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Crise: mercado chinês em queda preocupa o mundo

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O desaquecimento das vendas no mercado na China está trazendo preocupação para o setor automotivo mundial e pode a causar muitas dores de cabeça aos fabricantes, que apostavam forte no aumento da procura por carros naquele país como forma de equilibrar suas receitas globais.

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Habituadas a valores de crescimento exagerados ao longo da última década, os fabricantes de automóveis têm visto com preocupação o que vem acontecendo nos últimos meses, onde o mercado chinês tem demonstrado na prática aquilo que se rotula como “normalização”, ou seja, época de estagnação em termos de vendas. A instabilidade na Bolsa de Valores chinesa causou apreensão nos analistas e nos consumidores, que assim se retraíram. Como resultado, o mercado automotivo em junho caiu pela primeira vez em mais de dois anos.

Neste cenário, marcas como a Volkswagen ou a Ford já haviam alertado para os desafios inerentes ao abrandamento do mercado chinês, sendo tudo mais complicado para aqueles que tem fábricas naquele país, solução local que procura tornar a penetração no mercado mais fácil ao se beneficiar, em troca, do conhecimento dos parceiros locais. A Ford, por exemplo, prevê queda drástica naquele mercado pela primeira vez em 17 anos.

Também a BMW demonstrou publicamente a sua preocupação com a situação na China, apontando para uma possível revisão para baixo das receitas esperadas para 2015, atendendo à queda da procura local. Por enquanto, a primeira consequência foi o corte na produção, na China, na ordem dos 16.000 veículos.

A Toyota alinha na mesma situação e afirmou recentemente que a procura na China está diminuindo, ao passo que os custos de venda locais começaram a aumentar, tornando a operação mais delicada. A marca japonesa vai construir uma nova linha de montagem em Tianjin em 2018, parceria com um fabricante local, com o intuito de elevar a produção local em mais 100.000 unidades/ano.

Se o mercado continuar mostrando essa retração de maneira contínua, a solução para o caso da Toyota passará pelo final da produção numa outra linha de montagem já existente na China, transferindo-a para a mais moderna em Tianjin.

Na contramão desse pesadelo, a Daimler parece estar superarando as dificuldades do mercado chinês. As vendas unitárias da Mercedes-Benz na China aumentaram 34%, indo para 91.152 veículos comercializados no segundo trimestre deste ano.

A BMW, apesar da queda, mantém a confiança, com Harald Krüger garantindo que o mercado chinês continua sendo de grande importância para os construtores alemães Premium, e por isso continuará merecendo a aposta da marca alemã.

Contudo, numa nota pouco otimista, Max Warburton, analista do mercado automotivo na “Sanford C. Bernstein”, afirmou que “as coisas podem piorar a partir daqui. O mercado chinês continua a se deteriorar”. Ou seja, o BRICS (Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul) enfrenta crise em maior ou menor grau, que começou na Rússia, tomou o Brasil e chegou à China.


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