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Ford trabalha em alternativas para o uso da borracha

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Se os taxistas reclamam do aplicativo Uber, os seringueiros do Brasil vão reclamar da Ford. A marca pesquisa alternativas ao uso de borracha nos seus automóveis. O arbusto Guaiúle, uma alternativa à seringueira, poderá permitir redução de 50% na utilização da borracha na produção dos carros da Ford, com reflexos positivos em nível ambiental e, principalmente, dos custos.

 

A borracha é uma substância utilizada em diversos pontos dos automóveis e, por exemplo, um Ford Fiesta utiliza cerca de 3kg deste material, sem contar os pneus. A maioria desta matéria-prima tem origem na seringueira. Isto provoca custos mais elevados, devido às grandes oscilações no preço no mercado internacional, que varia entre US$ 3 e US$ 10 por quilo, fora o aumento das emissões de CO2.

Por essas duas razões, a Ford anunciou que está pesquisando o potencial de fontes alternativas, procurando materiais substitutos que se destaquem pela sua sustentabilidade. Foram agora reveladas algumas dessas opções, com destaque para o arbusto Guaiúle, que cresce no México e sul dos Estados Unidos, embora também estejam sendo estudados os benefícios alcançados com óleos produzidos a partir de laranjas e de soja, e dentes-de-leão.

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O Guaiúle tem sido até agora a principal alternativa encontrada pela Ford ao uso da borracha,  cuja possível introdução no mundo automotivo está agora sendo seriamente avaliada. Num projeto desenvolvido com o apoio do estado do Ohio, Estados Unidos, a Ford calcula que esta matéria-prima poderá permitir à marca reduzir a utilização da borracha nos seus automóveis em 50%, estando previsto que os primeiros protótipos de componentes com a chamada “borracha alternativa” sejam apresentados ao longo de 2016.

A Ford há mais de uma década aposta no desenvolvimento de soluções que permitam substituir a borracha nos automóveis, integrando desde 2001 -juntamente com os fabricantes de pneus Brigdestone e Cooper- o Consórcio PERNA, que trabalha em alternativas a esta matéria-prima.

Isso vai de encontro a um dos maiores fracassos da história da empresa, a Fordlândia. O projeto “Fordlândia”, foi uma vasta área de terras adquiridas por Henry Ford, por meio da Companhia Ford Industrial do Brasil, concessão do estado do Pará. A idéia era criar uma cidade, plantar seringueiras e produzir muita borracha. Cerca de 70% da borracha então produzida no mundo era consumida pelos Estados Unidos, indo grande parte para Detroit. O projeto foi aprovado em 30 de setembro de 1927 e encerrado em 24 de dezembro de 1945, quando a borracha sintética se popularizou e inviabilizou a ideia a Ford.


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