Para assustar no Halloween, o carro mais feio do mundo
Uma coisa terrível aconteceu em 2001: o lançamento do Pontiac Aztek. A General Motors tem em seu portfólio uma série de carros memoráveis: os luxuosos Cadillac; esportivos como Pontiac Trans Am e Chevrolet Camaro; carros vendidos aos milhões, como os Bel Air 55/56/57 e Impala; objetos de desejo, como os novos Chevrolet Camaro e Corvette e até carros que não fizeram muito sucesso. Mas nada supera em estranheza –para não dizer feiúra- o Pontiac Aztek. Quer magoar alguém na GM? Então diga que ele é o “pai do Aztek”…
O Aztek foi um crossover produzido pela GM com a marca Pontiac de 2001 a 2005, na verdade o primeiro carro da corporação nessa categoria. Quando foi apresentado no Salão de Chicago, o carro surpreendeu pelas linhas estranhíssimas, a ponto de a revista “Time” em 2007 o ter considerado o carro mais estranho de todos os tempos, enquanto o jornal “The Daily Telegragh” em 2008 o colocou como o número 1 na lista dos 100 carros mais feios de todos os tempos. Pior é que com absoluta razão.
A idéia do Aztek veio do fato de que os SUVs na época não eram muito apropriados a atividades fora do asfalto. Assim o carro foi focado em consumidores mais jovens, e oferecia também boa capacidade de cargo e bancos posicionados altos. Deveria custar bem menos que um SUV e não podia ser dos mais beberrões. Mas chegou ao mercado caro, com desenho pavoroso e longe de ser um primor de dirigibilidade, por conta da carroceria alta e volumosa.
AINDA CONCEITO
A primeira aparição do Aztek foi em 1999, como o concept Xtreme, que prometia linhas futuristas, muita versatilidade e adequação para atividades fora de estrada. A primeira série do carro em 2001 veio acompanhada do slogan: “O mais versátil carro do planeta”, com participação especial no game show “Survivor”. Mas não agradou.
O Aztek era produzido na fábrica mexicana de Ramos Arizpe, dividindo a linha de montagem com o Buick Rendevouz. Chegou disponível com tração dianteira ou integral e versões básica e GT. A 4×4 oferecia o sistema Versatrak, totalmente automático e que garantia a melhor capacidade de tração em qualquer tipo de piso.
Curiosamente esse Pontiac foi um dos primeiros automóveis do mundo desenhados usando computadores no desenvolvimento de protótipo e depois analisado em simuladores. O painel de instrumentos foi desenhado por um fornecedor da NASA e apresentava head-up display -projeção de informações diante do motorista- usada hoje nos Corvette, por exemplo.
Entre os opcionais, sistema de som Pioneer com 10 alto-falantes, pensando sempre em agradar os mais jovens. Em 2004 ganhou a série Limited Edition, que apresentava bancos de couro, sistema de som de melhor qualidade, spoiler traseiro, detalhes internos de alumínio e bancos elétricos; ficou disponível nas concessionárias por apenas dois meses.
EM QUEDA
A GM planejava vender 75.000 Aztek por ano, e precisava produzir 30.000 carros/ano para amortizar o investimento. Mas apenas 27.322 unidades foram comercializadas em 2001 e o mesmo volume no ano seguinte, mais de 50% para locadoras de carros e executivos da própria GM. Além de feio era caro para atender o público jovem, além de custar mais caro que muitas SUVs. Depois de 2001, o GT teve seu peço reduzido e o carro oferecia generosos descontos nas revendas, em especial na campanha de juros “zero” instituída pela GM depois do ataque de 11 de setembro, como forma de incentivar a economia daquele país.
Por outro lado, o carro apresentava alto índice de satisfação dos clientes, e foi eleito pela J.D. Power como o mais interessante veículo de entrada de 2001. Podia ser feio, mas não era ruim. Sempre com a ressalva do desenho…
Se o Cadillac 1959 é o máximo em termos de desenho de automóvel, o Aztek era o oposto. Em 2002 o carro desenhado por Wayne Cherry ganhou alguma limpeza no desenho, por orientação de Bob Lutz. Mas não adiantou, e o Aztek definhou em vendas e deixou de ser produzido em 2005, substituído pelo Pontiac Torrent; a fábrica do México passou a produzir o HHR, esse sim um sucesso estrondoso. Algumas unidades em estoque ainda foram vendidas nos dois anos seguintes.
Resumindo, o Aztek foi uma alma penada que teve breve passagem pela Terra e se foi sem deixar muita saudade. Ou saudade alguma. Quer assustar as crianças no Halloween? Esse é o carro indicado.
ANO A ANO
2001
O carro chegou com as versões básica e GT, tração dianteira ou integral e suspensão traseira independente. Em fevereiro um Aztek vermelho foi pace-car da Daytona 500.
2002
O modelo perdeu alguns apliques da carroceria e ficou com as linhas menos poluídas. Lanternas e piscas dianteiros deixaram de ser em ambar e passaram a ser claros; um spolier foi adicionado à traseira.
2003
O Aztek “Rally Edition” foi apresentado, com suspensão dianteira mais baixa, um grande spoiler traseiro, grade da cor da carroceria e rodas aro 17 cromadas. Tinha ainda DVD, rádio por satélite e monitoramento de pressão dos pneus na lista de opcionais.
2004
Sistema de som com CD/MP3 passou a ser disponível como opcional.
2005
No final da produção, o Aztek recebeu sistema OnStar e viva-voz.
RAIO-X
Produção | 2001–2005 |
Local | Ramos Arizpe, México |
Predecessor | Pontiac Sunrunner (Canadá) |
Sucessor | Pontiac Torrent |
Classe | Crossover/SUV médio |
Estilo | quatro portas, SUV |
Layout | Motor dianteiro, tração dianteira ou integral |
Motor | 3.4V6 |
Transmissão | automática de quatro marchas, caixa 4T65-E |
Entre-eixos | 2.751 mm |
Comprimento | 4.625 mm |
Largura | 1.872 mm |
Altura | 1.694 mm |
Culpado | Wayne Cherry |
VENDAS
ANO | TOTAL |
2001 | 27.322 |
2002 | 27.793 |
2003 | 27.354 |
2004 | 20.588 |
2005 | 5.020 |
2006 | 347 |
2007 | 25 |