EUROPA: CRISE ASSUSTA FIAT, PEUGEOT E CITROËN
A situação está ficando feia para algumas importantes montadoras da Europa. Fiat e Peugeot-Citroën que o digam. O CEO da Fiat, Sergio Marchionne, revelou que a montadora italiana pode fechar uma segunda fábrica naquele país (depois de ter encerrado uma unidade na Sicília, em 2011), pois as vendas de automóveis no mercado europeu estão em queda pelo quinto ano consecutivo. Marchionne prevê um cenário de mais dois ou três anos de recessão na Europa e, nesse período, não há como manter a produção na Itália com a atual capacidade instalada. Com 25% de excedente, o grupo italiano teria que concentrar esforços na produção de produtos para a Chrysler, que neste caso, precisaria de pelo menos 250 mil unidades por ano no mercado americano.
Esta situação obriga a uma escolha: ou a Fiat desiste da exportação de carros para os Estados Unidos ou fecha uma das suas fábricas. Aliás, como forma de combater o prejuízo atual (que, só na Europa, quase duplicou, indo para 207 milhões de Euro no primeiro trimestre deste ano), a Fiat vem adiando o lançamento de novos modelos no mercado europeu e está reduzindo o investimento na região em 500 milhões de Euro este ano. Além disso, a Fiat prolongou o afastamento temporário de cerca de 5 mil trabalhadores da sua sede executiva por 14 dias úteis, a partir de 30 de julho, de acordo com informações reveladas pelos sindicatos.
Na França, a PSA Peugeot-Citroën também está em apuros. Christian Lafaye, porta-voz de um sindicato de trabalhadores da PSA disse que a empresa pode eliminar até 10 mil postos de trabalho naquele país como forma de compensar a queda nas vendas, na casa dos 15% nos primeiros cinco meses deste ano.
O grupo francês recusou-se comentar esta notícia, mas espera-se que até ao final deste mês de julho se reúna com os representantes dos sindicatos para apresentar novas medidas que visam a redução de custos. A situação está tão feia para a Peugeot Citroën que, em abril, a PSA vendeu o edifício da sua sede em Paris por 245 milhões de Euro como forma de amortizar a dívida, poucos días depois de ter tido 7% de suas ações compradas pela GM.