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Test Drive: JAC T8, a surpreendente maxivan chinesa

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Antes de ser lançada no início de 2014, a van T8 –rebatizada com justiça de maxivan- da JAC Motors provocou grande expectativa no segmento em que iria atuar. Os consumidores desse tipo de veículo, preferencialmente usado no transporte de passageiros e executivos, mas podendo ser usado também no caso de famílias mais numerosas, estavam curiosos. Todos esperavam o que sempre se espera de um modelo chinês: um veículo com bom nível de equipamentos e com preço honesto. E muitos problemas. De um lado estava chegando a Copa do Mundo, que consome esse tipo de transporte, e por outro lado havia o espaço deixado pela finada Kombi.

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E o T8 chegou, só que custando caro, acima dos 100 mil, focalizando apenas o transporte de executivos; deixou de lado a possibilidade de ser usada como furgão, para o transporte de carga. Assim, foi lançada para brigar no mercado com vans maiores e ainda mais caras, como Fiat Ducato, Renault Master e Mercedes-Benz Sprinter, que custam mais mas oferecem mais lugares. Resultado: mesmo repleta de qualidade, suas vendas não emplacaram.

A solução para a JAC foi reposicionar o preço da T8, que caiu dos R$ 114.990 iniciais para atauos interessantes R$ 89.900, R$ 24 mil mais barato. Mesmo assim isso não funcionou para acelerar as vendas do veículo, mas aos poucos vai chamar atenção não só do setor de transporte de executivos, mas também se tornar uma opção para uso familiar. Afinal, são sete confortáveis lugares e, aquele preocupação com probleminhas típicos dos chineses, não procede.

BEM EQUIPADA

Por esse preço, quem comprar uma T8 não vai se decepcionar, pois é um “carro” completo. Tem de série uma longa lista de equipamentos de série, como direção hidráulica, volante revestido de couro com ajuste de altura, computador de bordo, CD com MP3 e DVD-Player mais entrada USB e Bluetooth, teto solar, ar-condicionado bizone (para a frente e para os cinco ocupantes traseiros), sensor de estacionamento com câmera de ré; rodas de liga-leve aro 15, freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, dois airbags, vidros e travas com acionamento elétrico, alarme e chave tipo “canivete” com destravamento remoto das portas, entre outros. Opcionais? Apenas bancos de couro e DVDs para os bancos traseiros.

A maxivan JAC T8 acomoda com muito conforto até sete pessoas e mais bagagens, e os bancos são posicionados na sequência 2-2-3. Os dianteiros tem ajuste elétrico de distância e altura e encosto de cabeça, mais apoio lombar. No centro são totalmente reclináveis e giratórios em 360º, o que permite que os ocupantes fiquem posicionados “vis-a-vis”, com o se dizia antigamente, ou cara a cara como se fala hoje, com os da terceira fileira. Para quem quiser, existe a possibilidade de remover esses bancos e usufruir do enorme espaço de um generoso furgão. O porta-malas tem 3.350 litros de capacidade se o terceiro banco for basculado.

Os vidros dianteiros tem acionamento elétrico, mas sem o recurso do “one touch” na abertura e fechamento. A segunda fila não tem abertura de nenhum vidro, por causa do ótimo recurso das portas de correr (o que garante fácil acesso dos dois lados). Por outro lado, os vidros da última fileira basculam, o que garante boa ventilação interna.

COMO ANDA?

A primeira idéia é de que é um veículo lento e pesadão, mas a boa surpresa é que não é nada disso. É rápida, ágil e gostosa de dirigir. Dirigir a T8 é até prazeroso, algo raro em se tratando de um chinês. A posição de dirigir é mais debruçada sobre o volante, algo entre as Kombi e o Fiat 147, e a válvula de alívio da turbina do motor 2.0 -175 cv de potência máxima e 26,5 mkgf de torque- é um convite a acelerar. O câmbio manual de seis marchas tem engates fáceis e sempre suaves’apenas a alavanca poderia ser um pouco mais longa para não ser preciso esticar tanto o braço.

 

E lá vai. Primeira, segunda, terceira quarta… O interessante é que em torno dos 60 km/h você pode manter a sexta marcha engatada por longos períodos, por conta da turbina “enchendo” e dando fôlego à van. Claro que não é um desempenho esportivo, pois não é essa a proposta, mas o resultado é bem interessante.

A alavanca de câmbio permite engates precisos, e basta lembrar que a T8 tem seis marchas para não se atrapalhar. Para quem gosta da parte mais técnica dos veículos, o sopro do turbocompressor soa como música e ajuda no controle do acelerador. Perto das 2.000 rpm o compressor sopra o ar para o motor e acrescenta ao prazer de dirigir o som dos mais agradáveis. Os 175 km/h de velocidade máxima são mais do que suficientes.

FREIOS E ESTABILIDADE

Os freios são adequados, com disco nas quatro rodas, ABS e EBD (distribuição eletrônica de força de frenagem). A assistência do servo está correta. Andando rápido, é sempre preciso prestar atenção nas frenagens, pois a massa empurrada pelo turbo é grande: 2100 kg. Com cinco pessoas e bagagem, já passa para 2500 kg, o que não é pouca coisa.

O mesmo vale para as curvas. A estabilidade é boa e a carroceria inclina pouco, mas é alta, com muitos vidros posicionados longe do solo e com bastante massa balançando de um lado para outros. Não pode ser dirigida como um carro comum, e exige apenas um pouco de atenção no trânsito. Quanto melhor o piso, melhor para a T8. 

O painel de instrumentos é bem desenhado, os instrumentos são de fácil leitura, os comandos bem posicionados e o acabamento lembra o de um carro de luxo, com apliques imitando madeira.

CONCLUSÃO

A conclusão é simples. Gostamos muito do JAC T8. Sugeria um chinês apenas bem montado, mas surpreendeu pela qualidade, bom acabamento, mecânica e equilíbrio do conjunto. O acabamento não é luxuosíssimo, mas agrada bastante. Hoje custa R$ 89.900, mas se custasse um pouco menos, começaria a disputar mercado com sedãs grandes e SUVs, por exemplo. Por enquanto, é uma ótima opção no seu segmento, talvez a melhor de todas. 


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