China: vendas caem e Mercedes demite 15% dos seus funcionários
A Mercedes-Benz iniciou uma série de demissões que deverá afetar até 15% dos trabalhadores da marca alemã na China. O motivo é a queda das vendas, causada pela ascensão de concorrentes locais. A verdade é que os fabricantes chineses colocam no mercado carros sofisticados e tecnológicos, muitas vezes melhores que os de origem ocidental, por uma parcela do preço.
por Marcos Cesar Silva

Citado pela imprensa chinesa, um porta-voz da Mercedes confirmou a redução da força de trabalho na China, à medida que procura formas de aumentar a eficiência das operações, por meio do uso de novas tecnologias. As notícias explicam que os principais departamentos afetados seriam as áreas de vendas, financiamento e fornecimento de componentes.
Em 2024, o volume de negócios da Mercedes-Benz na China caiu 8,5%, devido a uma redução de 7,3% nas vendas de automóveis de passageiros e de 19,7% nas vendas de comerciais. A China é o maior mercado da marca alemã, com mais vendas de veículos de passageiros do que na Europa no seu conjunto, e alguns números ruins pesaram nos resultados do último ano fiscal, que registram uma queda global de 4,5% nas receitas, e de 3% (veículos de passageiros) e 9,4% (veículos comerciais).
Apesar do declínio na China, que a própria empresa atribui à “elevada concorrência”, o portal chinês de notícias financeiras Yicai destacou que a Mercedes-Benz conseguiu manter a posição de maior vendedor de automóveis de luxo no país asiático em 2024.
Em setembro, a empresa anunciou o investimento equivalente a cerca de US$ 1,8 bilhões para aumentar a gama de veículos que produz na China, inaugurando “um novo capítulo” a partir de 2025 com a produção de modelos elétricos, segmento no qual as empresas locais, como a BYD e GWM, estão à frente das estrangeiras. Não se sabe ainda se isso será mantido.