TESTE: EM BREVE NO BRASIL!
Andamos no Toyota Prius, híbrido que impressiona pelo conjunto. Estará à venda no Brasil em breve.
Lembra de quando você era pequeno e ficava imaginando como seriam os carros do futuro? Talvez voassem, talvez fossem atômicos, talvez fossem iguais aos dos Jetsons… Esse futuro não chegou, mas no presente, caso você queira se sentir adiante do tempo, o Toyota Prius é o modelo mais indicado. Híbrido, desenho futurista, muita eletrônica a bordo e pronto para ser vendido no Brasil.
Há tempos os automóveis são o principal alvo do “ecológica e politicamente correto”. Cada país tenta se adaptar de um jeito, e os mais adiantados no assunto fazem e colocam em prática planos de incentivo para a venda em quantidade de carros elétricos ou híbridos. Mas não é simples. Os carros que são 100% elétricos ainda trazem a questão da reduzida autonomia e tempo gasto na recarga. Esbarram também no custo elevado das baterias e na necessidade de infra-estrutura, como redes elétricas competentes.
Daí o sucesso da Toyota com o Prius. A montadora japonesa apostou suas fichas no modelo híbrido, no qual um motor elétrico e outro a explosão trabalham em conjunto. Dessa forma, é ampliada a autonomia, eliminando o problema de recarga em tomadas e diminuindo a emissão de poluentes.
PIONEIRO
O primeiro híbrido sério foi o Toyota Prius, lançado em 1997 e que chegou à sua terceira geração em 2010. Prius é uma palavra do latim que significa “aquilo que vem antes”. A Toyota não escolheu esse nome à toa. Em 1997, quando lançou no Japão a primeira geração do modelo, apostava num carro que poluía menos e economizava combustível. Essa primeira geração chegou a ser exportada para os Estados Unidos e decepcionou. As vendas foram baixas, mas isso não desanimou os japoneses. A marca lançou, em 2003, a segunda geração, com melhor desempenho, e foi um sucesso tão grande que, em julho de 2004 a fila de espera era de mais de 20 mil clientes. Um campeão de vendas no mercado americano e no Japão. Nesses dois países o Prius é produzido; quase 1,7 milhão desses modelos já foram vendidos.
Então, chegou a hora de embarcarmos no Prius, cedido pela Toyota, um dos 15 que ela trouxe para cá para avaliações e testes. A primeira impressão é boa, pois o carro é espaçoso e muito confortável. O Prius apresenta desenho avançado, com personalidade própria.
A aerodinâmica é um dos pontos importantes no desenvolvimento de um veículo que busca máxima eficiência em consumo de combustível. O excelente Cx do Prius, de 0,25, foi atingido a partir de simulações em computador e testes em túnel de vento. Neste quesito, destaque para a parte externa do assoalho, que possui uma carenagem e um defletor aerodinâmico na traseira; desenho lateral, que foi desenvolvido para obter o melhor fluxo de ar, e o generoso spoiler traseiro, que evita a formação de turbulência.
Os faróis usam a tecnologia de diodos emissores de luz (leds) nos conjuntos dianteiros e traseiros, bem como na luz de freio. O uso dessa tecnologia permitiu redução no consumo de eletricidade em até 30%, além de aumentar a segurança.
INTERIOR
Baseado na filosofia Toyota de desenho “Vibrant Clarity” (Clareza Vibrante, em português), o interior do Prius tem um ambiente aconchegante. O acabamento é de ótima qualidade, com os bancos revestidos de couro. Parece até um Toyota normal, mas é só prestar atenção nos detalhes para descobrir que não é bem assim. O painel de instrumentos do Prius oferece ao motorista três zonas de informações: Eco-Monitor, Indicadores e alarmes, e informações de condução (velocidade, modo de dirigibilidade, transmissão).
O Eco-Monitor ajuda o motorista a maximizar a eficiência de condução do sistema Hybrid Synergy Drive da Toyota. O display inclui um monitor de energia que indica as condições de funcionamento do motor elétrico em tempo real e também o fluxo de energia. O Indicador do sistema híbrido mostra o uso do acelerador em tempo real e ajuda o condutor a modificar a forma em que conduz o veículo e pisa no acelerador para maximizar a eficiência do consumo de combustível.
Um monitor mostra o consumo de combustível e os resultados da recuperação energética em intervalos de um a cinco minutos, o que fornece ao condutor informação instantânea sobre a eficiência de combustível e o estilo de condução. Por sua parte, um monitor de registros mostra os dados de quilometragem e o consumo médio de combustível.
NO VIDRO
A terceira geração do Prius incorpora um visor “Head Up Display” (HUD), que projeta informações chave sobre o veículo na base do parabrisas (a velocidade do veículo e o ECO Monitor) e ajuda a maximizar a eficiência de condução. O motorista pode consultar as informações sem desviar o olhar, o que eleva o nível de segurança. O modelo também está equipado com o sistema “Touch Tracer Display”, que permite ao motorista controlar diversos dispositivos do veículo sem necessidade de tirar as mãos do volante. Ao serem acionadas, as funções são apresentadas no painel de instrumentos.
Ao acionarmos o botão de partida, parece que nada acontece, pois não há nenhum barulho. O motor elétrico funciona sozinho até os 40 km/h. No painel digital central, informações sobra a carga e recarga da bateria; se o Prius está funcionando com eletricidade ou com os dois motores ao mesmo tempo. É aí que está o segredo da Toyota, pois o motor a gasolina está acoplado ao elétrico por um conjunto de engrenagens.
Entre eles está o sistema de partida e gerador, em uma só peça. Além do gerador acionado pelo motor a gasolina, o Prius tem um sistema regenerativo do tipo Kers, que recupera a energia das frenagens e desacelerações, para auxiliar na recarga das baterias. Tudo indicado no painel. Durante o processo de frenagem regenerativa, o motor elétrico trabalha como gerador de energia de grande capacidade, transformando parte da energia cinética, que se perde nos veículos tradicionais, em energia para o carregamento da bateria do sistema híbrido, que abastece o motor elétrico.
Quando o Prius está em movimento, uma sofisticada central eletrônica vai comandando quando o motor elétrico deve entrar em ação e quando o motor movido a gasolina passa a atuar e em qual situação os dois funcionam juntos.
DESEMPENHO
Carros ecológicos têm fama de serem lerdos. Puro engano. Basta acelerar forte o Prius para ter uma grata surpresa: o desempenho é ótimo. No híbrido da Toyota, o motor a gasolina é de ciclo Atkinson, com quatro cilindros em linha 1.8 16V VVT-i, de estrutura muito compacta, especialmente desenhado para trabalhar em combinação com o motor elétrico.
Este motor a combustão se destaca por dispensar a utilização de uma correia auxiliar para mover outros componentes do veículo, como o compressor do ar-condicionado, a bomba de água e a assistência da direção, que funcionam com a eletricidade gerada pelo sistema de baterias, colaborando para a redução do consumo de combustível.
O motor elétrico de 650 Volts que equipa o Prius é dotado de corrente elétrica alternada trifásica e funciona em sincronia com o motor a combustão, para potencializar o desempenho em altas velocidades e impulsionar as rodas quando o veículo estiver funcionando exclusivamente no modo elétrico. O Prius que chegou ao Brasil tem potência máxima combinada (motores a combustão e elétrico funcionando juntos) de 138 cv; o torque máximo é de 14,5 mkgf a 4.000 rpm. Chega aos 180 km/h e acelera de zero a 100 km/h em 10,4 segundos.
EFICIENTE
Também ajuda (e muito) o bom desempenho o eficiente câmbio CVT, de funcionamento impecável; além disso, não se nota qualquer tranco na passagem do motor a gasolina para o elétrico. O Prius permite ao motorista selecionar quatro modos de condução, por meio de teclas junto ao console. No modo Normal, o sistema Hybrid Synergy Drive otimiza o uso dos dois motores de forma automática, alternando a fonte propulsora de acordo com as condições de dirigibilidade.
Já no modo EV, que deve ser acionado com o veículo completamente parado, o Prius entrará em modo 100% elétrico, permitindo uma condução em baixas velocidades sem a utilização do motor a combustão até o término da carga da bateria híbrida. Este tipo de condução é ideal para uso em zonas urbanas e em trânsito pesado. Caso o motorista pressione o botão EV e acelere repentinamente, ultrapassando os 40 km/h, o veículo volta ao modo Normal automaticamente.
O modo ECO é utilizado ajustar as respostas de aceleração, caso o motorista pressione repentinamente o acelerador e, ao mesmo tempo, serve para otimizar o uso do ar-condicionado, visando mínimo consumo de combustível. De acordo com a dirigibilidade e a temperatura ambiente, o modo ECO pode ajudar o motorista a obter redução no consumo de combustível entre 8% e 20%.
Por fim o modo PWR (Power), que melhora a resposta do veículo em acelerações, intensificando a potência para otimizar o desempenho. O modo Power oferece resposta máxima de aceleração até 25% superior, quando comparado com o modo Normal, e é ideal na realização de ultrapassagens e retomadas de velocidade.
O consumo surpreende. No modo de condução Normal, o Prius alcança excelentes resultados no que se refere a consumo de combustível urbano, atingindo até 25,5 km/litro, com autonomia de 1.150 quilômetros. A capacidade do tanque de combustível do modelo é de 45 litros. A tecnologia Toyota Hybrid Synergy Drive utiliza uma potente bateria autônoma, que alimenta o motor elétrico, com potência máxima de 27 kW, para o armazenamento de energia e que dispensa carga externa e não necessita manutenção nem troca periódica.
SEGURANÇA
Em termos de segurança, o Prius conta com sistema de freios ABS com Distribuição Eletrônica de Frenagem (EBD), controle de tração e estabilidade (VSC) e assistência de frenagem (BA). O VSC atua nas quatro rodas de forma independente e incorpora ainda uma assistência ativa à direção. O carro vem de série com três airbags frontais (para motorista, passageiro e para os joelhos do condutor), dois airbags laterais para os passageiros dianteiros e dois airbags de cortina, que cobrem as duas fileiras de assentos.
Por fim, o Toyota oferece peças modeladas por injeção (de origem vegetal) em vários pontos, como nas molduras das portas, nos tapetes e nos bancos. Também conta com diferentes componentes com características de alta reciclabilidade. Resumindo, 95% do Prius é recuperável; 85% do veículo é reciclável; 95% dos componentes da bateria de alta voltagem podem ser reutilizados e a tecnologia Hybrid Synergy Drive empregada no Prius produz aproximadamente 44% menos CO2 em comparação com um veículo convencional da mesma cilindrada.
O carro deve estar à venda no Brasil no máximo em um ano, assim que o motor a gasolina for ajustado ao combustível vendido aqui. Nos Estados Unidos custa US$ 22,4 mil; aquí deverá estar entre R$ 100 mil e 130 mil. Uma curiosidade: nos Estados Unidos existem hoje 45 modelos diferentes de híbridos, de Porsche a Cadillac, de Volkswagen a GM.
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