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EUA Exclusivo: aceleramos o Cadillac XTS4 Vsport Platinum

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Quando você chega num estacionamento nos Estados Unidos, vai pegar seu veículo e recebe um elogio do manobrista, pode apostar: seu carro é realmente excepcional. Foi o que aconteceu quando fomos buscar o Cadillac XTS4 Vsport Platinum que a GM Brasil havia reservado para nossa avaliação naquele país. Joe, o manobrista, trouxe o carro, abriu o sorriso e soltou: “Really a nice, nice car”. Realmente, só de olhar o XTS Vsport impressiona. Depois de conhecido a fundo então, dá vontade de morar dentro dele.

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A linha XTS da Cadillac começou a nascer em 11 de agosto de 2009, quando a GM apresentou um concept para os jornalistas especializados. Era o conceito XTS Platinum, que em seguida foi exibido ao público no Salão de Detroit de 2010. Era então um 4×4 híbrido, com 350 cv. Em maio de 2012 o modelo foi finalmente lançado no mercado, transformando-se num enorme sucesso.

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É montado numa das versões da plataforma Epsilon II da GM, a mesma usada em diversos carros de vários portes, e até no Fiat Croma (já existiu uma parceria GM-Fiat, lembra?) e no chinês Roewe 950. Essa plataforma foi desenvolvida pela Opel em 2002, e foi aplicada no Opel Vectra daquele ano e no Saab 9-3 de 2003. De lá para cá, é atualizada constantemente.

MUITO ESTILO

Desenhado por Christine Park, o XTS tem linhas limpas, angulosas, traseira curta, com cromados no lugar certo e estilo que se destaca na multidão. Não dá para negar que é um carro que está adiante de seu tempo. Substitui o DTS (que era menor) e o STS (que era mais estreito).

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Bom, recuperamos o nosso XTS4 Vsport Platinum das mãos de Joe, o manobrista, programamos o GPS e fomos fazer o que mais gostamos: avaliar o carro. Ainda mais na região de Nova Iorque…

O mercado de automóveis de luxo de vez em quando oferece alguns exageros; uns abusam do luxo, outros do desempenho, mas o XTS Vsport é o meio termo perfeito entre luxo e alto desempenho. Quem não conhece muito, imagina que é um “carro de tiozão”, sem sequer pensar que, debaixo daquele fraque todo está um carro realmente esportivo e empolgante.

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Quando a GM começou há alguns anos a rejuvenescer a marca Cadillac, ninguém pensava que iria tão longe, seja em termos de estilo (deixou de ser “carro de mafioso”) muito menos com performances de incomodar o mais puro esportivo que encontrar pelo caminho.

PREPARADO

A receita é aparentemente simples, mas não é e custa muito caro. Pegue um sedã, coloque nele um motor 3.6V6 biturbo, tração integral Haldex, rodas aro 20, freios a disco nas quatro rodas (Brembo na frente), câmbio automático de seis marchas, controle de tração e estabilidade, suspensões recalibradas, amortecedores magnéticos, molas a ar na traseira e escapamentos esportivos, entre outros. Não esqueça de muita, mas muita eletrônica mesmo, e assim você passa a ter um carro com “c” maiúsculo. Ainda não acredita? Então confira esses números: zero a 100 km/h em 5,3 segundos e velocidade máxima de 275 km/h.

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O VTS é um carro de médio para grande nos padrões brasileiros, mas de médio para pequeno nos Estados Unidos. Tem 5.131 mm de comprimento, 1.852 mm de largura, 1.501 mm de altura e entre-eixos de 2.837 mm. O peso da versão avaliada é de 1.896 kg.

A alma de tudo é o motor 3.6V6, cujo nome completo é “3.6V6 Twin Turbo SIDI DOHC VVT”. Uma obra-prima mecânica, todo de alumínio, que entrega 410 cv de potência máxima a 5.750 rpm e 50 mkgf de torque entre 3.500 e 4.500 rpm. O XTS normal tem 304 cv no seu V6 aspirado, o que também não é ruim. Ou melhor, é muito bom.

POR DENTRO

Se por fora e sob o capô o Vsport impressiona, por dentro é o melhor carro que existe para matar seu cunhado de inveja. O modelo avaliado era vermelho metálico por fora (a cor da moda nos Estados Unidos hoje) e todo creme por dentro, com bancos de couro e carpete de microfibra, mais detalhes de madeira (de verdade, não imitações de plástico) e camurça. A cobertura do painel também é de couro, com costuras aparentes.

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Até aí nada demais, mas prepare-se que vai começar o show. O sistema de abertura de portas e partida é sem chave, e o carro tem ainda partida à distância; sistema de som Bose Studio Surround Sound, com 14 alto-falantes; rádio CD Player com SiriusXM Satellite; ar condicionado digital tri-zone; grupo de instrumentos com tela de 12,3 polegadas e diversas opções de cores e configurações; Head-Up Display, com cores e informações configuráveis; friso iluminado que corre do painel para as quatro laterais de porta; volante revestido de couro, com aquecimento, diversos controles e “paddle shift” (“borboletas”) do câmbio; bancos elétricos, com memórias, ventilados e com aquecimento; comandos digitais no console para som, ar condicionado e outros recursos. Há ainda no console um compartimento com tomada USB, para recarga de celular.

E aí vem o CUE. Painel e tela multimídia são digitais (os instrumentos simulam os ponteiros) e ficam apagados. Ao entrar no carro, eles se acendem, projetam imagens com o símbolo da marca e entram em ação. Confessamos que na primeira vez isso causa um impacto muito grande, pois é o cartão de visitas da eletrônica presente.

ERA ESPACIAL

O Cadillac CUE (que significa Cadillac User Experience) é quase uma experiência de ficção científica: tem uma tela de oito polegadas (203 mm) no centro do painel. Além de ser touch-screen, tem sensor de proximidade, reconhecimento de gesto e reconhecimento de voz. Por esta tela é possível comandar o sistema de áudio, navegação, celular, climatização, câmera de ré, dados do veículo e “valet-mode”, para impedir por meio de senha que manobristas (como o nosso Joe) e curiosos modifiquem as configurações programadas.

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Os instrumentos são basicamente três: contagiros, velocímetro e o combinado nível de combustível/temperatura do motor. Mas o centro desses instrumentos pode ser programado: pressão do turbo, GPS, som, velocímetro digital, computador de bordo… O GPS, por exemplo, pode ser projetado ao mesmo tempo no Head Up Display, ao centro do velocímetro e na tela multimídia. O cruise control é adaptativo, o freio de estacionamento elétrico e há detector de carro no ponto-cego de visão dos espelhos, sensor de tráfego cruzado na traseira (ótimo em manobras) e aviso de mudança de faixa sem acionar o pisca (acende uma luz no retrovisor do lado da faixa invadida, um aviso no painel e o assento do banco vibra também, de um lado e de outro.

Não falta no XTS uma tomada de 110 volts; todos airbags possíveis; sistema de auxílio OnStar; aviso de risco de batida no veículo à frente (em caso de desaceleração rápida do outro carro), que projeta uma luz vermelha no Head Up e vibra o assento do banco; memória nos bancos, retrovisores e ajuste do volante; kit de enchimento de pneu (em países adiantados o estepe está abolido); bocal do tanque sem tampa; luzes diurnas por leds, faróis adaptativos e tudo mais que se espera de um Cadillac. Detalhe interessante: as maçanetas externas são na verdade lanternas de led, que se acendem no escuro, quando as portas são destravadas.

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ANDA BEM?

Antes que alguém pergunte, sim, o consumo é muito bom. Faz em média 7 km/litro na cidade e 10 km/litro na estrada. Num lugar de gasolina boa e barata, alimentando um V6 biturbo, não há o que reclamar

Nos Estados Unidos é difícil acelerar acima dos limites de lei, mas sempre dá para encontrar um espaço e sentir o que o carro oferece. Usado dentro dos padrões americanos, o carro é perfeito. Tem desempenho estonteante, visual moderno, desenho de muita personalidade e todos os méritos para deixar de ser um XTS e ostentar o Vsport no nome.

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A estabilidade é correta, com o bom trabalho das suspensões e seus amortecedores adaptativos magnéticos. Claro que o conjunto de rodagem (as belas rodas aro 20 e pneus 245/40) contribuem para a parte de aderência. Direção rápida e precisa, freios mais do que suficientes (pinças da Brembo na dianteira) e desempenho esportivo.

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O preço base do XTS Vsport é de US$ 62.095, com opcionais e frete, chega a US$ 66.410, algo em torno de R$ 150 mil. É um carro caro lá, mas não tão caro se pensarmos em tudo o que oferece, a começar pelos 410 cv. Que esportivo você compraria no Brasil com essa potência e por esse preço? Custa, por exemplo, nos Estados Unidos, US$ 8 mil a mais que o Audi A6 3.0T, mas vale cada centavo.

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Uma semana e quase 2 mil milhas depois, chegou a hora de devolver o carro e voltar para o Brasil. Joe não estava lá para receber o Cadillac, mas o outro manobrista confirmou o que já tínhamos certeza, e finalizou: “Wowwww…. nice car”.

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