Classic Cars

Quer investir pesado? 10 carros europeus altamente colecionáveis

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Você acredita que recebe o que paga. Está mais ou menos certo, mas no mundo dos carros clássicos isso nem sempre é verdade. O conceito é mais ou menos simples: preço é o que você paga; valor é o que você leva para casa. E segundo especialistas, o valor estabelecido é determinado por um estado mental.

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Vamos usar um exemplo prático. Você está perdido no deserto, a água acabou e, de repente, voce encontra um bar. Ali a garrafa de água gelada terá valor inestimável mas preço normal. Voce pagaria absurdos  para matar a sede, mas em seguida a segunda garrafa de água continuará custado o mesmo, mas terá bem menos valor.

Por isso o estado mental é decisivo na experiência de compra. As pessoas analisam o preço de um produto, mas também o grau de necessidade, qualidades e atributos. Assim, muitas vezes, não é o preço que determina a escolha, e sim o valor.

No mundo dos automóveis clássicos, essa é mais ou menos a regra. Preço é o que o mercado pode pagar, mas o valor supostamente agregado pelo vendedor pode levar a pedidas absurdas. Tem que se estabelecer a relação entre preço e valor para não fazer nenhuma bobagem. Algo como pagar mais de R$ 100 mil num Ford Maverick ou Dodge Dart.

Para os comerciantes desse segmento, ainda há veículos que são excelentes negócios. Mas sempre é preciso observar as tendências de mercado, pois dentro de pouco tempo os preços vão começar a subir e será impossível pagar menos de R$ 15 mil ou 20 mil numa Brasilia, por exemplo.

Mesmo em épocas de crise, o investimento em automóveis continua a ser rentável desde que seja bem calculado. Passada a crise -que em geral traz os preços para patamares normais, afinal ninguem tem dinheiro sobrando- vamos ver de novo aumentos de preços, muitos absolutamente irreais.

AUTO&TÉCNICA traz uma lista com 10 sugestões. Não são carros fáceis de encontrar por aqui -alguns impossíveis- mas para quem realmente é do ramo e quer investir em modelos que terão alta valorização, fica a dica. Na Europa são cotados pelos especialistas como exemplos de carros que vão subir muito de preço em curto espaço de tempo. E com mais de 30 anos, podem ser importados…

Peugeot 205 GTI

Desconhecido no Brasil nesta versão, na Europa se dizia que, ao longo dos anos, o pequeno 205 GTI iria mais valorizar que o Golf GTI, mas por lá até agora é mais fácil comprar um Peugeot que um Volkswagen, e a preços bem mais interessantes. Por valores aceitáveis, é possível comprar um pedaço de história da industria automotiva, quando nasceram os “esportivos de bolso” como este 205 GTI. As versões 1.6 são as mais comuns, e com o motor 1.9 mais raros. As peças não são comuns e um carro desses mal cuidado pode ser uma dor de cabeça. Porém, está a começando a valorizar.

Alfa Romeo GTV/GT Junior

Ainda existem alguns sobreviventes no Brasil na versão Giulia. Lindos como qualquer Alfa Romeo, estes GTV resumem o que é a marca italiana. Houve um pico de interesse nestes modelos, mas os preços estagnaram e estão novamente em alta, com alguns superando a casa dos US$ 50 mil, bem mais do que se paga no Brasil. Na Europa começam a ser cada vez mais raros, porque muitos perderam a luta contra a ferrugem, o maior inimigo dos carros italianos da época. Os modelos “Scalino” e os mais potentes GTV são os mais procurados. O Giulia pode ser uma boa opção caso não encontre um carro acessível e que tenha uma boa estrutura. E se prepare, pois encontrar um imaculado por aqui é quase impossível.

BMW 850

Bastante raras no Brasil. Depois do 635 CSi, a vida dos cupês BMW foi sempre difícil. O enorme Série 8 tentou, jogando a cartada do conforto e dos motores sofisticados. Verdadeiro compêndio tecnológico, o Série 8 era caro e exagerado, com seu motor 5.6V12 e caixa de câmbio manual. Nos últimos anos, a sua raridade está pressionando os preços e começa a ser complicado encontrar veículos em bom estado a preços simpáticos. Ainda mais raro e muito mais cara é a versão Alpina, mas essa é para os felizardos alemães apenas.

Saab 900 Turbo

Por incrível que pareça, no começo dos anos 1990 a GM trouxe alguns para o Brasil. O fim da marca sueca levou os preços de alguns modelos a subirem rapidamente na Europa, e se veículos como o 96 V4 ou outros ainda mais antigos dispararam para valores quase obscenos, o 900 continua a ser um carro muito civilizado para utilização diária, mesmo tendo nascido nos anos 1980 do século passado. A versão 900 Turbo é a mais procurada, não só pela raridade, mas também pela confiabilidade. O modelo existe em carroçaria fechada ou conversível (era o carro do Seinfeld, lembra?), sendo este o mais raro e caro.

Volvo P1800

Muito poucos sobreviventes no Brasil. Não sabemos por quanto tempo mais o P1800 continuará na lista de clássicos acessíveis no mercado europeu. Elegante, desenhado pelo estúdio Frua, este Volvo ficou famoso por ter sido usado no filme “O Santo”, protagonizado por Roger Moore. Infelizmente a carroceria feita nas instalações italianas da Frua não é tão durável quanto a mecânica sueca, o que torna raro um exemplar em perfeitas condições. Por isso, os preços começam a subir de forma vertiginosa.

Jaguar XJ-S

Também poucas unidades no Brasil. O Jaguar é um dos automóveis mais interessantes da indústria britânica, embora durante anos tenha passado despercebido. Um interior luxuoso, estilo muito interessante –principalmente a primeira geração– um bom porta-malas e um motor V12 que urra de forma quase sensual, fazem do XJ-S um carro cobiçado. Mas quem quiser ter um terá que se apressar um, pois os modelos equipados com o motor V12 são raros e alguns foram derrotados pela corrosão. O seis cilindros em linha é menos entusiasmante, mas também mais barato. A cotação de ambos está subindo quase ao mesmo ritmo com que o XJ-S V12 esvazia o tanque de gasolina.

Maserati 3200

Não é um carro muito antigo, mas faz parte de uma época em que a digitalização ainda não era palavra de ordem ,e este Maserati é daqueles carros que ainda está acessível. Na Europa, claro. Aqui custa uma fortuna. As lanternas tipo “boomerang”, o estilo e o motor V8 biturbo são icônicos e fazem do 3200 GT um futuro colecionável. O interior não é lá grande coisa, mas isso era típico dos italianos dos anos 1990 e faz parte do charme deste Maserati. O som do motor vai faze-lo esquecer isso e também do preço, pois estes 3200 GT são raros no Brasil.

Audi TT

Fáceis de encontrar no Brasil. A primeira série do TT não ficou famosa pelos melhores motivos, mas a Audi contornou o assunto e acabou por vender um bom número de modelos. O carro desenhado por Peter Schreyer é um ícone em termos de estilo, mas o TT continua ainda acessível. A qualidade de construção e a confiabilidade são garantia do investimento num TT da primeira geração. Procure uma unidade com histórico de manutenção e não se preocupe tanto com os quilômetros rodados. Ainda é um pré-clássico, mas o TT é um bom investimento, particularmente se conseguir encontrar um TT V6 quattro. O potencial de valorização é imenso.

Mercedes-Benz SL (R129)

Alguns chegaram ao Brasil. Os modelos SL da Mercedes sempre foram muito procurados, mas a maioria acabou por se entusiasmar com o tet concavo, conhecido como “Pagoda”. A verdade é que a família SL foi evoluindo no tempo e, hoje, o R129 ainda é razoavelmente acessível, embora a cotação esteja a subindo, como acontece com qualquer conversível bom. Produzido entre 1989 e 2001, há muitas versões para escolher, incluindo a entusiasmante SL73 AMG. Mas essa está já muito além do patamar do que se conhece por “acessível”. Como acontece com todos os Mercedes das décadas de 1980 e 1990, tem algum problema com a ferrugem e os para-lamas traseiras são pontos que se deve inspecionar com muito cuidado antes de comprar um destes belos Mercedes SL.

Lancia Delta Integrale HF

Isso é simplesmente espetacular, e nunca vimos uma no Brasil. São carros cuja cotação está subindo como flecha, e raramente se consegue encontrar algum na Europa abaixo dos US$ 50 mil. A carroceria quadrada, os alargadores de paralamas que escondem bitolas largas, o motor 2 litros sobrealimentado e a tração integral fazem deste um carro absolutamente desejável. Se juntar a tudo isto o “pedigree” das pistas, temos aqui um clássico de primeiro nível. A confiabilidade não é das suas maiores características e a ferrugem é sempre um problema nos carros italianos. Atenção, também, aos diferenciais e a cada vez maior escassez de peças. Se gostaria de ter um na sua coleção, apresse-se pois logo uma Integrale custará perto dos US$ 80 mil.


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