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NOVO DIESELGATE: EUA acusam Fiat Chrysler

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A EPA (Agência de Proteção Ambiental) dos Estados Unidos e a California Air Resources comunicaram à Fiat Chrysler Automobiles que acreditam que o software do sistema auxiliar de controle de emissões de veículos da marca, permite que os mesmos gerem excesso de emissões em determinadas situações, violando assim a lei. Segundo a agência Reuters, as duas entidades acusam a FCA de utilizar um software que permite a mais de 104 mil modelos de pickups e SUVs equipados com motores diesel, vendidos desde 2014, emitir mais do que as regras norte-americanas autorizam.

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Cynthia Giles, assistente da administração do departamento de execução e garantia de conformidade da EPA, afirmou em comunicado que “não divulgar a presença de um software que afeta as emissões do motor de um veículo é uma séria violação da lei. Continuamos investigando a natureza e o impacto desses dispositivos. Todos os fabricantes de automóveis devem jogar dentro das mesmas regras e vamos continuar freando empresas que tentam ganhar vantagem competitiva de forma injusta e, sobretudo, ilegal”!

Já a presidente da California Air Resource, Mary Nichols, afirmou que “mais uma vez um grande fabricante tomou a decisão, errada, de driblar as regras e acabou sendo apanhado”.

A resposta da FCA não demorou, e em comunicado o grupo ítalo-americano declarou que “a FCA EUA está desapontada que a EPA, que escolheu emitir uma notificação de violação com respeito à tecnologia de controloede emissões utilizada nos motores diesel de 3.0 litros utilizados pela empresa nos modelos dos anos 2014-2016. A FCA EUA pretende trabalhar com a nova administração para apresentar o seu caso e resolver este assunto de forma justa e equitativa, que garanta aos clientes da EPA e da FCA que os veículos diesel da FCA cumpram todos os regulamentos aplicáveis”.

O centro dessa questão reside no fato de um fabricante poder usar um dispositivo auxiliar de controle de emissões em determinadas e limitadas circunstâncias, em especial para proteger o motor de danos graves, mas tudo tem que ser declarado aos reguladores.

Com esta gravíssima notícia, as ações da Fiat Chrysler Automobiles caíram 18%, a maior desvalorização desde que o capital social da FCA foi colocado na Bolsa de Valores, em outubro de 2014. Quando as ações da FCA foram suspensas em Wall Street, a queda era de 16%, ficando em US$ 9,30.

Este comunicado da EPA vem na sequência do escândalo das emissões poluentes deflagrado em 2015 com modelos diesel da Volkswagen, o que levou aquele organismo a reforçar a fiscalização sobre todos os construtores, para evitar o que aconteceu há 16 meses. E nessa medida, há vários a EPA vem declinando a certificação dos modelos da Fiat Chrysler modelos 2017, forçando a FCA a vender modelos de 2016 (homologados em 2015).

Em setembro de 2015, altura em que estourou o escândalo das emissões da Volkswagen –que instalou software que lhes permitia emitir cerca de 40 vezes mais NOx que o permitido por lei- a EPA anunciou que iria rever todos os veículos a diesel comercializados nos Estados Unidos.

Essa investigação fez surgir vários rumores que não tinham sido confirmados, embora se soubesse que a FCA estava debaixo de forte pressão para apresentar provas sobre os aludidos sistemas de controle de emissões para situações críticas, tendo o Grupo Fiat Chrysler entregue documentos com prova. Pelo visto não foi suficiente e a FCA arrisca-se a enfrentar multas de US$ 37.500 por veículo (algo como US$ 4 bilhões) se for provado que a empresa violou as regras das emissões de poluentes.


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