Conceito Ford Maya 1984-85
O Maya foi um carro-conceito projetado e construído pela italiana Italdesign para a Ford. Estreou em 1984 no Salão de Turim, onde chamou muita atenção. A ideia por trás do Maya era testar a receptividade do mercado dos Estados Unidos para um carro esportivo de dois lugares e com teto tipo targa. A Ford havia planejado colocar o Maya em produção, construindo 50 unidades por dia (cerca de 12.000 por ano) e, por isso, o conceito foi construído para ser totalmente funcional. Por outro lado, o desenho foi criticado por ser muito parecido com o conceito Etna, da Lotus, projetado pelo mesmo Giugiaro e mostrado quase ao mesmo tempo. No total, três modelos foram construídos em dois anos, entre 1984 e 1985.
por Ricardo Caruso

O conceito Ford Maya tinha motor central, o que influenciou muito seu desenho exterior. A carroceria com formato de cunha era semelhante a outros conceitos da época e beneficiava a boa aerodinâmica, muitos dos quais foram assinados pela própria Italdesign. O primeiro carro media 4.206 mm de comprimento e rodava com uma distância entre-eixos de 2410 mm.

Após a primeira proposta, a Ford solicitou a produção de um segundo conceito. O veículo foi chamado Maya II ES e foi construído para ter linhas mais suaves e uma entrada de ar para o motor central. Uma terceira variação, chamada Maya II EM, foi projetada com a traseira notchback e um novo motor V6 biturbo.

Ao contrário de muitos veículos conceituais, o Ford Maya Concept de 1984 era totalmente funcional, o que significava que ele foi construído com um interior real. O carro apresentava um painel curvo que foi estilizado para se misturar perfeitamente com os painéis internos das portas. Não havia console central proeminente, então os desenhistas moveram botões e controles para o volante. O Maya tinha dois lugares, mas a cabine contava com uma quantidade generosa de espaço de armazenamento atrás dos assentos de couro.

O Maya era equipado com um motor Ford V6 montado no centro traseiro, produzindo 140 cv, embora este fosse apenas um substituto para um motor 3.0V6 desenvolvido pela Yamaha, de 250 cv, que a Ford pretendia colocar no modelo de produção. Essa potência era enviada às rodas traseiras por meio de uma transmissão manual de cinco velocidades. O desenho de Giugiaro garantia um Cx de 0,28. O interior possui dois bancos de couro, espaço para bagagem atrás dos bancos e a maioria dos botões para controles do carro montados no volante. Como foi construído para o mercado americano, ele apresentava para-choque dianteiro de plástico macio e deformável.
Maya II ES



Em 1985, após o primeiro conceito Maya ter sido revelado, a Ford solicitou que um segundo carro fosse construído, chamado Maya II ES. A pedido da Ford, o ES apresenta desenho modificado, com linhas mais suaves e uma entrada de ar central inspirada nas Ferrari da época. A Ford pediu ainda que o conceito fosse pintado de vermelho, mas assim que o carro retornou à Italdesign, foi repintado em dois tons diferentes de cinza metálico. [ 5 ]
Maia II EM


No mesmo ano em que o Maya II ES foi construído, a Ford pediu que a Italdesign construísse um terceiro protótipo, que foi chamado de Maya II EM. O EM foi concluído em julho de 1985, construído para testar o conceito em condições normais de uso nas ruas e estradas. Ele apresentava desenho outra vez modificado, com traseira notchback e um novo motor 3.0V6 biturbo montado longitudinalmente, produzindo 300 cv.
A palavra Maya tem vários significados, dependendo do contexto. Em relação ao hinduísmo, por exemplo, Maya pode se referir à produção de uma ilusão, ou ao poder dos deuses de criar ilusões. O nome Maya, por sua vez, também pode ser uma referência à antiga civilização maia. No fim da história, a diretoria da Ford, por diversos motivos, não deu o OK para a produção do carro, e ele entrou para a história como aquele que seria “a Ferrari barata da Ford”.