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Muscle Truck: você conhece a Dodge Li’l Red Express?

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Um Dodge Lil Red Express 1979 estacionado

Na década de 1960, a onda dos muscle cars era extrema. Não importava quanta gasolina o veículo usava ou quão cruéis eram os níveis de emissão de poluentes. Se tivesse potência de sobra, tudo bem. A década de 1970 mudou tudo isso, com a crise do petróleo que aumentou o preço da gasolina e as regulamentações de emissões do governo americano. Muitos acreditavam que isso decretaria o fim dos muscle cars e, infelizmente, estavam corretos. A Dodge, que se destacava como a “ovelha negra” das três principais montadoras de Detroit, encontrou uma maneira de criar uma picape que na verdade era um muscle car disfarçado. Uma muscle truck! Vamos conferir 10 coisas coisas que quase ninguém sabe -ou que esqueceram- da legendária Dodge Li’l (abreviação de Little) Red Express, fabricada apenas entre 1978 e 1979. A linha D de picapes Dodge foi produzida entre 1960 a 1993, em três gerações. A picape Dodge D100 brasileira é oriunda da primeira geração delas.

por Ricardo Caruso

O nome oficial é “The Little Red Truck”

Um Dodge Lil Red Express 1978 estacionado

O muscle truck Dodge foi projetado para dar aos consumidores de muscle cars uma opção durante a era das novas políticas de emissões. O público imediatamente apelidou a picape de “Dodge Li’l Red Express”, por causa adesivos decorativos exibidos em cada porta.

O nome pegou, e uma vez que foi dado, vale até hoje. A questão é que, no entanto, esse não foi o nome que a Dodge deu a ela na época. O nome real do muscle truck era simplesmente “Dodge Li’l Red Truck”, que não é algo pelo qual muitas pessoas a conhecem.

Motor 360V8 “de polícia” debaixo do capô

Compartimento do motor de um Dodge Lil Red Express 1979

Podemos imaginar que, se um verdadeiro muscle truck fosse criado, ele teria obrigatoriamente o maior motor disponível dentro da marca. O pensamento até passou pela cabeça dos engenheiros, mas no final, eles aplicaram nela um motor “360V8 police” modificado para o primeiro ano. Ele para isso recebeu mudanças que aumentaram a potência de 160 cv para 225 cv. No segundo ano de produção, o motor perdeu algumas de suas atualizações devido às regras de emissões, mas ainda tinha a versão police do 360 V8 debaixo do capô.

A Mopar equipou a Li’l Red com um motor V8 especial de 360 ​​pol3, e esse era o único motor disponível para ela. As diferenças em relação aos outros 360 são várias: usou o eixo de comando de válvulas do 340V8 com quadrijet de 1968 (duração de 252 graus, sobreposição de 33 graus), com molas de válvula “red-stripe” do mesmo motor; uma versão de 850 cfm do carburador Thermo-Quad quadrijet com coletor de admissão de especificação policial; uma nova corrente de distribuição; filtro de ar especial com tampa cromada e tampas de válvulas também cromadas. Os itens não aparentes ajudaram a elevar a potência do 360 de 160 cv para notáveis ​​(para a época) 225 cv a 3.800 rpm.

Auto-blocante construído para altas velocidades

Um Dodge Lil Red Express 1978 estacionado

Na maioria das vezes, o eixo traseiro de uma picape é projetado para transportar e rebocar. Afinal, essa é uma das principais razões pelas quais os consumidores compram esse tipo de veículo. Eles são para trabalho e lazer, não necessariamente como algo para alt desempenho e corridas, porque os eixos não foram construídos para isso. O Dodge Li’l Red Express era diferente. Ele foi projetado e produzido com um eixo de deslizamento limitado (auto-blocante) que normalmente nunca encontraria espaço sob sob a carroceria de uma picape. 

Mais rápida que o Corvette em 1978!

Um Chevy Corvette 1978 cinza estacionado

Você nunca imaginaria que uma picape poderia superar um Chevrolet Corvette, especialmente quando o Corvette era considerado o máximo em termos de carros americanos para se ter. Em 1978, o Corvette marcou alguns excelentes tempos de arrancadas em pistas. Ele podia disparar de zero a 100 km/h a 60 em 7,8 segundos e terminar o quarto de milha em 16,1 segundos. Nada mal para 1978. O Dodge Little Red Express de 1978 foi construído para velocidade e desempenho, tomando o lugar dos muscle cars que tantas pessoas adoravam. Considerando a tecnologia disponível naquela época, esta picape teve alguns tempos de arrancadas fenomenais. De zero a 100 km/h podia cobrir o quarto de milha (0-400 metros) em cerca de 15 segundos e chegar aos 100 km/h em 6,7 segundos. Em pistas de arrancada, o Li’l Red Express superou o Corvette todas as vezes.

Governo deixou brecha que permitiu a produção

Um Dodge Lil Red Express 1979 estacionado

Em 1966, o governo da Califórnia instituiu a primeira rodada de regulamentações de emissões. Dali em diante, todas as marcas e modelos que saíssem das linhas de montagem teriam que atender aos seus padrões ou não poderiam ser vendidos naquele Estado. Os protocolos de emissões do escapamento nasceram, mas havia uma brecha que muitos não notaram até que o Dodge Lil’ Red Express entrou em cena. O governo havia permitido a potência extra necessária para utilitários que pudessem transportar mais de 6.000 GVW. O termo “Gross Vehicle Weight” (GVW), ou Peso Bruto do Veículo em português, é uma medida usada pelos americanos em veículos de transporte, como caminhões, picapes, ônibus e vans. O GVW refere-se ao peso total do veículo, incluindo a carga, passageiros e combustível. Isso significava que nenhum catalisador era necessário nesses veículos, incluindo as Dodge D100, classificada para até 6.100 GVW. Só fez sentido para os engenheiros e desenhistas da Dodge que a picape pudesse ser usada como uma opção de muscle car depois que eles testaram combinações de motores e sistemas de transmissão para torná-la realmente rápida.

Modelos de 1979 que ficaram encalhados

Um Dodge Lil Red Express 1979 estacionado

A excitação causada no mercado pelo Dodge Li’l Red Express em 1978 continuou no ano seguinte, 1979, mas a brecha deixada aberta pelos regulamentos de emissões foi notada e fechada para todos os carros e utilitários naquele ano-modelo. Isso significava que a picape não poderia mais ser vendida sem o catalisador que estrangulava a potência, o som e o desempenho do Li’l Red Express. Devido a essa mudança e à direção que o mundo estava tomando, o apelo do muscle car construído como uma picape começou a diminuir. Nas concessionárias ao redor do país podiam ser encontradas picapes Dodge Li’l Red Express 1979 estacionadas sem interessados. As vendas caíram, e a imbatível Dodge se tornou uma coisa do passado, indesejada e que não venda mais como pãozinho quente.

O modelo de 1979 veio com conversor catalítico

Um Dodge Lil Red Express 1979 estacionado

O Li’l Red Express de 1978 foi um sucesso estrondoso porque foi projetado para driblar as regras de emissões, de modo que pudesse obter potência máxima do motor sem nenhuma restrição. Restrições como os conversores catalíticos trouxeram ao ser aplicados nas picapes de 1979. Esta é uma das razões pelas quais a Dodge viu a procura por sua picape desabar, junto com algumas outras razões. Mas, uma vez que a picape foi modificado para atender a legislação, o cenário do muscle car, ou muscle truck, também mudou, e para sempre.

Menor consumo de combustível do que os concorrentes

Um Dodge Lil Red Express 1979 estacionado

No final dos anos 1970, o consumo médio de combustível de uma picape seria de menos de 10 milhas por galão (4,2 km/litro). Quanto maior o motor, pior a consumo. A versão policial do motor Dodge 360V8 ​​encontrada no Li’l Red Express dava ao motorista toda a potência necessária em uma corrida de arrancada, mas quando dirigido em uma velocidade média, ele podia chegar a 13 mpg (5,5 km/litro). Mas não se assuste, para um veículo construído para velocidade altas e acelerações, era um número respeitável, ainda mais porque era uma picape.

O interior foi inspirado nos muscle cars

1979 Dodge Lil Red Express Interior

No século XX, encontrar uma picape sem banco inteiriço na frente seria difícil. O Dodge Li’l Red Express não era exceção, a menos que o comprador optasse por criar um interior exclusivo, como nenhum outro. Assim, os bancos básicos inteiriços podiam ser removidos e um belo conjunto de bancos individuais ser instalado no lugar. O volante era menor do que a média dos usados, e vários instrumentos eram usados para que o motorista pudesse controlar tudo. Era um interior feito para entusiastas de muscle cars que queriam se sentir abraçados pelos bancos e ter todas as funções do modelo sob controle.

7.306 picapes foram fabricadas no total

Um Dodge Lil Red Express 1979 estacionado

Hoje, a Ram iria à falência se fizesse apenas um pequeno número de picapes. Na verdade, a Dodge hoje vê números de vendas chegando a cerca de 100.000 unidades. E por trimestre. Em 1978 e 1979, as picapes Dodge não tinham demanda por modelos mais novos, então os valores de vendas eram muito menores. Apenas 7.306 Li’l Red foram construídas entre os dois anos, com míseras 2.188 produzidas durante o primeiro ano de montagem. Isso significa que há muito poucas 1978 disponíveis, que tinham um motor V8 modificado simplesmente porque ninguém acreditava que em uma picape original de fábrica poderia deixar para trás um Corvette…


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