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As atrações do Salão de Pequim

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Muitas novidades e grande interesse por parte do público e jornalistas. Estas são as diferenças entre os Salões do resto do mundo e o Auto China 2024. Conheça as 12 principais novidades que chamaram atenção no evento chinês.

por Marcos Cesar Silva

No que diz respeito à indústria automotiva, o ano de 2023 ficará marcado pela chegada com força total das marcas chinesas a diversos mercados, inclusive Brasil. Os números de vendas e crescimento comprovam isso. Pela primeira vez, desde 1986, é uma marca chinesa que lidera aquele mercado, mas fora isso, também há motivos de destaque. A China tornou-se o maior exportador mundial de veículos —superando o Japão— com mais de 5,3 milhões de veículos enviados para diversos cantos do mundo. Aumento de 56% em relação a 2022.

Será que é a indústria automotiva mundial que está arrefecendo os ânimos ou é a indústria chinesa que está em pleno crescimento? Talvez as duas hipóteses sejam aceitáveis. E o Salão do Automóvel de Pequim 2024 (ou Auto China 2024) comprovou isso mesmo. Enquanto no Europa os Salões de automóveis seguem perdendo relevância, nos Estados Unidos tenta-se de tudo para não perder a pose e no Brasil o Salão de São Paulo está extinto, na China este tipo de evento importante nunca teve tanta repercussão. Trazemos 12 modelos que provocaram suspiros e chamaram atenção. E não só de marcas chineses viveu o salão de Pequim.

Audi Q6L

É um dos destaques por ser um modelo bastante relevante por lá. Na China, as versões de carroceria alongada (“L”) são muito populares, não porque os chineses estejam entre os povos de maior estatura do mundo, muito pelo contrário, mas porque as famílias vivem em comunidade muito mais do que no mundo ocidental.

Audi Q6L etron

A Audi foi a única marca premium alemã a ter desempenho comercial positivo em 2023. A relevância deste mercado para a marca é óbvia quando se leva em conta que possui produção local baseada na Plataforma Elétrica Premium (PPE), que é precisamente a base técnica do Q6L e-tron (a versão esticada do Q6 conhecido na Europa), que sairá da nova fábrica da Audi FAW NEV Company em Changchun. antes do final de 2024.

A distância entre-eixos foi ampliada em 10,5 cm -de 2,90 m para 3,05 m- o que resulta num comprimento de carroceria 11 cm maior. O SUV apresenta bateria de 107 kWh em vez de 100 kWh (feita de 192 células prismáticas em 12 módulos, em oposição às 180 células da versão global).

BYD Ocean-M

Mais um BYD cujo nome foi inspirado nos oceanos. Agora conhecemos o BYD Ocean-M, que se junta assim ao Seal, Dolphin, Seagull e Sea Lion.

BYD Ocean M dianteira 3/$

Este modelo será produzido sobre uma nova plataforma elétrica com baterias C2B de última geração. A BYD considera-o o seu primeiro quatro portas elétrico com tração traseira e desempenho de carro esportivo. Maior que o Dolphin, espera-se que esteja à venda no mercado chinês em breve, por preços equivalente a US$ 22 mil; para outros mercados podemos esperar algo acima dos US$ 40 mil.

A marca anunciou que esta geração de baterias -mais evoluída- pode estender a autonomia até os 1000 km quando com capacidade de 190 kWh, mas no caso do Ocean-M é improvável que a bateria tenha mais de 60 ou 70 kWh, o que deve se traduzir numa autonomia de cerca de 400 km.

Hyper GT

Ninguém ficará surpreendido com a notícia de que o primeiro carro elétrico capaz de percorrer mais de 1000 km com uma carga de bateria será de uma marca chinesa.

Hyper GT - Auto China 2024

A honra caberá à marca Hyper, da GAC Aion, que apresentou o modelo GT com lançamento previsto apenas para 2026. Este modelo virá equipado com baterias de estado sólido (BES), que deverão permitir vida útil mais longa, carregamentos muito mais rápidos e autonomias mais longas (usam eletrólitos sólidos em vez dos líquidos das atuais baterias de lítio).

Falando daquilo que importa num esportivo, a aceleração de zero a 100 km/h em apenas 1,9 segundos.

Kia EV5

Este é o primeiro Kia que vai ser produzido localmente na China, baseado na mesma Plataforma Modular Global (E-GMP) do EV6 e do EV9.

Kia EV5

Haverá três versões do EV5, uma de entrada, uma de autonomia longa e outra com tração integral e com a bateria maior. A versão intermediária irá usar uma bateria de 88,1 kWh para alimentar um motor de 160 kW.

No interior marcado pela grande tela ecrã central digital ampliada, os sul-coreanos destacam o conforto proporcionado pelos assentos com funções de massagem e compartimentos integrados para aquecer ou arrefecer as bebidas dos ocupantes em viagens mais longas.

Lamborghini Urus SE

O SUV mais esportivo do mundo é atração em qualquer lugar e acaba de receber a primeira atualização. Além das relevantes mudanças de desenho e atualização do interior, passa a estar unicamente disponível com motorização híbrida plug-in. O Urus SE junta os 620 cv do motor 4.0V8 biturbo com um motor elétrico de 192 cv (para a potência combinada de 812 cv).

Lamborghini Urus SE

A bateria está colocada sob o piso do porta-malas e a sua capacidade total é de 25,9 kWh, aumentando o peso do SUV em cerca de 230 kg em relação ao Urus S (peso total de 2,5 toneladas). As performances são de arrepiar: 3,4 s no 0-100 km/h e 11,2 s de zro a 200 km/h, superando as marcas anteriores do Urus S (3,5 s e 12,5 s). A velocidade máxima elétrica é de 135 km/h e a autonomia elétrica de 60 km.

Mercedes-Benz EQG

Mantendo os princípios técnicos básicos (chassi de longarinas e eixo rígido traseiro), o EQG, ou Classe G elétrico, avança para o futuro com uma versão totalmente elétrica, com o rótulo EQG 580. Possui quatro motores elétricos (um por roda) com 147 cv cada, totalizando potência máxima de 587 cv.

Os números oficiais anunciam que é capaz de acelerar de zero a 100 km/h em apenas 4,7 segundos e atingir a velocidade máxima de 180 km/h, enquanto a autonomia homologada é de 473 km graças à bateria de 116 kWh (possui 216 células de de lítio, integrada no chassi, que por sua vez foi alterado em comparação com o das versões de combustão) e está protegida contra impactos mais fortes, água e sujeira por um painel de fibra de carbono e ligas de elevada resistência.

Mercedes-benz EQG

 

O carregamento é possível até 200 kW (DC) e 11 kW (AC). As aptidões para o 4×4 são favorecidas pela entrega instantânea de torque, bem como pela capacidade superar terrenos alagados de 850 mm (150 mm mais que as versões com motor de combustão) e pela elevada altura ao solo (250 mm, 10 mm mais alta), enquanto os ângulos de ataque e saída são similares aos das restantes versões.

MG Exe181

O Exe181 é um monoposto hiper-esportivo elétrico. Com visual inegável de Vision Gran Turismo e linhas em forma de lágrima, entra nos registros como um dos automóveis mais aerodinâmicos da história, com coeficiente de penetração aerodinâmica de míseros apenas 0,181, inferior ao VW XL1 (0,199) mas superior ao Mercedes Vision EQXX que (ao contrário do XL1). não teve produção limitada.

MG Exe181

Não foi revelado muito sobre a sua propulsão, a não ser que é totalmente elétrico e que atingirá os 100 km/h em menos de dois segundos, detendo a aceleração apenas aos 415 km/h (ultrapassando os 410,2 km/h que Phill Hill conseguiu atingir ao volante do concept car original MG Exe181 “Roaring Raindrop” no final dos anos 1950). A tradicional marca britânica, hoje nas mãos do grupo chinês SAIC, tem estudado chegar ao mercado brasileiro, e na Europa faz grande sucesso. Não é difícil adivinhar que cada roda será movida por um motor elétrico e que o pico de potência será superior a 1000 cv.

Mazda Arata

O Salão de Pequim 2024 foi o palco escolhido pela Mazda para apresentar ao público o seu segundo veículo elétrico e o primeiro totalmente concebido do zero. 

Mazda Arata

Batizado de Arata, este SUV será mais comprido porém mais baixo que CX-5, o que o colocará na briga direta com modelos como o Tesla Model Y. Ainda não foram anunciados mais detalhes deste modelo, que faz parte de uma nova ofensiva 100% elétrica da marca japonesa.

Apesar de apresentado na China, um dos mercados onde o Mazda Arata poderá conhecer maior sucesso é precisamente o europeu. Além deste SUV foi também apresentada um sedã, esse sim previsto apenas para o mercado chinês.

Mini Aceman

O Mini elétrico de quatro metros foi desenvolvido em conjunto entre a marca britânica do Grupo BMW e o parceiro chinês GWM – Great Wall Motors e começará a ser produzido na China dentro de alguns meses (a fábrica de Oxford não começará a montar o Aceman antes de 2028).

MINI ACeman, frente 3/4

Inicialmente haverá duas versões: E (184 cv) e SE (218 cv), a primeira equipada com bateria de 43 kWh (autonomia de 310 km) e a segunda com bateria de 54 kWh (autonomia de 406 km). A bateria menor pode ser recarregada a um máximo de 75 kW em corrente direta (DC), a maior até 95 kW, e ambas admitem carga de 11 kW em corrente alternada (AC).

Polestar 4

O novo SUV com jeitão de cupê junta-se à linha de modelos da marca sino-sueca )é ligada à Volvo) posicionando-se entre o 2 (que é 23,4 cm mais compacto) e o 3 (que é seis cm mais longo).

No lançamento está disponível em duas versões: motor único e autonomia longa (tração traseira, 272 cv) e motor duplo e autonomia longa (tração integral e 544 cv), com preços que deverão começar nos US$ 80 mil.

Polestar 4 dianteira 3/4

A versão básica oferece autonomia de 610 km e aceleração de zero a 100 km/h em 7,1 segundos, enquanto que a versão de motor duplo é um veículo muito mais rápido, com capacidade de atingir os mesmos 100 km/h em apenas 3,8 segundos. A velocidade máxima é de 200 km/h em ambos os casos e a bateria NCM, da CATL, também é comum (102 kWh —94 líquidos— com potência de pico de carregamento de 200 kW DC e 22 kW AC, neste caso opcional, enquanto o carregador de série é de 11 kW).

Smart #5 Concept

É o maior Smart já apresentado. Em 3D. Afinal, o projeto Formore de uma década atrás, nunca se converteu em realidade. Antecipa o terceiro modelo da nova Smart, juntando-se ao modelos #1 e #3.

Smart Concept #5 - 3/4 de frente

O sistema elétrico funciona com tensão de 800 V e a Smart diz que é capaz de realizar carregamentos acima de 200 kW, que permitirão carregar 85% da bateria em 15 minutos. Não tão convincente é a autonomia anunciada da bateria de 100 kWh: 550 km, naturalmente prejudicada pela volumosa carroceria. No interior, o painel possui três telas digitais: uma menor para a instrumentação e duas maiores para o multimídia e para o passageiro dianteiro.

Xiaomi SU7

Com 70 mil encomendas em menos de um mês para o carro elétrico do produtor de smartphones ótimos e acessíveis Xiaomi, é possível ter uma ideia do sucesso de seu primeiro automóvel, totalmente desenvolvido e comercializado em apenas três anos.

Xiaomi SU7 - 3/4 de frente

No entanto, é um sucesso que tem um preço alto, cerca de US$ 10 mil por carro vendido. Essa é a perda estimada pela empresa de consultoria Citi para cada SU7 vendido). A carroceria elegante lembra a de um Porsche Taycan menor e está gerando muito entusiasmo entre um público diferente, para quem um smartphone ou um tablet são muitas vezes merecedores de mais atenção do que um veículo em si, esperando assim que este carro seja capaz de replicar as mesmas experiências de conectividade que preenchem grande parte do seu dia a dia.


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