Leve e muito rápido. Você conhece o Ariel E-Nomad?
Pouco conhecida no Brasil, a Ariel é uma fabricante britânica de veículos, que tem como característica o pequeno porte, baixo peso e desempenho estonteante. Sua sede é em Crewkerne, na Inglaterra, e foi fundada em 1991 por Simon Saunders como Solocrest, tendo seu nome mudado em 1999 para Ariel Motor Company. É uma das menores empresas automotivas inglesas, com cerca de 20 funcionários e produção de apenas 100 carros por ano.
por Ricardo Caruso
A marca fabrica o Ariel Atom, um carro extremamente leve e de alto desempenho, com motor e transmissão vindos principalmente do Honda Civic Type R. O Atom -majoritariamente para asfalto- usa chassi tubular, não tem carroceria ou teto e pesa menos de 700 kg. O modelo mais potente e mais rápido da marca, o Atom 500, tem motor 3.0V8 de 507 cv, projetado por John Hartley; conta com rodas de magnésio e pesa apenas 550 kg. Vai de zero a 100 km/h em 2,3 segundos, o que faz dele um dos carros de produção mais rápido do mundo em termos de aceleração, É uma espécie de versão atualizada do Koyzistraña, aquela gaiola tubular com motor Ford V8 do saudoso e querido José Luis Vieira.
Em junho de 2014, a empresa anunciou uma moto, chamada Ariel Ace. Equipada com transmissão e motor Honda 1.2V4, começou a ser produzida em 2014 mesmo. E em janeiro de 2015, a Ariel lançou o Nomad, um modelo projetado dentro dos mesmos princípios do Atom. Agora mostra uma evolução desse carro chamada E-Nomad, obviamente elétrica e voltada para o fora-de-estrada.
A base para todos os carros da Ariel é torná-los cada vez leves e rápidos. Embora ir rápido não seja um problema para veículos elétricos, ser levinho pode ser uma luta. Mas com o conceito Ariel E-Nomad, a empresa parece ter convertido seu pequeno off-road para energia elétrica preservando o baixo peso e o alto desempenho. Afinal, baixo peso era a receita do sucesso de Colin Chapman, criador da Lotus.
Isso não quer dizer que o E-Nomad não ganhou algum peso em relação ao seu equivalente movido a gasolina. O E-Nomad pesa cerca de 181 kg a mais, mas o peso total ainda fica abaixo de uma tonelada, com 895 kg. Ele usa um motor elétrico Borg Warner arrefecido a líquido, que produz 281 cv de potência máxima, cerca de 20 cv a mais que o motor Ford do Nomad 2 básico. Ele faz parte de um conjunto de motor e caixa de câmbio da Cascadia Motion, que pesa 92 kg no total. Com a potência extra acrescida ao Nomad 2 básico, o E-Nomad faz de zero a 100 km/h tão rápido quanto ele: em míseros 3,4 segundos.
Alimentando o E-Nomad está um “pacote” de bateria desenvolvido pela Rockfort Engineering. É um sistema de 450 volts com 41 kWh de capacidade e tem seu próprio sistema de aquecimento e resfriamento, para manter o desempenho e a longevidade da bateria. Ele pesa 299 kg e fica alojado todo atrás do motorista e do passageiro. A Ariel afirma que a autonomia é respeitável para o compromisso do modelo, de 241 km, e pode repor de 20% a 80% da carga em 25 minutos, graças ao seu sistema de carregamento rápido DC.
Auxiliando o E-Nomad estão um conjunto de painéis de carroceria não incluídos no Nomad 2. Eles são feitos de fibras de linho e foram desenvolvidos pela Bamd Composites. A Ariel garante que esses painéis pesam 9% menos que os painéis de fibra de carbono equivalentes, mas são fabricados com 73% menos emissões de dióxido de carbono. Além disso, são recicláveis. Mas com relação ao carro em si, os painéis reduzem o arrasto aerodinâmico em impressionantes 30% em relação a um Nomad 2.
A única parte do E-Nomad que é um decepcionante é que ele é apenas um conceito por enquanto. A Ariel diz que vai avaliar a reação ao carro para decidir se colocará o “Koyzistraña britânico” em produção. A recepção foi boa entre público e jornalistas especializados. Então, existem grandes chances de vê-lo em breve nas ruas, infelizmente não do Brasil.