Dacia ARO 10, o avô do Renault Duster

A ARO (abreviatura de Auto Romania), foi uma fabricante de veículos todo-terreno romena, fundada em 1957, e que ficou em atividade até 2006. A ARO também ficou para a história, por ter dado origem a um automóvel produzido em Portugal, o Portaro, que também tem o nome resultante da junção de duas palavras, Portugal e ARO. Estes automóveis Portaro estavam equipados com motores Daihatsu. É considerado avô do Renault/Dacia Duster, e até teve uma versão com esse nome.

Além de Portugal, os ARO também foram produzidos na Espanha, dando origem -é claro- à Hisparo, utilizando igualmente motores Daihatsu, e na Itália, por meio da ACM, equipados com motores Volkswagen. O Estado romeno vendeu a sua participação à Cross Lander, para esta investir na marca e a lançar no mercado americano. Mas, ao invés disso, em 2003 a produção de automóveis parou, e as instalações e ferramental foram vendidas, algo que fez o governo romeno entrar com uma acção judicial. Em 2006, a Cross Lander fechou, levando à falência a ARO, em junho daquele mesmo ano.

O ARO 10 é um pequeno veículo todo-terreno, lançado em 1980 e produzido até o fim da marca romena. Utiliza muitas peças do Dacia 1300 que, por sua vez, é baseado no Renault 12, aqui conhecido como Ford Corcel. A inspiração para este automóvel veio dos Renault Rodeo e Citroën Mehari, ou seja, de pequenos veículos de lazer.

Foi vendido no Reino Unido como Dacia Duster, e como Dacia 10 em outros mercados de exportação. Na Itália, foi produzido pela Ali Ciemme e vendido sob a marca ACM, com alguns detalhes diferentes, como os modelos Ischia, Super Ischia e Enduro x4, todos equipados com motor 1.4 litros de 62 cv, produzido pela Dacia sob licença da Renault, à excepção do Enduro x4 que equipava com motores 1.6 da Volkswagen, tanto a gasolina como a diesel, com 75 e 54 cv, respectivamente. Com os motores Volkswagen, o ARO 10 era equipado também com um diferencial mais reforçado, devido ao maior torque.

Existiram vários tipos de carrocerias, como fechada, conversível e pickup, além de sete motores diferentes e dois tipos de transmissão, nas rodas traseiras ou nas quatro rodas, sendo que na última a potência era enviada para as rodas da frente quando não estava sendo necessária a tração total; além disso, estes exemplares tinham suspensão independente nas quatro rodas.

Além dos motores da produção italiana, o ARO 10 foi equipado também com outros motores da Dacia, de 1,3 e 1,6 litros, com 54 e 72 cv, respectivamente. A motorização mais potente era de origem Daihatsu, de 1,6 litros de cilindrada e 105 cv.

Com diesel, existiam ainda três motorizações, todas 1.9, sendo uma da Peugeot (de 68 cv) e duas da Renault (64 e 92 cv), esta última turbo. Acoplado ao motor estavam as caixas de câmbio de quatro ou cinco velocidades, manuais. A última evolução do ARO 10 chegou em 1999, com o Super, com uma atualização no seu desenho e chassi do ARO 24.

Em 1997 foi lançada a versão Spartana, conversível e destinada mais ao lazer, com a parte superior em lona, além de um “santoantonio” no centro do automóvel, para aumentar a segurança e a rigidez. O Spartana estava disponível em diferentes motorizações, com os motores 1,4 e 1,6 litros da Dacia, 1,6 litros da Daihatsu e os diesel de 1,9 litros da Renault iguais aos do ARO 10, mas com um motor específico de 1,2 litros e 54 cv da Renault. Acoplado ao motor só estava disponível a caixa de cinco velocidades, que enviava a potência para as rodas traseira ou para as quatro.

Existiu ainda uma versão de competição, baseado no ARO 10, designada ARO Super Rally, com largura de bitolas maior e traseira modificada. A mecânica também foi alterada, mas não são conhecidos os dados técnicos.