HONDA: CITY MUDA POUCO E CONTINUA CARO
A Honda é uma das poucas montadoras do Brasil que não gosta de críticas, e só convida para seus lançamentos e apresentações jornalistas que, conforme seu critério, não tenham qualquer tipo de ressalva à marca. Nessa lista de indesejáveis, AUTO&TÉCNICA está incluída. Mas nosso compromisso é com o leitor, e não com a Honda, então vamos em frente.
Este o ano a Honda completa 15 anos de fabricação de automóveis no Brasil, e começou a comemorar com o lançamento do Civic 2012, primeiro carro da marca produzido aqui e que, em sua nona geração, veio com bom volume de mudanças em comparação com o anterior, mas que não fez muito sucesso no mercado americano, em especial pelo visual, pouco alterado.
Depois foi a vez do CR-V 2012, este sim bastante modificado, importado do México, e na sequência uma maquiagem no Fit 2013, produzido desde 2003 em Sumaré (SP). Enquanto o CR-V mudou de geração, o hatch ganhou apenas discretas alterações estéticas.
Agora é mais um leve face-lift no City 2013, que desde 2009 é o terceiro modelo produzido pela marca no Brasil. Como era previsto, em sua primeira reestilização depois de três anos de Brasil, quase nada mudou. Mudanças em plásticos são mais baratas e quase sempre iludem os compradores.
Segundo a Honda, o City teve exatos 344 itens modificados. Nessa lista devem estar incluídos porcas, parafusos e arruelas, pois no visual, são diferentes apenas os pára-choques dianteiros e traseiros, a grade cromada, faróis, lanternas traseiras e rodas. Nada de excepcional ou muito caro. O que muda de verdade no sedã é o número de versões: eram oito, incluindo acabamento e transmissões, e agora são quatro: DX (câmbio manual), LX (manual e automático) e EX (automático). Desaparece assim a versão EXL. Incluir a transmissão como variação de versão é outra esperteza da marca.
Na lista de equipamentos, a versão DX continua sendo a básica, com câmbio manual e freios dianteiros a disco. A LX, além da opção do câmbio automático, tem freios ABS e EBD (distribuidor de força de frenagem). Na DX e LX, o ar-condicionado tem controles manuais, mas a LX ganhou sensor de estacionamento traseiro e novas rodas de liga leve aro 15.
A top de linha passou a ser a EX, que recebeu tweeters nas colunas das portas dianteiras, bancos revestidos de couro, rodas aro 16, maçanetas e ponteira de escapamento cromadas, ar-condicionado digital e “borboletas” para troca de marchas junto ao volante. A capacidade do tanque de combustível aumentou de 42 para 47 litros, melhorando um pouco a autonomia.
O motor é o mesmo 1.5 i-VTEC Flex (com controle variável nas válvulas) de 115 cv de potência máxima a 6.000 rpm (gasolina) e 116 cv a 6.000 rpm (etanol), com torque máximo de 14,8 mkgf a 4.800 rpm.
De resto, o City é o mesmo carro: câmbio manual ou automático de cinco marchas, som com rádio CD-Player (MP3/WMA) e entrada auxiliar (tipo P2 e USB, menos na versão DX), porta-malas com capacidade para 506 litros e air bag frontal para motorista e passageiro, entre outros.
E no mercado? O City pretende brigar com concorrentes de peso e mais atuais, como o Ford New Fiesta, VW Polo, Fiat Linea e Grand Siena e, principalmente, com o novo Chevrolet Cobalt, líder de vendas entre os sedãs compactos. Em março, pelos números da Fenabrave, o Cobalt vendeu 6.062 unidades, contra apenas 1.884 do City e 795 do New Fiesta.
Analisando a tabela de preços fornecida pela Honda, a versão DX manteve o mesmo valor, o LX manual teve aumento de R$ 1.570, e com câmbio automático subiu R$ 890. Já a EX mantém o mesmo preço, mas recebeu todos os itens de série da finada EXL, que tinha o absurdo preço de R$ 72.625. Isso mesmo, mais de R$ 70 mil…
O Honda City continua sendo um carro muito caro, pois o Civic, em sua versão mais barata, custa R$ 69.900, e o novíssimo Chevrolet Cruze parte dos R$ 67.900, carros de categoría superior. Mas é assim que a marca japonesa trabalha, e por isso não tem interesse em críticas construtivas.
Confira os preços:
DX 1.5 16V Flex Manua: R$ 53.620
LX 1.5 16V Flex Manual: R$ 58.990
LX 1.5 16V Flex Automático: R$ 62.190
EX 1.5 16V Flex Automático: R$ 66.855