Cinco duvidas -e respostas- sobre carros eletrificados
Mesmo que de maneira tímida, os automóveis eletrificados estão chegando ao País. Uma realidade irreversível, onde Toyota, Renault, Chevrolet, Ford e JAC, entre outras, começam a apostar suas fichas. Mas qual a diferença entre um híbrido e um híbrido Plug-in? Que autonomia têm? Onde podem ser recarregados?
O veículo elétrico é o protagonista do futuro do setor automotivo. De fato, no primeiro semestre deste ano, as vendas cresceram 58% em nível mundial. AUTO&TÉCNICA preparou cinco perguntas (e respostas) para ajudar a esclarecer as principais dúvidas dos motoristas.
1. Que tipos de veículos elétricos existem?
Basicamente existem três tipos de veículos impulsionados, em maior ou menor medida, com recurso à eletricidade. Primeiro, o “híbrido”, com dois mores na sua propulsão: um motor de combustão, que tem o papel principal, e outro elétrico, alimentado por uma bateria recarregada pelo próprio motor quando o veículo desacelera ou é freado. Depois temos o “híbrido Plug-in”, no qual a bateria também pode ser recarregada de maneira direta, por meio de tomada elétrica. Finalmente, existem o veículo “100% elétrico”, com propulsão exclusivamente elétrica e recarga feita por meio de tomada elétrica.
Para o ano de 2030, as vendas de automóveis com emissões zero ou reduzidas na Europa –incluindo veículos que emitam menos de 50 gramas de CO2 por quilômetro – deverão representar 40% do total. Para 2025, o objetivo é de 20%. No Brasil ainda não há legsilação específica ara o assunto.
2. Onde podem ser recarregados os elétricos?
Há dois tipos de ponto de recarga: os públicos e os particulares. Qualquer usuário pode instalar um ponto de carga na sua garagem -particular ou coletiva- desde que instalada por um profissional credenciado que cumpra os requisitos legais e técnicos. De fato, calcula-se que 70% das recargas sejam feitas no domicílio ou nos locais de trabalho. Ainda assim, para os casos em que é necessário carregar a bateria do automóvel numa estrada, a rede de carregamento elétrico cresce diariamente em boa parte do mundo. Hoje, a Europa já conta com cerca de 100.000 pontos, e a Comissão Europeia prevê que em 2025 este valor esteja multiplicado por 20, para perto de 2 milhões de estações de carregamento. Até o McDonald’s está oferecendo esse serviço por lá.
O tempo de recarga também tem sido reduzido paulatinamente. Por exemplo, o SEAT el-Born contará com autonomia de 420 km após uma recarga de apenas 47 minutos. Melhor ainda: com a implementação dos pontos de carga ultra-rápidos será possível ter o carro com a carga máxima de bateria em apenas 10 minutos. Prevê-se que no próximo ano a Europa fique com uma rede de 400 pontos de carga rápida (350kW) instalados a cada 120 km, para facilitar as viagens longas.
No Brasil começam a surgir pontos de recarga em shopping centers, supermercados e condomínios, mas sem nenhuma padronização. A infra-estrutura do País ainda é precária para enfrentar um aumento grande do consumo de eletricidade. É preciso conhecer o valor de recarga, pois a eletricidade tem custo que varia de Estado ara Estado, de acordo cm o horário e a incidência de impostos.
3. Qual a autonomia média dos elétricos?
As baterias hoje em dia garantem autonomia entre 200 e mais de 400 km. Com o SEAT el-Born, por exemplo, será possível circular até 420 km sem a necessidade de recarga. A duração dependerá do uso que se faça do automóvel, já que, ao contrário dos veículos a combustão, os elétricos consomem menos nos trajetos urbanos. A forma de dirigir, temperatura ambiente, uso de faróis e sistemas de som, entre outros, influem diretamente no consumo.
O único ponto-fraco dos carros elétricos é a bateria, cara e com limitações na autonomia. Mas novos materiais e tecnologias estão surgindo e contornando estas dificuldades. A médio prazo as baterias estarão mais baratas e duráveis, e com maior autonomia. Empresas chinesas já falam em bateras com 30 dias de autonomia.
4. O veículo elétrico tem emissões zero?
As “emissões zero” podem ser consideradas do ponto de vista do próprio veículo. Além disso, o carro elétrico também é mais sustentável se atendermos ao ciclo de vida global do veículo: entre 17% e 30% de redução das emissões, dependendo se o compararmos com um veículo diesel ou gasolina. E se, além disso, a bateria for recarregada com energia de origem sustentável, como a eólica ou solar, as emissões serão quase 90% inferiores às de um veículo convencional ao longo de todo o seu ciclo de vida.
Para incentivar a circulação de veículos sem emissões estão sendo aplicadas diversas medidas na Europa e Estados Unidos. Em alguns casos, como na Noruega, há redução direta de impostos na aquisição de um modelo elétrico. Na Alemanha, França ou Espanha há incentivos na compra e muitas cidades europeias criaram benefícios específicos, como o estacionamento e recarga gratuitas, faixas de acesso preferencial e livre acesso destes veículos a zonas de circulação restrita.
Encerrado o ciclo de vida da bateria num automóvel elétrico ou híbrido, ela pode ser usada, por exemplo, de maneira domestica ou até mesmo industrial.
5. Um elétrico é mais caro do que um veículo convencional?
Os veículos elétricos serão cada vez mais acessíveis, e hoje um híbrido já custa praticamente o mesmo que um convencional, e os elétricos estão um pouco mais caros. Na verdade, o compromisso de empresas como o Grupo Volkswagen ou a General Motors é produzir automóveis elétricos para milhões, e não para milionários. O avanço tecnológico ajuda a reduzir o preço dos modelos eletrificados. Por exemplo, o custo das baterias caiu 80% na última década.
Também é preciso ter em conta que o custo da eletricidade é inferior ao da gasolina e do diesel. Também se calcula que os custos de manutenção de um elétrico sejam de apenas um terço daqueles inerentes a um veículo com propulsão convencional, por conta do número muito menor de peças. E, por último, na maioria dos países civilizados, os compradores têm acesso a ajudas públicas ou redução de impostos na aquisição de um elétrico.