Outro Dieselgate: desta vez pegaram a Nissan
Multa e proibição de venda não bastou para a Nissan na Coreia do Sul. Apesar das declarações de inocência da marca japonesa, o governo coreano a considerou culpada por ter usado um sistema ilegal para enganar os testes de emissões no motor Renault 1.6 turbodiesel, aplicado em seus carros.
“Estamos muito desapontados com esta decisão do tribunal” afirmou a Nissan num comunicado que tenta explicar o que aconteceu na Coreia do Sul. “A Nissan Korea mantém que cumpre todas as regras existentes e que não usou um dispositivo ilegal no Qashqai Euro6 para contornar testes de emissões”, concluiu.
Mas não adiantou a cantilena. O governo sul coreano concluiu que o motor 1.6 diesel está equipado com um sistema que permite baixar a emissão de NOx durante os testes, liberando mais NOx quando este é dispositivo é desativado, em modo de “condução normal”. O modelo em questão é o Qashqai 1.6 dCi, fabricados no Reino Unido, cujas vendas foram proibidas na Coreia do Sul e forçaram o recall de 814 unidades.
A Nissan tinha sido multada em cerca de US$ 350 mil em 2016, depois de ter sido acusada de ter trapaçeado testes de emissões. Acusação que a Nissan refutou, claro, vindo mais tarde a processar o ministro do ambiente da Coreia do Sul.
Após o Dieselgate VW nos Estados Unidos, as autoridades coreanas ficaram espertas e decidiram testar, de maneira autônoma e em condições reais, 20 modelos a diesel e acredita-se que as acusações agora julgadas em tribunal estejam ligadas à válvula EGR, que deixa de funcionar quando a temperatura chegam aos 35 graus. Sobre isso, as autoridades coreanas deixaram claro que “alguns carros desligam os sistemas anti-poluição quando a temperatura chega aos 50 graus, para evitar que o motor sobreaqueça e haja dano grave para a mecânica. Isso é normal. O Qashqai foi o único que desligou o sistemas logo aos 35 graus”.