DIESELGATE FCA pode envolver 600 mil veículos na Europa
Alguns organismos estatais norte-americanos de defesa do meio-ambiente acusam o grupo Fiat Chrysler Automobiles de cometer fraude nos testes de emissões de veículos diesel. Inicialmente se falou que mais de 100 mil unidades de pick-up e SUVs vendidas pela FCA nos Estados Unidos podem estar afetados. Vem agora a notícia de que mais de 600 mil veículos podem ser afetados na Europa.
A Agência de Proteção Ambiental (EPA) acusou, publicamente, a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) de cometer fraude nos testes de homologação de emissões dos modelos diesel, graças a um sistema semelhante ao usado pelo grupo Volkswagen no já conhecido caso do “Dieselgate”.
Os modelos em questão, sabe-se agora, são o Dodge Ram 1500 e o Jeep Grand Cherokee, equipados com motor 3.0 a diesel, dos quais foram vendidas 104 mil unidades desde 2014, data em que se supõe que a FCA começou a usar o tal software.
Porém, o problema parece não se restringir aos Estados Unidos e foram já vários os organismos europeus de defesa do meio-ambiente e controle de emissões que pediram esclarecimentos à EPA norte-americana. Segundo algumas fontes, o escândalo pode se espelhar pela Europa e afetar cerca de 600 mil unidades só naquele continente. Resta saber se este número assustador se refere apenas a modelos equipados com motores diesel de 3.0 litros ou se outros modelos utilizam este software. Também não é claro que os motores utilizados na Europa tenham que estar equipados com esse sistema fraudador dos testes de emissões, já que na Europa os valores de NOx admissíveis são bem mais altos que nos Estados Unidos.
Não é a primeira vez que a FCA está envolvida em controvérsias com emissões. Há alguns anos foi flagrada no Brasil fazendo o mesmo. Antes de ser acusada pelas autoridades alemães, em outubro, de usar um esquema fraudulento para emitir mais poluentes que o homologado –o tal sistema que permite, em caso de eminente dano à mecânica, desligar as medidas de controle de emissões– já tinha sido questionada pelas mesmas autoridades, declinando de dar respostas às perguntas das autoridades.
Na época, a FCA tinha enviado um comunicado isentando-se da utilização de qualquer software ilegal para contornar os testes de emissões poluentes. Num segundo comunicado enviado ontem, o grupo FCA reitera o seu desapontamento com a acusação feita pela EPA, mas garante que “está disponível para em melhor oportunidade se encontrar com a EPA e demonstrar que as estratégias de controle de emissões poluentes do grupo FCA têm uma justificativa e que não são sistemas ilegais destinados a fraudes nos testes de emissões, mas sim aplicações que respeitam a lei, tentando resolver este assunto de uma forma clara e a contento de todos.”