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Confirmada a fusão entre FCA e PSA. E a Opel pode estar chegando…

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Até agora, a fusão da Fiat Chrylser Automobiles (FCA) e PSA (Peugeot Citroën) era apenas um plano de intenções, mas a partir de agora é algo definitivo. A fusão vai mesmo acontecer e assim nascerá o quarto maior grupo automotivo mundial.

Em outubro foram anunciados os primeiros detalhes do plano da fusão entre a FCA e PSA, mas a verdade é que, na época, o acordo entre os dois Grupos ainda não tinha sido fechado. Agora, após dois meses de prolongadas negociações, as duas empresas confirmaram a fusão.

E como se vai chamar o novo gigante do mundo automotivo? Isso ainda não foi decidido. O que se sabemos é que, por conta do tamanho e complexidade da operação, mesmo com o acordo de fusão firmado serão necessários de 12 a 15 meses para o processo ficar completo.

Liderando o novo Grupo teremos o português Carlos Tavares como chefão, pelo menos nos primeiros cinco anos, com a restante administração sendo composta por mais 10 membros, cinco deles nomeados pela FCA e outros cinco pela PSA. A administração incluirá dois membros como representantes dos trabalhadores de cada Grupo.
 
Carlos Tavares

“A nossa fusão é uma enorme oportunidade para ter uma posição mais forte na indústria automotiva, numa época em que procuramos fazer a transição para um mundo com mobilidade mais limpa, segura e sustentável, e para oferecer aos nossos clientes produtos de classe mundial, assim como tecnologia e serviços”. Carlos Tavares, presidente da administração da PSA

A fusão resultará no quarto maior grupo automotivo mundial, com 8,7 milhões de veículos vendidos (vendas combinadas em 2018), ficando apenas atrás da Toyota, Grupo Volkswagen e a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.

Considerando o contexto de enorme mudança pela qual a indústria automotiva passa (eletrificação, condução autônoma e conectividade), que obriga a investimentos pesados, é natural que as sinergias sejam um dos principais benefícios desta nova fusão. De acordo com o comunicado conjunto, a expectativa é de conseguir economia de US$ 4 bilhões por ano.

Cerca de 40% desse valor vem da otimização esperada em nível de plataformas, linhas de motores e novas tecnologias. É de esperar que mais de 2/3 dos volumes de produção estejam concentrados em apenas duas plataformas, o equivalente a três milhões de automóveis, sobretudo modelos pequenos e médios.

Nesta linha de sinergias e otimização que vai ocorrer com a fusão da FCA e PSA, o comunicado oficial afirma que não haverá fechamento de fábricas; hoje em dia são mais de 400 mil funcionários distribuídos pelos dois Grupos. Só que habitualmente montadoras não costumam honrar o que prometem.

Para o Brasil, é possível que sejam instaladas aqui concessionárias Opel, já que a marca hoje pertence à PSA. Seria uma forma de contornar os problemas de imagem e pós-venda que padecem alguns Peugeot e praticamente todos os Citroën comercializados aqui. O Opel Corsa, em sua recente geração, já está registrado no INPI.

Com a fusão da FCA e PSA, o novo Grupo empresarial ganha presença reforçada em mercados-chave. A PSA tem sólida presença na Europa, enquanto a FCA tem posições fortes tanto na América do Norte, como na América Latina, em especial no Brasil. De acordo com os números de 2018, 46% do faturento deste novo Grupo viria do continente europeu, enquanto 43% viria da América do Norte, por conta dos Jeep e Chrysler.

Apesar da presença global ampliada, ainda existem lacunas, sobretudo na China, onde a FCA ainda tem presença reduzida e a PSA viu a sua participação ser bastante reduzida nos últimos anos.

“Esta é a união de duas empresas com marcas incríveis e força de trabalho dedicada e com competências. Ambas tiveram de enfrentar tempos difíceis e emergiram como concorrentes ágeis, inteligentes e formidáveis. Os nossos colaboradores compartilham um traço comum:  vêem os desafios como oportunidades para serem abraçadas e como um caminho para sermos melhores do que somos”. Mike Manley, Diretor Executivo (CEO) da FCA.


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