Fórmula 1: Cadillac quer ter equipe com a Andretti
Isso mesmo. Juntas, a marca Cadillac e a estrutura da família Andretti querem entrar na Fórmula 1, com pelo menos um piloto americano ao volante. A General Motors e a Andretti Global anunciaram a intenção de enviar uma “Carta de Intenções” oficial para a direção da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) assim que o processo formal para isso for aberto.
por Marcos Cesar Silva
A montadora americana seria representada no esporte pela sua marca de luxo Cadillac, e trabalharia em conjunto com a Andretti Global, com a qual tem longa história de colaboração em categorias do automobilismo como a Indy. Os parceiros dizem que querem alinhar no grid da Fórmula 1 “o mais rápido possível” com pelo menos um piloto americano na equipe.
“Sinto muito fortemente que estamos aptos a ser uma nova equipe na Fórmula 1 e podemos agregar valor à categoria e aos nossos parceiros, e emoção para os fãs”, disse o ex-piloto Michael Andretti, presidente e chefão da Andretti Global. “A GM e a Andretti compartilham um legado nascido do amor pelas corridas. Agora temos a oportunidade de combinar nossas paixões de automobilismo e dedicação à inovação para construir uma verdadeira candidatura americana à Fórmula 1”.
O anúncio segue uma postagem recente do presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, dizendo que ele havia pedido à sua equipe “para olhar para o lançamento de um processo de ‘Carta de Interesse para possíveis novas equipes'” para o Campeonato Mundial de Fórmula 1. A parceria ocorre no momento em que a visibilidade da F-1 está em ascensão. Após o sucesso da série documental “Drive to Survive” da Netflix, bem como sua recente compra pela Liberty Media, a categoria está mais popular do que nunca. Com três provas americanas no calendário para 2023, novas equipes parecem estar se alinhando para entrar no esporte.
A Audi anunciou recentemente que entraria na Fórmula 1 por meio de sua parceria com a equipe Sauber, enquanto a Porsche expressou interesse em fazer parceria com a Red Bull no ano passado, embora esse acordo tenha fracassado em cima da hora e possa ter estimulado o interesse da Ford em um acordo de patrocínio.
A Andretti Global há muito tempo está interessada em se juntar à F-1, mas nenhuma equipe recém-criada entrou na categoria desde que a Haas estreou em 2016. Com as expansões da sede da Andretti em Indiana em andamento e um escritório-satélite europeu nos planos, esta parece ser a oferta mais séria de uma equipe até agora.
A nova equipe em potencial receberia unidades de potência de outro fornecedor, a princípio, mas tanto a Cadillac quanto a Andretti Global dizem que oferecerão suporte técnico à equipe em potencial. É provável que eles entrem na F-1 já em 2026, quando os regulamentos de motores forem revisados, na tentativa de tornar a série de corridas mais ecológica.
“A General Motors tem a honra de se unir à Andretti Global neste momento histórico das corridas”, disse Mark Reuss, chefão da General Motors. “Temos uma longa e rica história no automobilismo e na inovação em engenharia, e estamos entusiasmados com a perspectiva de emparelhar com a Andretti Global para formar uma equipe americana de Fórmula 1, que ajudará a estimular ainda mais o interesse global na categoria e no esporte”.
Diante dessa nova realidade que se avizinha da Fórmula 1, fica no passado o tempo de equipes como BRM, Lotus, Tyrrell ou Surtees, e fornecimento de motores apenas pela Ford Cosworth, Matra e Ferrari. Tudo agora deixa de ser heroísmo e não há mais espaço para o romantismo. Quem manda é o marketing e a tecnologia eletrônica, e os Fórmulça 1 deixam de ter raízes nos carros, e passam a estar cada vez mais próximos da indústria aeronáutica. É um outro universo.