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CLASSIC CARS: O TUCKER BRASILEIRO

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O Carioca, recriado em computador.

Preston Tucker ficou famoso pelo seu carro revolucionário e pela fracassada tentativa em lançar o Torpedo 48 no mercado norte-americano, para concorrer com GM, Ford e Chrysler. Foram 51 carros feitos entre 1947 e 1948. Quando a empresa fechou nos Estados Unidos, Tucker não se deu por derrotado e tentou desenvolver um novo veículo, longe do mercado americano e das grandes montadoras. No comecinho dos anos 1950, desembarcou no Brasil, e instalou um escritório no Rio de Janeiro. Ali quería fabricar um Tucker brasileiro, o carioca.

Tucker tentou continuar seu sonho aqui no Brasil. Na década de 1950 a indústria brasileira estava nascendo, e ele logo veio para cá e iniciou o projeto de uma “familia” de automóveis locais. Por cerca de cinco anos, Preston discutiu seriamente a possibilidade de produzir carros no Brasil.
Montou um escritório em Copacabana, e manteve contato permanente com possíveis sócios, entre eles o ex-governador paulista Adhemar de Barros, um dos políticos mais influentes daquele período no país.

Tucker e um dos primeiros desenhos do Torpedo, em 1946.

O primeiro automóvel imaginado por Tucker foi um táxi, com o banco dos passageiros voltado para a traseira do carro, mas logo desistiu da idéia. No começo de 1952 se encontrou com o projetista Alexis De Sakhnoffski, famoso no começo do século passado por seus modelos aerodinâmicos, e dali saíram os primeiros esboços do carro que seria chamado de Carioca.

Ainda baseado no Tucker original, mas muito mais leve e com motores de quatro cilindros (e não o motor aeronáutico do 48), mais adequado à nossa realidade. No projeto, era um carro econômico (cerca de 11 km/litro de gasolina), com desenho esportivo e inovações já testadas no Torpedo. Teria 100 cv de potência e chegaria  aos 160 km/h.

O desenho era avançado até para os anos 1950.

O Carioca foi projetado para ser produzido em larga escala e ser divertido de guiar. Preston queria um visual esportivo, de bom desempenho e preço baixo, talvez menos de mil dólares na época, com a possibilidade ainda de vender o carro em forma de kit. O desenho era futurista, com os pára-lamas destacados, traseira tail boat e o farol central único emprestado do Torpedo.

Os pára-lamas seriam móveis, como os de moto, e simples de remover, como no projeto inicial do Torpedo. Ele também teria o conjunto de três faróis, sendo um central, mas ao contrário do sedã, o farol central seria fixo. Por dentro, espaço para quatro ocupantes e painel compacto, com um único instrumento reunindo velocímetro, amperímetro, nível de combustível, pressão do óleo e  temperatura do motor, igual ao do Torpedo. Bom de marketing, Preston Tucker batizou o projeto de Carioca.

Do Carioca, só restaram desenhos.

Tucker calculava precisar de US$ 2,5 milhões para produzir o Carioca. Um dos mais entusiasmados era Adhemar de Barros, que achava o carro ideal para São Paulo, e ofereceu benefícios a Tucker para construir sua fábrica na cidade, mas o americano achou São Paulo “fria e úmida demais para viver”, e ficou pelo Rio de Janeiro.

Em 1956, Preston Tucker faleceu vítima de câncer, e do Carioca restaram apenas alguns desenhos.


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