Funcionários da FIAT fazem greve contra a chegada de CR7 à Juventus

A cara transferência de Cristiano Ronaldo do Real Madrid para a Juventus de Turim, na Itália, recebeu fortes reações contraria por parte dos funcionários da Fiat. Os funcionários da fábrica de Melfi, sul da Itália, do Grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), convocaram greve para protestar contra o valor pago pela transferência do jogador.
A saída de Cristiano Ronaldo do Real Madrid para a Juventus foi uma das notícias mais discutidas no mundo do futebol na última semana, rivalizando com a Copa do Mundo. O anúncio oficial da transferência, assim como os elevados valores envolvidos -mais de US$ 100 milhões pela transferência, mais US$ 35 milhões de salário por ano, durante quatro anos- causou revolta entre os funcionários da Fiat. Em números redondos, um custo para o clube de Turim de pelo menos US$ 240 milhões.
É um número grande, difícil de engolir, em especial para os funcionários da FCA e da Fiat, em particular na Itália. Não se trata de torcedores rivais. Para saber a razão de tamanha indignação entre os funcionários de uma marca de automóveis e a transferência de um jogador de futebol para um clube italiano, fica claro quando se sabe que por trás da FCA (Fiat Chrysler Automobiles) e da Juventus, está a EXOR , empresa que detém não só 30,78% da FCA e 22,91% da Ferrari, mas também 63,77% da Juventus. Ou seja, é tudo a mesma empresa.
Com o anúncio da transferência de Cristiano Ronaldo para o histórico clube italiano, está acontecendo uma crescente agitação por parte da força de trabalho italiana da FCA. A Fiat gasta anualmente em patrocínios cerca de US$ 150 milhões, dos quais US$ 30 milhões são para a Juventus. Por outro lado, esses US$ 30 milhões podem ser recuperados pela Fiat, apenas recorrendo à imagem do CR7 em campanhas publicitárias para a marca italiana.
O valo envolvido não caiu bem junto dos trabalhadores da fábrica de Melfi que decidiram assim fazer uma greve de dois dias, entre 15 e 17 de julho. “Somos todos funcionários da mesma empresa. A Fiat Chrysler Automobiles e a Juventus são da família Agnelli que controla a equipe de futebol por meio da Exor, e esta diferença de tratamento não pode continuar”, afirmou o sindicato dos trabalhadores local em comunicado, criticando a chegada de Ronaldo à Juventus.
O argumento do sindicato é que a Exor, fundo de investimento dos Agnelli, poderia utilizar o valor para atualizar a fábrica de Melfi para a produção de novos modelos. Por meio da Exor, os Agnelli detém uma parcela da Fiat Chrysler e 64% da Juventus, apesar dessa ligação ter operações próprias e totalmente separadas.
A fábrica em Melfi tem recorrido a vários “layoffs” nos últimos anos, por nunca receber a produção de novos modelos. Atualmente, o complexo aberto em 1994 tem produção anual de cerca de 400 mil unidades do Fiat 500X e do Jeep Renegade, contando com 5.857 funcionários em contrato temporário e com baixos salários.