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Novo Astra iguala o Calibra e se torna o “Rei da Aerodinâmica”

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O Astra é um velho conhecido dos brasileiros. Foi lançado aqui pela Chevrolet em 1994 e vendido até 1995. Importado da Bélgica, onde era produzido pela Opel, agradava pelo bom espaço, motor 2.0, equipamentos e confiabilidade. Em 1998 foi lançado como modelo nacional, numa outra geração, e ficou em produção até 17 de agosto de 2011.

Mas na Europa continuou sua carreira vitoriosa. O renovado Opel Astra, cuja estreia está agendada para o Salão de Frankfurt, em setembro, junta-se ao Opel Calibra e ao Opel Insígnia na galeria dos automóveis mais aerodinâmicos já produzidos pela marca alemã.

 
Opel Calibra
 

O modelo atual, que foi apresentado no Salão de Frankfurt em 2015 e eleito Carro Europeu do Ano em 2016, já tinha Cx de 0.29. Partindo desta base, os engenheiros da Opel fixaram o ambicioso objetivo de colocar a nova linha Astra, em ambas as carrocerias -de quatro portas e wagon, como referência do segmento em matéria de aerodinâmica.

A equipe de engenheiros encarregada do desenvolvimento do Astra utilizou o túnel de vento da Universidade de Stuttgart, para concentrar todos os esforços na otimização do já excelente desempenho aerodinâmico do modelo

Em movimento, cerca de 40 a 50% do total de resistência ao ar de um automóvel surge sob a carroceria e em torno das rodas e dos para-lamas. Os engenheiros dedicaram especial atenção a estas áreas, ao mesmo tempo que conceberam uma cortina integral ativa para instalada por trás das grades dianteiras. Esta cortina consegue vedar automaticamente a entrada de ar no compartimento do motor, tanto na grade superior como na inferior, de forma independente.

 

É sabido que uma diminuição de 10% na resistência ao ar traduz-se direto numa redução de cerca de 2% nos valores de consumo, ou até 5% quando o automóvel circula a 130 km/h. Registre-se que a diminuição da resistência resultante do efeito da cortina da grade, por si só, baixa as emissões de CO2 do novo Astra em 2 g/km.

Além do desempenho aerodinâmico, a cortina integral traz benefícios do ponto de vista de controle térmico, permitindo atrasar o arrefecimento do motor de ligado, ou acelerar o aquecimento após uma partida frio, algo que é importante no inverno, com reflexos positivos no consumo de combustível, no controle das emissões e na capacidade de aquecimento do habitáculo.

Apesar da aparente simplicidade e lógica desta solução, a cortina integral ativa foi um desafio apreciável para projetistas e engenheiros, pois é necessário levar em consideração fatores variados como desenho, instalação, proteção de pedestres e conformidade com empresas de seguros, assim como diferentes motores e transmissões e as respectivas necessidades de controle de temperatura.

Por seu turno, obtiveram-se melhorias no comportamento do fluxo de ar sob o automóvel com a instalação de carenagem por baixo do compartimento do motor, um novo painel isolador do depósito de combustível que funciona também como defletor de ar, altura ao solo reduzida em 10 mm –conforme a versão– e braços da suspensão traseira com formato aerodinâmico.

No total, a otimização aerodinâmica do renovado Astra faz baixar a emissão de CO2 em 4,5 g/km. Num contexto cada vez mais exigente de fixação de limites de CO2 na Europa, este é um avanço extremamente importante. Em 2020 entra em vigor a meta de 95 g/km de CO2 como média para a frota de veículos comercializada por cada fabricante na União Europeia.

O CALIBRA

O renovado Opel Astra fará a sua estreia no Salão de Frankfurt exatamente 30 anos depois do emblemático Calibra. Com produção iniciada em 1990, o cupê esportivo de duas portas deteve, durante 10 anos, o título de automóvel de produção em série mais aerodinâmico do mundo. O Cx de apenas 0.26 era um marco na indústria automotiva e devia-se a um perfil longo e baixo da carroceria, bem como a uma série de cuidados, como a reduzida superfície frontal ou o estreitamento da área traseira. As “saias” colocadas entre as rodas dianteiras e traseiras, melhoravam o comportamento do fluxo de ar sob o automóvel.

O Opel Calibra foi o cupê esportivo mais bem sucedido dos anos 1990, com um total superior a 238.164 unidades produzidas entre 1989 e 1997. A linha de motores contemplou cinco versões distintas, do 2.0 de 115 cv ao celebrado 2.0 turbo de 204 cv. O Calibra detém também currículo apreciável no automobilismo, tendo vencido o “International Touring Car” em 1996, com Manuel Reuter ao volante. Fez sucesso também nas provas de DTM da época.

 
 

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