Crise? Peugeot desiste do Salão de Frankfurt
A Peugeot decidiu não estar presente no próximo Salão de Frankfurt, simplesmente o mais importante do planeta, que acontecerá em setembro de 2017. A decisão da marca francesa é justificada com a mudança de direção da aposta de comunicação para as plataformas digitais.
“O digital deve ser 50% do orçamento para a comunicação em 2020, e isso vai provocar forte racionalização dos meios com consequente diminuição da verba de comunicação off-line”, explicou Guillaume Couzy. Isso significa que mídia impressa, rádio e TV estarão fora do interesse da marca.
Couzy, o próximo diretor de vendas para França da Peugeot a partir de janeiro –que desenvolveu esta ambiciosa estratégia digital enquanto diretor de marketing da marca– apontou como prioridade “os eventos que valorizam a capacidade para experimentar os carros” e essa decisão tem consequência para as estratégias mais tradicionais: “Isso nos obriga a escolhas que são algumas vezes radicais, como por exemplo a decisão de não ir ao Salão de Frankfurt em 2017”.
“Decidimos tratar o conjuntos dos salões de automóveis da mesma forma que os investimentos de marketing em função do seu retorno do investimento», afirmou Couzy seguindo a linha determinada por Carlos Tavares, chefão do grupo PSA, que determinou às suas equipes medirem qual o retorno das marcas do grupo no Salão de Paris.
Estranho uma marca, qualquer que seja ela, ignorar a publicidade institucional, aquela que serve para reforçar a imagem da empresa, e não para vender produtos. Essa posição da Peugeot parece mais uma boa desculpa para a falta de dinheiro, pois as marcas centenárias precisam mais do que nunca da publicidade institucional para fazer frente aos novos participantes do mercado de automóveis. No Salão de Paris deste ano já não estiveram presentes marcas como Aston Martin, Bentley, Ford, Lamborghini, Rolls-Royce e Volvo, enquanto o Salão de Detroit do próximo mês de janeiro já conta com a baixa garantida da Porsche.
