lançou o conversível do novo Mini Cooper 1.3i.
 
As transformações são meramente estéticas. Além da supressão do teto, o Mini cabriolet Lamm (é esse o nome) tem os para-lamas alargados e para-choques mais reforçados. O sucesso das vendas levou a Rover a discutir a possibilidade de propor um Mini cabriolet na sua rede global de concessionários. Os testes feitos no Reino Unido mostraram-se conclusivos, e a partir de 1994 a Rover ofereceu uma nova versão do histórico Mini (lançado em 1959): uma versão cabriolet. Mas ao contrário do que era esperado, sobretudo depois do sucesso verificado com o concessionário Lamm, a nova aposta resultou num retumbante fracasso comercial, e as estimativas mais otimistas apontam para cerca de 1000 exemplares produzidos.
 
O preço muito superior do Mini Cooper que lhe servia de base provavelmente (muito provavelmente) foi a causa principal do fracasso comercial. Uma aposta errada da Rover, mas uma aposta certa para os colecionadores.
 

Peugeot 309 GTi Turbo

 

 
Não se trata de nenhum erro de escrita. Existiu mesmo um Peugeot 309 GTi Turbo. Nos anos 1980, a Peugeot participou do campeonato “Production”, o torneio francês de turismo, com um 505. Mas para 1988, a marca decidiu substituir o velhinho 505 pelo 309 GTi no tal campeonato. A Peugeot decidiu então colocar um turbo no 309 GTi 8 válvulas (o 16 válvulas ainda era um projeto), o que permite atingir os 180 cv de potência para o peso de 800 quilos.
 
Por razões de homologação, foram produzidos alguns exemplares de rua do 309 GTi Turbo, ou seja, um 309 GTi no qual era montado o kit “PTS” (Peugeot Talbot Sport), com cerca de 165 cv . Não se sabe ao certo quantos foram produzidos, mas estima-se que existam algumas dezenas na França. Pelo que se encontrar um (terá mais chances numa próxima viagem a França, pós-pandemia), não deixe escapar, porque não voltará a ver outro!
 

Renault 11 Turbo Zender

 

 
Nos anos 1980 o Renault 11 conseguiu fazer a marca esquecer o fracasso comercial do Renault 14, e foi em 1984 que a então Régie lançou a versão Turbo. Embora tenha recebido boas críticas da imprensa, um defeito era apontado a esta versão esportiva: demasiado discreto. É aí que aparece a Zender.
 
O preparador alemão foi encarregado de tornar mais visível a vocação esportiva do 11 Turbo. O motor continuava sendo o 1.4 com o mesmo carburador simples Solex e o Turbo Garrett, cuja potência mantinha-se nos 105 cv. As alterações foram sobretudo estéticas, como por exemplo os para-choques específicos e as rodas. O que não impediu algumas alterações ao nível de suspensão, rebaixada em 10 mm na frente e 34 mm atrás, e a colocação do eixo traseiro do Super 5 GT Turbo.
 
Cerca de 650 exemplares do Renault 11 Turbo Zender foram produzidos para o mercado francês e alemão.
 

Rover 827

 

 
Gosta de exclusividade? Gostaria de ter um cupê que refletisse isso, com a elegância britânica (afinal, um Jaguar era muito caro)? Que fosse confiável e, em especial, não ser mais um andando de Mercedes CLK ou BMw Série 3? Então, que tal um Rover 827 SC?
 
Sim, sabemos que entre os requisitos acima citados estava a confiabilidade. Ainda antes do casamento com a BMW, a Rover flertou alguns anos com a Honda. Desse affair anglo-nipônico resultou algum compartilhamento de componentes, em especial o 2.7V6 Honda de 177 cv, que equipava o cupê da série 800, lançado em 1992. Um motor suficientemente capaz de o transportar sem grandes dificuldades do ponto A ao ponto B e cuja confiabilidade correspondia aos padrões da Honda, ou seja, era excelente. Tudo isto confortavelmente instalado nos bancos revestidos de couro Connolly e usufruindo de elevado nível de equipamentos.
 
O Rover 827 SC consegue a proeza de juntar o melhor de dois mundos: requinte britânico e confiabilidade japonesa! O preço elevado prejudicou a carreira deste automóvel, mas hoje é uma excelente alternativa para quem quer exclusividade a bom preço.
 

Volkswagen Golf Rallye

 

 
No final dos anos 1980, o Golf GTi viu seu domínio ameaçado pela concorrência, entre eles Kadett GSi 16V ou Peugeot 309 GTi 16s, respectivamente com 150 e 163 cv, enquanto o Golf GTi 16V contava com apenas 139 cv. precisava reagir e o sucesso do Lancia Delta no Grupo A do mundial de ralis deu algumas ideias para a Volkswagen.
 
Tinha o Golf a transmissão Synchro e, já que estava limitado quanto à utilização do turbo (depois do fim do Grupo B), a utilização de um compressor permitiria contornar os obstáculos colocados à sobrealimentação. Caiu bem para a Volkswagen ter em uso o compressor G, instalado no Corrado G60.

VW Golf: há 40 anos, servido ao gosto do cliente – Página: 4 – Auto  Livraria Best Cars


 
Foi então lançada a produção dos 5000 exemplares necessários para a homologação no grupo A, a partir do Golf GTi de 8 válvulas (as 16 válvulas ficaram reservadas para as versões de competição). Esteticamente, destacavam-se os para-lamas alargados, para-choques maiores e faróis do Jetta. Daí resulta um Golf esportivo com 160 cv e transmissão integral semi-integral que, em caso de necessidade, transfere o excesso de potência do eixo dianteiro para o eixo traseiro.
 
O Rallye é o Golf II mais potente e dos mais raros de todos os tempos: características sedutoras para a legião de fãs do Golf GTi!


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