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TEST DRIVE: Fiat Uno Way 1.3 Dualogic

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O Fiat Uno Way 1.3 mostra como os motores da marca italiana estão evoluídos. Equipado com o motor 1.3 Firefly de quatro cilindros, tem melhor desempenho e rendimento que o antigo 1.4, além de menor consumo de combustível. Mas essas não são as únicas qualidades da linha Uno 2017. Confira.

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cm³- não é suficiente para isso, pelo contrário. A resposta está no projeto moderno do motor, que apresenta melhor eficiência energética.

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A potência e torque também são superiores no 1.3: 101/109 cv (gasolina/etanol) de potência contra 85/88 cv do 1.4; 13,7/14,2 mkgf contra 12,4/12,5 kgfm do 1.4. Mais adiante detalharemos esse novo motor.

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O Fiat Uno é muito importante para a Fiat no Brasil, muitas vezes sendo o carro mais vendido da marca, Desenho diferenciado e bom espaço interno atraem os consumidores. Por isso foi o modelo escolhido para estrear a nova linha de motores Firefly (vagalume, em inglês). No caso do Way 1.3, a estratégia é disputar mercado entre os hatchs compactos, trazendo como atrativo o visual aventureiro e a opção de câmbio automatizado com seleção feita por botões no console ou “borboletas” junto ao volante.

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Os 84 cv do velho 1.4 agora dão lugar aos 109 cv do 1.3 Firefly. E isso faz muita diferença, afinal significa ganho de quase 24% de potência. A versão que AUTO&TÉCNICA avaliou, a Way 1.3 Dualogic, tinha câmbio automatizado de cinco velocidades, controles eletrônicos de estabilidade e tração, assistência de partida em rampas e sistema Start/Stop, entre outros.

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O visual mudou muito pouco em relação aos Way anteriores. A dianteira foi redesenhada, semelhante à do Mobi. No Way são aplicadas barras longitudinais no teto, detalhes no interior na cor grafite, faróis com moldura escurecedora, maior vão livre em relação ao solo, apliques em forma de molduras nos para-lamas, largos frisos laterais com o logotipo Way e lanternas traseiras com acabamento escurecido, tudo para diferenciar a versão dos demais Uno e garantir o visual aventureiro do carrinho.

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O Uno nunca teve medo de curvas, e na linha 2017 o Way 1.3 Dualogic está equipado com controle eletrônico de estabilidade e tração, o que permite até explorar um pouco de esportividade do novo motor Firefly, apesar dessa não ser sua proposta. Em termos de consumo, o InMetro aferiu médias de 9,3/10,1 km/litro (cidade/estrada com etanol) e 13,2/13,7 km/l com gasolina, também cidade/estrada. Não dá para reclamar.

O Uno é um carro compacto, mas mesmo assim quatro adultos conseguem se acomodar sem dificuldades. A suspensão bem calibrada garante conforto, com isolamento acústico razoável. Destaque também para a conectividade. Há o sistema -opcional- Live On, que usa bem os smartphones Apple e Android na central multimídia, permitindo interagir com diversos aplicativos além das informações do próprio carro. Como convém hoje em dia, há vários porta-objetos no carro. O carro conta ainda com um pequeno espelho auxiliar para quem vai na frente monitorar crianças no banco traseiro. O acabamento não é luxuoso, mas é bem cuidado e agrada em cada detalhe.
 
COMO ANDA
 De imediato, causa alguma estranheza o câmbio Dualogic com seleção de marchas feita por botões no console. Toda novidade é assim, mas é esse câmbio que vai facilitar sua vida no trânsito, eliminando a necessidade de usar pedal de embreagem e alavanca de câmbio. D, R, N… e pronto! Em minutos você acostuma.
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Não dá para esperar esportividade de um motor 1300, a não ser que ele tenha turbo ou supercharger, comando de válvulas variável, dois comando no cabeçote, multi-válvulas etc. Mas aí o custo dispara e o preço vai nas alturas. Em todo caso, a troca do antigo motor 1.4 pelo novo 1.3 Firefly deu algum ânimo ao Uno.Com etanol, a aceleração de zero a 100 km/h é feita na casa dos 10 segundos, excelente diante dos concorrentes; a velocidade máxima é de 177 km/h (com etanol ou gasolina no tanque). O Uno Way 1.3 Dualogic não tem dificuldade alguma para enfrentar o trânsito urbano ou acelerar nas estradas.
O FIREFLY EM DETALHES
O Uno 2017 chegou com  os novos motores flex da marca: 1.0 de três cilindros e 1.3 de quatro cilindros, com bloco em alumínio. fazem parte da nova “família” global de propulsores denominada FIREFLY. São os novos motores desenvolvidos pela FCA –Fiat Chrysler Automobiles- e que fizeram sua estreia mundial a partir dos carros produzidos em Betim.
Estes motores estavam sendo trabalhados pela Chrysler, quando ela foi adquirida pela Fiat, e são baseados nos motores Tritec, que eram feitos no Brasil entre 1999 e 2007 pela joint venture entre Chrysler e BMW, para aplicação nos Neon, PT Cruiser e Mini, entre outros. Em março de 2008 a Fiat adquiriu a Tritec, incluindo instalações e licenças.

Ambos oferecem o maior torque de seus respectivos segmentos, aliado a baixo consumo. No motor 1.0 são 10,9 mkgf a 3.250 rpm e, no 1.3, 14,2 mkgf a 3.500 rpm. Esse torque é distribuído desde as baixas rotações, diferenciando-se da grande maioria dos rivais multiválvulas, o que garante prazer ao dirigir e eficiência energética, sempre com baixo consumo de combustível.

Um dos segredos desses novos propulsores foi o estudo profundo de como o cliente dirige e usa os motores em seus veículos. Com base nos dados apurados, foram estabelecidas as especificações que deram origem à nova gama de motores, que privilegia o torque, as soluções mecânicas inteligentes, o baixo consumo de combustível e o “fun-to-drive”.

O projeto global do grupo FCA foi desenvolvido com grande contribuição de equipes brasileiras. As necessidades dos clientes brasileiros e latino-americanos foram contempladas na concepção e projeto. O Brasil e seus vizinhos latino-americanos são países de grandes dimensões, que apresentam vários desafios, como grandes diferenças de altitude, aclives e declives acentuados, temperaturas extremas. Além disso, o motorista brasileiro é exigente e espera do motor atributos muitas vezes contraditórios, misturando arrancadas fortes, baixo consumo e pouca manutenção.

Boa parte disso é resolvido por meio de adoção de duas válvulas por cilindro, solução mais indicada para uso urbano. Com duas válvulas por cilindro, os motores têm maior torque (o que melhora as respostas do acelerador em acelerações e ultrapassagens) e menor consumo, principalmente em cargas parciais (pouco acelerador) e rotações médias, situações nas quais o motorista busca economizar combustível.

Para otimizar o desempenho com duas válvulas, a FCA revolucionou o desenho das câmaras de combustão. As válvulas de admissão são responsáveis, em parte, pela aspiração da mistura ar/combustível para dentro dos cilindros, enquanto as válvulas de escapamento auxiliam a expulsão dos gases queimados.

Mas a quantidade de válvulas não é a única determinante para o fluxo dos gases. Outros fatores influenciam esta dinâmica, como o desenho e o formato dos dutos de admissão e escapamento e a configuração do comando de válvulas. Este controle de combustão, devido às soluções do projeto dos dutos de aspiração e escapamento, passando pelo desenho da câmara de combustão e diagrama do comando de válvulas; os motores 1.0 e 1.3 seguem um conceito modular, e são múltiplos de um mesmo cilindro. A adoção de uma única dimensão de pistão e cilindro possibilitou maior refinamento no desenvolvimento do produto. Esta construção modular permite que vários componentes sejam compartilhados entre as versões de três e quatro cilindros, racionalizando a produção e permitindo uma manutenção mais fácil.

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Com duas válvulas por cilindro, seu desempenho geral se equipara ao da maioria dos motores quatro válvulas, como indicam os valores de potência máxima de cada um deles. No 1.0 de três cilindros, são 77 cv, que chegam aos 109 cv no quatro cilindros, o maior valor já alcançado em um motor 1.3 fabricado no Brasil, comparável até mesmo ao desempenho de alguns motores 1.6. Em termos de potência específica (82 cv/litro), o 1.3 supera todos os concorrentes do mercado de 1.2 até 1.6 aspirados

A potência e o torque gerados por um motor são influenciados pelo consumo de energia demandada para seu próprio funcionamento. A nova linha de motores da Fiat consome pouca energia interna, devido às soluções construtivas.

A adoção de duas válvulas por cilindro é um fator de economia. Ao contrário das unidades multi-válvulas, os novos motores não precisam acionar um conjunto complexo de componentes, como  quatro molas, quatro balancins e quatro válvulas em cada ciclo. Com um único eixo comando de válvulas, o torque necessário para mover este conjunto corresponde a um pouco mais da metade da força necessária nos motores concorrentes.

O “trem de válvulas”, que consome menos energia pelo simples fato de contar com menos elementos, ainda se beneficia de um moderno e inteligente sistema de “roller finger”. Trata-se de um dispositivo que adota um rolamento exatamente na posição de maior atrito do conjunto, ou seja, no ponto de contato com o “came” (ressalto do eixo de comando). Esta solução construtiva reduz drasticamente a perda de energia e, com menos força para se movimentar internamente, mais potência e torque sobram para as rodas do veículo. E isto também se converte em redução de consumo e menos emissões.

À tecnologia aplicada ao desenvolvimento de uma câmara de combustão de alta eficiência, soma-se o sistema de ignição Top Coil, que possui uma bobina por cilindro, aumentando a velocidade e a estabilidade da combustão. Além de serem dedicadas, estas bobinas operam com alta energia: são 70 mJ, quase o dobro dos modelos tradicionais, de 40 mJ.

Como todo esse conjunto opera em sintonia, cada bobina fica conectada direto sobre as velas, dispensando o uso de cabo, aumentando a confiabilidade e a durabilidade do sistema. Já as velas de ignição com eletrodo composto por liga de irídio (mais robustas e duráveis) têm maior condutividade e ponto de fusão mais alto. Essas características permitem o uso de eletrodos mais finos e pontiagudos, favorecendo a formação da centelha e, novamente, colaborando para a estabilidade de combustão.

Nesta linha de motores Firefly, até mesmo a própria movimentação dos pistões e virabrequim foi otimizada. Tradicionalmente, a linha central dos pistões de um motor fica alinhada com o centro do eixo do virabrequim. Isso faz com que o ângulo entre a biela e a parede do cilindro seja igual, tanto na fase de expansão, quando é aplicada uma grande força na cabeça do pistão depois da queima da mistura ar-combustível, quanto na compressão, quando esta força é bem menor. Para diminuir o atrito entre pistão e cilindro,  há um “offset” de 10 mm entre o eixo do virabrequim e o centro dos pistões. Este pequeno e estudado deslocamento reduz muito o atrito do conjunto, resultando em mais energia final.

Até mesmo a bomba de óleo, responsável pela lubrificação do motor, recebeu atenção no projeto, para se tornar mais eficiente.  Ela é de deslocamento variável e altera o seu fluxo de acordo com a necessidade do motor, demandando menos potência e reduzindo consumo e emissões.

Um indicativo da atualidade ou não de um motor é a taxa de compressão. Quanto mais alta, maior o aproveitamento da combustão da mistura ar/combustível, o que resulta em mais potência e menor consumo. A taxa de compressão apenas pode ser elevada se o motor oferecer condições estáveis de combustão. Como resultado, a taxa de compressão do novo motor (13,2:1) é maior que a grande maioria dos motores multi-válvulas com injeção direta, em nível mundial.

O Firefly traz características construtivas e de projeto que otimizam consumo e desempenho. O motor apresenta ótimo enchimento dos cilindros (comparáveis aos melhores quatro válvulas do mercado), combustão completamente otimizada (comprovada pela alta taxa de compressão), consumo interno de energia baixíssimo (único comando de válvulas roletado e duas válvulas por cilindro) e ainda se beneficia da melhor aplicação do CVCP (Continuously Variable Cam Phaser, ou variador contínuo do comando de válvulas), capaz de adotar o ciclo Miller de combustão em baixas cargas e com médios regimes de rotação.

Uma das limitações de eficiência do motor de ciclo Otto é a perda de bombeamento causada pela borboleta do acelerador, quando em carga parcial. Quando a velocidade do veículo está estabilizada e o motorista reduz a pressão do pedal do acelerador, a maioria dos motores diminui a abertura da borboleta do acelerador, criando uma perda considerável pelo bombeamento dos pistões. Neste momento, os Firefly adotam uma variação no eixo do comando de válvulas (por meio do CVCP), atrasando a abertura das válvulas de escapamento e admissão, diminuindo as perdas por bombeamento e aumentando significativamente a eficiência do motor nesta condição de funcionamento.  Ainda que hoje o uso do variador de fase do comando de válvulas seja bastante difundido, a forma como este componente é aplicado é um passo à frente, garantindo redução de até 7% no consumo de combustível.

Outro fator importante na economia de combustível são as soluções adotadas para o funcionamento na etapa de aquecimento. Esta fase compreende a primeira partida do dia até que o propulsor alcance sua temperatura ideal de trabalho. Trata-se de um momento crítico para o consumo de combustível, para a emissão de poluentes e até para o conforto do motorista.  A nova linha traz uma série de soluções inovadoras, que vão desde a partida a frio com pré-aquecimento, que dispensa o tanquinho de gasolina, passando pelo uso de óleo de baixíssima viscosidade (0W20), capaz de garantir a proteção máxima para as partes móveis desde a partida a frio.

Além disso, a confecção do bloco do motor e do cabeçote em alumínio, que resulta em redução de massa de sete quilos em relação ao uso de ferro fundido, traz melhor controle da temperatura, já que no alumínio existe a formação de uma fina camada de óxido nas paredes das câmaras de água entre o líquido de arrefecimento e as paredes da mesma. Esta camada de óxido é estável e não aumenta. No ferro fundido a camada de óxido está sempre crescendo, dificultando a troca de calor naquelas superfícies. O emprego do alumínio também significa menor tempo de aquecimento por menor inércia térmica, maior robustez e durabilidade.

Resumindo:

– A nova linha de motores é um projeto global, tendo sido desenvolvida, testada e certificada dentro dos padrões mundiais, que exigem durabilidade mínima de 150 mil milhas ou 240 mil quilômetros

– Ambos os motores, 1.0 e 1.3 litros, adotam uma única dimensão de pistão e cilindro, com 333 cm³ cada. Na versão com três cilindros, o deslocamento chega a 999 cm³, enquanto na com quatro cilindros são 1.332 cm³.

– A sofisticação da nova família de motores também está na parte elétrica, com ênfase no “Smart Charger”, o alternador “inteligente”. Ele otimiza a recarga da bateria nos instantes em que a energia cinética do veículo seria desperdiçada, como nas desacelerações e reduzidas de velocidade.

– O filtro de óleo das duas versões, 1.0 e 1.3, foi colocado na parte de baixo do motor, bem na frente do veículo. O objetivo foi posicioná-lo em lugar de fácil acesso, reduzindo o tempo de troca. O item está protegido entre o cárter de aço estampado e o suporte do compressor do ar-condicionado, integrado ao sub-bloco. O suporte forma uma estrutura de proteção que evita vazamentos devido ao impacto de pedras, por exemplo.

– Os novos motores vêm equipados com o sistema HCSS (do inglês “Heated Cold Start System”), que elimina a necessidade de tanque auxiliar de gasolina para partida a frio. Além de maior conveniência, o HCSS garante partidas com etanol puro mesmo em temperaturas abaixo de zero grau Celsius.

– O bloco de alumínio determinou redução de massa de sete quilos em relação ao uso de ferro fundido. Outros benefícios são o melhor controle da temperatura e menor tempo de aquecimento (menor inércia térmica), maior robustez e durabilidade.

– A corrente do comando de válvulas dispensa manutenção e tem durabilidade acima dos 200 mil quilômetros. Além disso, dispõe da tecnologia “silent chain”, uma evolução em relação às correntes tradicionais, que oferece funcionamento mais suave e silencioso.

– A vareta de óleo é integrada à tampa e passa por dentro do motor, o que evita vazamentos de óleo e facilita a manutenção.

FICHA TÉCNICA – Fiat Uno Way 1.3 Dualogic
Motor: Gasolina/etanol, dianteiro, transversal, 1.332 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro. Sistema de injeção multiponto, sistema de variação no tempo de abertura de válvulas e acelerador eletrônico.
Potência: 101 cv a 6.000 mil rpm com gasolina e 109 cv a 6.250 rpm com etanol.
Torque: 13,7 mkgf/14,9 mkgf com gasolina/etanol a 3.500 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 10 segundos.
Diâmetro x curso: 70,0 mm x 86,5 mm.
Taxa de compressão: 13,2:1.
Velocidade máxima: 177 km/h.
Transmissão: Automatizada Dualogic de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira e controle eletrônico de tração.
Suspensão: Dianteira – independente tipo McPherson, braços oscilantes inferiores transversais e molas helicoidais. Traseira – barra de torção e rodas semi-independentes, amortecedores hidráulicos e molas helicoidais, com controle eletrônico de estabilidade.
Rodas e Pneus: liga-leve 14×6, com pneus 175/70-14.
Freios: Discos sólidos na frente e tambores atrás. ABS com EBD de série.
Medidas: 3,81 metros de comprimento, 1,64 m de largura, 1,48 m de altura e 2,38 m de distância entre-eixos.
Peso: 1.057 kg.
Capacidade do porta-malas: 280 litros.
Tanque de combustível: 48 litros.
PREÇOS E EQUIPAMENTOS
O preço inicial do Way 1.3 Dualogic é de R$ 53.030. Completo, com o sistema Live On, espelhos retrovisores elétricos, vidros elétricos inclusive traseiros com one touch, alarme, sensor de estacionamento traseiro com visualizador gráfico, rodas de liga leve aro 14, apoio de cabeça central traseiro, descansa-braço central no banco do motorista, banco do motorista com regulagem de altura e banco traseiro bipartido, salta para a R$ 58.259.

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