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CARRO POPULAR ARGENTINO VAI CUSTAR R$ 18 MIL

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O Iglesias, primeiro carro argentino, foi construido de maneira artesanal pelo espanhol Manuel Iglesias, na cidade de Campana, entre 1903 e 1907. Iglesias nasceu em 22 de fevereiro de 1870 em Pontevedra, na Espanha, e com 14 anos chegou a Argentina. Depois de algum tempo, começou a trabalhar com trens, na Ferrocarriles, onde se interessou por máquinas a vapor. Com o que aprendeu em alguns livros, fabricou um torno, máquina que logo começou a usar para construir seu automóvel.

O carro tinha uma rústica carrocería de madeira, com um banco para duas pessoas, motor monocilíndrico de 1.938 cm3, trabalhando em aceleração constante (sem acelerador), com embreagem por buchas de bronze (sem rolamentos)  e partida por manivela. Usava rodas de madeira com “pneus” de ferro e desenvolvia velocidade máxima de 12 km/h.

O Iglesias 1907, primeiro carro argentino.

 

O carro foi recuperado por seu filho e esteve exposto no Museo Juan Manuel Fangio de Balcarce. Este veículo hoje se encontra em poder da prefeitura de Campana, no museu da cidade. A Provincia de Buenos Aires estabeleceu por lei o primeiro domingo de novembro como o Día do Automóvel Argentino, e a cidade de Campana como “Berço do Automóvel Argentino”.

Depois disso foram varias outras tentativas, como aconteceu no Brasil, aquí culminando com os carros Democrata, produzidos pela Ibap nos anos 1960, e pelo Gurgel BR800 nos anos 1970 e 1980. Como sempre, não deram em nada, lá e aquí.

Agora a empresa argentina ArqBravo vai tentar criar um carro latino-americano, idéia esta que também ronda alguns gabinetes em Brasília. Depois de dois anos de desenvolvimento, a ArqBravo mostrou o conceito do A!PA (que significa algo como Automóvel Popular Argentino), primeiro popular projetado e a ser fabricado na Argentina. O modelo mostra as linhas quase definitivas do modelo.

O projeto do A!PA teve como base a popularização de SUVs pequenos, em especial o Ford EcoSport. O carro é obra de um projeto pessoal iniciado pelo arquiteto Miguel Angel Bravo. No Brasil, a Ibap era do empresário Nelson Fernandes e a Gurgel do engenheiro João Gurgel. A idéia é oferecer um modelo acessível, para ser utilizado como carro de família, táxi ou utilitário.

O projeto apresenta assoalho plano e a parte mecânica –motor e câmbio – será fornecida pela Fiat. Bravo garante que cerca de 75% dos componentes do veículo serão produzidos na Argentina, diante da média de 45% dos carros feitos pelas marcas estrangeiras instaladas no país vizinho.

O A!PA será produzido em Florencio Varela, perto de Buenos Aires. O preço deve partir de 40 mil pesos –algo em torno de R$ 18 mil– graças a ajuda do fundo Bicentenário, criado pelo governo e que já foi utilizado pela Fiat e PSA, entre outros. A fabricação está prevista para o final deste ano ou início de 2013, criando 4 mil empregos, diretos e indiretos.

A ArqBravo aguarda ainda que seja feito um decreto presidencial para gerar benefícios fiscais para a produção. A construção do primeiro concept realmente funcional do modelo depende da aprovação de uma linha de crédito do governo argentino. Segundo a empresa, existem planos para vender o modelo também no Brasil, onde seria equipado com motor flex da Fiat.

Quem viver, verá.


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