Britânicos podem ressuscitar a Bizzarrini
Numa época onde ainda tenta-se entender o “novo normal”, a nostalgia é algo que bate forte. Nessa onda, um grupo britânico decidiu trazer de volta à vida uma das marcas italianas de esportivos dos anos 1960, a Bizzarrini. É uma marca hoje em dia praticamente desconhecida, mas que nos tempos áureos chegou, inclusive, a correr em Le Mans.
Fundada por um triunvirato formado pela Alfa Romeo, Ferrari e o engenheiro italiano Giotto Bizzarrini em 1964, a Bizzarrini foi responsável por um pequeno mas extremamente evoluído para a época (cerca de 140 unidades), lote de esportivos e carros de competição, antes de desaparecer cinco anos depois, em 1969.
Apesar de ter fechado as portas de sua fábrica em Livorno, na Itália, ficaram para a história do automóvel propostas como o Bizzarrini 5300 GT Strada ou o Bizzarrini P538S. Na década de 2000, alguns protótipos deram alguma esperança de renascimento da marca, algo que nunca aconteceu.
Entretanto e cumprida uma década sobre esses esforços inglórios, a imprensa europeia noticia que um grupo de distribuição automóvel britânico, a Pegasus Brands, volta a fazer muita gente sonhar com o possível renascimento da Bizzarrini. Conta, para isso, com o apoio de três ex-executivos da Aston Martin.
Assim, à frente do projeto estará o chefão da Aston Martin entre 2000 e 2013, Ulrich Bez, que contará com a ajuda de Christopher Sheppard, que chegou a ser o principal executivo da Aston Martin Middle East North Africa, e Janette Green, antiga responsável pela área de marketing da Aston Martin, e que agora assume as funções de diretora de Marketing na nova empresa.
Por enquanto, com poucas informações para divulgar, a nova empresa já decidiu criar bases em Londres, Genebra, Abu Dhabi e Dubai.
Ainda sobre Giotto Bizzarrini, ele nasceu em 1926, na cidade de Livorno, Itália, filho de um rico proprietário de terras na região da Toscana.
Giotto formou-se em 1953 em engenharia, na Universidade de Pisa, onde apresentou como tese de conclusão de curso uma versão própria de um Fiat 500 Maccienetta Berlinetta 1952. Razão suficiente para que, não demorasse muito, fosse contratado em 1954 pela Alfa Romeo, onde desempenhou as funções de engenheiro e piloto.
Apenas cerca de três anos depois, Giotto Bizzarrini passou a trabalhar para a Ferrari, onde teve várias funções, como veio a de responsável pelo desenvolvimento de veículos experimentais, esportivos e GT, além de projetista, piloto de testes e chefe de engenheiros.
Em 1961, Bizzarrini foi despedido da Ferrari, por envolvimento na chamada “Revolta Palaciana”, movimento interno que visava afastar a mulher de Enzo Ferrari, Laura, das tomadas de decisão.
Giotto ingressou, então, na Automobili Turismo e Sport (TAS), marca fundada por ex-engenheiros da Ferrari, envolvendo-se no projeto de criação de um Fórmula 1 e de um GT, o A.T.S. Sereníssima.
Já com a sua própria empresa criada, a Societá Autostar, Giotto Bizzarrini foi então contatado por um insatisfeito cliente da Ferrari, de nome Ferruccio Lamborghini. Desta vez, para que desenvolvesse um novo motor V12, para equipar um também novo modelo GT.
Embora considerado por Feruccio como demasiado agressivo, a verdade é que o 3.5V12 totalmente em alumínio, acabou servindo de base aos motores de modelos como o Miura, Countach e Murciélago.
Giotto trabalha e leciona na Universidade de Roma.