Acredite: estes pneus duram meio milhão de quilômetros
Os pneus Goodyear Eagle Go concept que equipam o Citroën Oli prometem ser os mais duráveis do mundo, podendo rodar meio milhão de quilômetros. Mas, como conseguem fazer isso?
da Redação
Desenvolvidos por meio de parceria entre a Citroën e a Goodyear, os pneus Eagle Go concept do Oli querem ser os pneus mais duráveis já fabricados, podendo atingir vida útil de até 500.000 km. São compostos quase por completo por materiais sustentáveis ou reciclados. Esses pneus Eagle Go concept têm potencial para serem renovados duas vezes ao longo da sua vida, o que além de permitir aumentar a longevidade ajuda a que o seu impacto ambiental seja reduzido.
Mas se o tempo de vida útil anunciado pela Goodyear impressiona, isso está longe de ser o único ponto de interesse em torno destes pneus, que podem até ser considerados “inteligentes”, já que trazem um sensor no seu interior, tecnologia que a Goodyear batizou de “SightLine”.
Os pneus Eagle Go concept usam um composto feito quase por completo com uso de materiais sustentáveis ou reciclados. A banda de rodagem do pneu, ou seja, a parte que está em contacto com o asfalto, é composta por 90% de materiais reciclados.
E na lista de materiais usados encontramos alguns itens curiosos, a começar pelo óleo de girassol, passando pela borracha natural e acabando na resina extraída de pinheiros. Mas o mais impressionante mesmo é a sílica, que é obtida a partir da queima de cascas de arroz.
O objetivo, de acordo com a Goodyear, é substituir por completo os óleos derivados do petróleo nos seus produtos até 2040.
Não há como escapar dessa questão: a Goodyear promete vida útil de até 500.000 km para estes pneus. Mas como consegue isso? Os pneus Eagle Go concept contam com uma carcaça sustentável e banda de rodagem renovável, que tem altura de 11 mm e pode ser renovado até duas vezes ao longo da vida do pneu.
Na teoria, como explicou um engenheiro da Goodyear, a primeira fase da vida destes pneus está prevista durar aproximadamente 150.000 km, número que já é impressionante.
Depois, e devido à profundidade da banda de rodagem, às características do próprio pneu e à sua composição, esse tempo de vida pode ser prolongado para até o máximo de 500.000 km, uma vez que a área do pneu que está em contacto com o asfalto pode ser renovada duas vezes. Ou seja, o pneu tem três “vidas” programadas.
Para aumentar a eficiência do pneu e prolongar ao máximo a sua existência , a Goodyear recorre a outra tecnologia revolucionária, denominada “SightLine”, que inclui um sensor montado no interior do pneu que monitora a “saúde” dos pneus ao longo do tempo.
Este sensor analisa constantemente se a pressão de calibragem é correta, avalia o uso a que foram submetidos e reúne um conjunto de dados que permite conhecer em detalhes a utilização e desgaste dos pneus.
“Tal como os relógios inteligentes monitoram sinais vitais como frequências cardíacas e níveis de oxigênio, os sensores inteligentes da Goodyear SightLine monitoram a saúde do pneu”, explicou Chris Helsel, vice-presidente e diretor técnico da Goodyear.
E é precisamente o volume de informações reunidas por estes sensores que vão permitir se a banda de rodagem está em condições de ser substituída e quando será o período em que essa intervenção é necessária. Tudo para aumentar a longevidade dos pneus e assim reduzir o impacto direto que eles têm para o ambiente.
Os pneus Eagle Go concept são um dos trunfos do revolucionário Oli, mas as rodas onde aparecem montados são igualmente revolucionárias. Para as jantes, como aconteceu em cada detalhes do Oli, a Citroën resolveu explorar soluções mais sustentáveis e duráveis, mantendo o preço baixo e sem comprometer o conforto dos ocupantes.
Como as rodas de liga-leve de alumínio são caras de produzir e implicam elevados recursos de energia, e como as rodas de aço são demasiadamente pesadas, a marca francesa resolveu juntar as duas situações e criar rodas híbridas. Isso mesmo, as rodas do Oli -que os projetistas da Citroën descreveram como sendo “as rodas de ferro do futuro”- são 15% mais leves do que uma roda de aço integral equivalente, e são bem mais baratas do que as tradicionais rodas de liga-leve de alumínio.
“As rodas de aço não são tradicionalmente bonitas ou aerodinâmicas, a menos que se cubram com uma calota integral. No nosso protótipo, a roda é composta por um aro em alumínio parafusado a um eixo central de aço, com um design robusto e moderno. Isso permite uma redução geral em termos de peso e de custo. É acrescentada uma calota periférica para direcionar o fluxo de ar em torno da roda, dando um visual mais agradável “. Pierre Sabas, responsável pela área de Design Avançado e Concepts da Citroën.