Classic Cars

Desempenho: Lotus Omega, o sedã endiabrado

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Hoje em dia é comum encontramos automóveis com jeitão familiar e doses exageradas de potência, alguns deles mais potentes e rápidos que muitos automóveis esportivos, casos do BMW M5, Audi RS6, Mercedes E63 AMG e Dodge Charger Hellcat, entre outros. Porém, no início da década de 1990 isso não era tão comum, e era muito raro encontrarmos sedãs de altíssimo desempenho, e é exatamente aí que o Lotus Omega entrou para a história do automóvel.

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Com a mesma carroceria do primeiro Chevrolet Omega nacional, era conhecido na Inglaterra como Lotus Carlton ou Vauxhall Lotus Carlton, e no resto da Europa como Lotus Omega, um automóvel que revolucionou um segmento de mercado e gerou muita polêmica, tudo por conta da sua capacidade dinâmica.

opel lotus omega 5 630x472 Lotus Omega – Super berlina

O carro começou a chamar atenção dos jornalistas devido aos números exagerados de desempenho que conseguia alcançar, em especial a velocidade máxima de 285 km/h. Deixar para trás automóveis genuinamente esportivos da época com quatro passageiros a bordo mais bagagem também não ajudou a sua fama entre o público. Um jornalista inglês afirmou naquela época que este era um automóvel que não devia ser vendido para quem ousasse andar em velocidade máxima próxima dos 300 km/h. E sugeriu que era mais seguro limitar a velocidade a 250 km/h, algo que já era feito pelos construtores alemães.

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Esta opinião chegou à opinião pública em geral, e muitos pediram para que a produção deste modelo fosse suspensa. Ainda assim os responsáveis da General Motors Europe não deram importância e não se preocuparam em limitar a velocidade máxima do Omega. A produção do Lotus Omega começou em 1990, quatro anos depois do modelo queserviu de base ter sido lançado na Europa.

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A marca tinha como objetivo a produção de cerca de 1100 destes exemplares, mas devido ao elevado preço do modelo, cerca de US$ 80 mil, e estando a Europa numa recessão de doer, os Omega Lotus não venderam como previsto e a sua fabricação foi interrompida em Dezembro de 1992. Duas unidades chegaram ao Brasil.

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Este modelo tinha um nome-código interno, Type 104, e as principais diferenças visuais para o modelo convencional podiam ser facilmente identificadas, já que a Lotus equipou a carroceria com uma enorme asa traseira, entradas de ar no capô, emblemas Lotus e um kit que alargava os pára-lamas. O Lotus Omega foi vendido em apenas uma cor, verde escuro, chamado Imperial Green.

Mas é na parte mecânica que este Omega mais se destaca, onde a marca inglesa começou o trabalho dando vida nova ao motor Opel 3.0 de 24 válvulas e seis cilindros em linha, que era usado no modelo GSi e nos Omega nacionais.

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Os técnicos da Lotus aumentaram a cilindrada para 3.600 cm3 e adicionaram dois turbocompressores Garret T25, com pressão de 0,7 bare a 1500 rpm. Além de montar dois intercoolers arrefecidos a ar e água, os engenheiros da Lotus fizeram mudanças no motor para este fosse suficientemente confiável com o grande aumento de potência, em especial no reforço do bloco e na adocão de um virabrequim mais resistente e pistões forjados.

Para levar toda esta potência ao solo, a caixa de câmbio escolhida foi a manual de seis velocidades, a mesma ZF que equipava o então Chevrolet Corvette ZR-1. Para garantir a tração também foi instalado um autoblocante herdado do Holden Commodore V8.

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Com 382 cv de potência máxima e 57 mkgf de torque máximo, este sedã acelerava de zero a 100 km/h em 5,4 segundos e aos 160 km/h em 11,1 segundos. Devido à sua velocidade máxima (285 km/h), este modelo deteve o título de sedã de quatro portas mais rápida do mundo durante vários anos.

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A suspensão era basicamente o sistema multi-link do Omega e que foi bastante elogiado na época, mas assim mesmo a Lotus melhorou o sistema para garantir mais estabilidade em alta velocidade e também permitir ao modelo comportamento dinâmico mais esportivo. Em termos de molas e amortecedores, foi usado o mesmo conjunto do Opel Senator. Do Senator também veio o sistema de direção assistida Servotronic, que a baixa velocidade permitia a direção leve e que em alta velocidade tornava a direção mais precisa e pesada. Foi usado nos últimos Diplomata nacionais.

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As rodas especiais que equipavam o Lotus Omega tinham construção monobloco para maior resistência e eram aro 17. Produzidas pela Ronal e calçadas com pneus Goodyear Eagle, permitiam excelente tração e estabilidade mesmo em condições precárias. A segurança foi também reforçada no capítulo “frenagem”, com discos de dimensões generosas: 328 mm na frente com pinças de quatro pistôes da marca AP, e no eixo traseiro, discos de 300 mm mordidos com pinças de dois pistões.

Devido ao seu alto desempenho, logo o Lotus Omega caiu nas graças dos ladrões de automóveis, o que provocou em Inglaterra um problema, já que os carross da polícia (em geral Opel/Vauxhall Senator 24V) não conseguiam acompanhar tamanha disposição. A polícia britânica, usando carrinhos limitados a 140 km/h nunca conseguiu perseguir os criminosos que usavam os Lotus capazes de atingir 285 km/h…

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Hoje este modelo é bastante procurado no mercado de usados na Europa, já que são considerados clássicoss, não só pela valorização que estão atingindo, mas também porque são raros por conta da produção rápida e limitada que teve.


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