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EXCLUSIVO: diversão e lembranças no “Barcelona Fan Village 2025”

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A icônica cidade de Barcelona, na Espanha, já está comemorando a chegada da Fórmula 1, com o GP que acontece em 1º de junho: a “Fan Village de Fórmula 1 Barcelona”, montada na Praça da Catalunha, abriga atividades relacionadas à principal categoria do automobilismo mundial, com atrações para todos os gostos e idades. E fomos até lá para conferir.

por Rubens Caruso Jr., texto e fotos.

Até o sábado, 31 de maio, a “vila” estará aberta para receber todos os curiosos que queiram saber mais sobre a Fórmula 1, com entrada gratuita mediante o simples download do convite.


MUITAS ATIVIDADES
O evento oferece aos visitantes uma grande variedade de atividades, incluindo simuladores, o “Pit Stop Challenge” (uma disputa de “troca de pneus”) no carro da Aston Martin — e do espanhol Fernando Alonso, claro — e uma réplica do pódio; uma área especial para crianças, com oficinas de carrinhos de brinquedos e emblemas; shows de música ao vivo com renomados DJs espanhóis; palestras com especialistas; espaço de alimentação, além de encontro com pilotos locais, como Fernando Alonso, Carlos Sainz, Pedro de la Rosa ou Marc Gené.

E para os leitores de AUTO&TÉCNICA? O mais interessante: uma exposição com alguns carros históricos da categoria. Coincidindo com o 75º aniversário da categoria e o 50º aniversário da última corrida de Fórmula 1 no parque de Montjuic, os visitantes podem ver verdadeiras joias clássicas da F-1. Confira.

LOTUS 72
Um reencontro emocionante: não víamos esse carro há décadas! O modelo exposto em Barcelona é o 72/R5 — o “5” é referência ao número do chassi. Esse carro foi construído em 1970 e inicialmente usava as cores da Gold Leaf (vermelho e branco com detalhes dourados), mais tarde trocado pelo célebre preto e dourado da John Player Special. O chassi R5 estreou como Lotus 72C no GP dos Estados Unidos em 1970, disputou 56 corridas (20 delas com Emerson Fittipaldi no comando), venceu quatro GPs e o campeonato mundial de 1972, já renomeado Lotus 72D, conquistado pelo mais jovem campeão da história até então. Em 1973, Fittipaldi venceu o  GP da Espanha, disputado no Montjuic Park, distante apenas quatro quilômetros de onde o carro está exposto. No final de 1973 Emerson se acidentou com esse carro nos treinos do GP da Holanda. Restaurado somente em 2013, mantém parte da pintura original e voltou a ser pilotado pelo brasileiro no “Festival de Goodwood” de 2019. Pertence ao Classic Team Lotus.

O chassi R5, acidentado em 1973, esperou 40 anos pela restauração. Emerson, claro, conferiu a qualidade do trabalho.

LOTUS 49 B R/10
Apelidada pela equipe como “Mr. Mônaco”, é o único chassi a vencer duas vezes a mais tradicional prova da F-1. Fabricado em 1967, denominado R5 e depois R10, o modelo exposto foi pilotado pelo campeão mundial Jochen Rindt, com o qual se envolveu em um grave acidente no GP dos Estados Unidos em 1969, mas que não condenou o chassi. Nove unidades do Lotus 49 foram construídas, das quais sete estão preservadas atualmente. O modelo se despediu das competições oficiais no GP da Áustria de 1970, com Emerson Fittipaldi ao volante.
Uma curiosidade do modelo exposto, que pertence ao Classic Team Lotus, é a altura da asa traseira.


BENETTON B198 CHASSI #1
A equipe Benetton foi a “continuação” da Toleman (na qual estreou Ayrton Senna) e competiu no mundial de Fórmula 1 de 1986 até 2001, propriedade da família Benetton, dona de uma cadeia global de lojas de roupas com o mesmo nome. Em 2000 a equipe foi vendida à Renault, que manteve a marca italiana até o ano seguinte. O chassi B198 exposto competiu pela primeira vez no GP da Austrália de 1998, pilotado por Alexander Wurz, usando motor Judd. Hoje pertence a um colecionador britânico.


BENETTON B192/08
Esse carro foi pilotado por Michael Schumacher nos dois GPs finais da temporada de 1992 e nos dois primeiros de 1993. Bonito, mas sem resultados expressivos. Seu esquema de pintura impressiona ainda hoje.


RACING POINT RP19-03
Pilotado por Sergio Perez em 12 GPs durante a temporada de 2019, usava motor Mercedes M10, 1.6V6. Além da incomum pintura na cor rosa, a presença desse modelo serviu para representar bem como os F-1 atuais estão muito maiores em relação aos modelos de décadas passadas, além da presença quase ilimitada de “penduricalhos” aerodinâmicos.


MASERATI 250F CHASSI 2505
Pilotado por Fangio e Stirling Moss, o Maserati 250F é considerado o monoposto mais icônico do período imediatamente pós-guerra, criado para competir na então nova categoria de motores 2,5 litros da Fórmula 1. Com carroceria de alumínio, tinha suspensões mais avançadas que seus concorrentes, estreando no GP da Argentina de 1954 nas mãos do lendário argentino, que venceu em casa. O carro exposto ainda participa de algumas provas, fato entregue pela presença de um “santantônio” inexistente no projeto original.


TOLEMAN TG184
Pilotado em 1984 pelo novato Ayrton Senna, inclusive em sua (“tungada”) vitória no GP de Mônaco daquele ano, que projetou a imagem do piloto, e na conquista de dois pódios, antes de assinar com a Lotus. Johnny Cecotto e Stefan Johansson também pilotaram esse carro. Chama atenção no carro o aerofólio traseiro duplo.

Os brasileiros não esquecem — nem perdoam — a vitória tirada de Senna.

LOTUS 99T/4
Carro da temporada de 1987, construído para Ayrton Senna e Satoru Nakajima, equipado com motor Honda (1.5 litros com cerca de 1.000 cv!) e suspensão ativa. Ayrton conquistou duas vitórias (Mônaco e Detroit) e mais seis pódios durante a temporada, resultando na conquista do terceiro lugar nos campeonatos de pilotos e construtores.


BANDEIRADA!
Espanhóis sabem fazer festas. Corridas também: eles se destacam em motos, monopostos ou ralis, por gerações. As horas que passamos no “Fan Village” em Barcelona foram divertidas e emocionantes, como rever, depois de décadas, o Lotus 72 de Emerson ou o Toleman de Senna. A Espanha vive um bom momento com seu turismo, apesar de haver manifestações contrárias de moradores, especialmente em função da valorização dos imóveis e os custos de locação por conta dos aplicativos especializados em oferecer acomodações aos viajantes. Barcelona estava lotada como sempre, com suas ruas tomadas por multidões (abaixo, La Rambla, uma das mais importantes vias de Barcelona, uma semana antes do GP), comércio cheio a qualquer hora, inclusive as lojas mais renomadas (e caras!). Certamente as arquibancadas do “Circuit de Barcelona-Catalunya” também estarão impossíveis! É assim que as coisas acontecem no Primeiro Mundo…


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