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Outros escândalos VW: turismo sexual, suborno, prêmio comprado…

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A Volkswagen já esteve envolvida em outros escândalos. Prostitutas, viagens nababescas e subornos… nada disso se compara ao caso atual de fraude em emissões de poluentes.

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No início de 2014, por exemplo, a marca teve que devolver um importante prêmio recebido pelo Golf na Alemanha, após a constatação de fraude na contagem de votos de um concurso organizado pela ADAC, o maior automóvel clube daquele país. Conforme explica a marca, uma auditoria externa realizada no clube, entidade organizadora da premiação, revelou que diversos resultados foram manipulados para garantir vitórias que, normalmente, não seriam alcançadas.

A auditoria analisou apenas dados do concurso de 2014, mas investigações preliminares revelam que as fraudes vinham sendo realizadas desde 2005. Conforme apontam as análises, o Golf levou para casa a prêmio “Gelber Engel” (Anjo Amarelo) com aproximadamente 34.299 votos, mas na realidade só obteve 3.271. A VW foi obrigada a devolver o prêmio e demonstrou total apoio às investigações. Mercedes-Benz e BMW, que conquistaram o troféu em anos anteriores, também fizeram a devolução. Destacar esse prêmio em sua publicidade seria uma boa arma de marketing para o recém lançado Golf VII.

A ADAC tem mais de 112 anos de história e é um dos maiores e mais respeitados clubes de automóveis da Europa. Respeitado não é mais. Os resultados da auditoria foram recebidos com surpresa e espanto pelos mais de 18 milhões de membros da agremiação.

Dez anos atrás, em 2005, a empresa esteve encrencada mais uma vez. O ex-chefão do departamento de Recursos Humanos da Volkswagen, Klaus-Joachim Gebauer, confirmou o escândalo que envolveu diretores da empresa e prostitutas, e admitiu que ele mesmo pagou esse tipo de serviços ao ex-diretor Peter Hartz.

“A maioria das vezes eu pagava a prostituta e depois pedia o reembolso da empresa. Às vezes, Hartz me dava algo depois, mas não freqüentemente. Não tinha nem idéia de quanto é preciso pagar por isso”, disse Gebauer. Hartz foi colaborador do então chanceler alemão, Gerhard Schröder, e inspirou reformas trabalhistas que levaram seu nome.

“Gebauer, de 61 anos, é uma figura central no escândalo das viagens de luxo, prostitutas e empresas de fachada, que afetaram o Grupo Volkswagen”, afirmou a imprensa alemã na época. A revista  “Stern”, por exemplo, acrescentou que o diretor trabalhou 32 anos para a Volkswagen e era o executivo de contato entre a direção da companhia e o comitê de empresa, responsável pela organização de viagens destes dirigentes e de outros representantes dos trabalhadores. E até de sindicalistas. Isso mesmo. Desde meados da década de 1990, a Volkswagen organizava viagens de turismo sexual para representantes sindicais e diretores do grupo.

Além de Hartz, Gebauer atacou duramente Klaus Volkert, que até 2005 era o presidente do comitê de empresa. Peter Hartz pediu demissão por causa deste escândalo na imprensa alemãs. O então diretor da marca tcheca Skoda, Helmuth Schuster, e Gebauer foram demitidos. Schuster e Volkert supostamente tinham participação em uma empresa de fachada que queria obter pedidos do fabricante Skoda, filial tcheca de Volkswagen.

Volkert era considerado um dos sindicalistas mais influentes da Alemanha e, entre 1990 e 2005, era chefe do comitê de empresa e membro do conselho de supervisão da VW. A “Stern” detalhou na época os hotéis e os locais em que os diretores se encontravam com as prostitutas, como Rio de Janeiro, Lisboa, Praga e Índia, com todas as despesas pagas pela Volkswagen.

A “Stern” divulgou ainda que uma das prostitutas com quem Hartz se encontrou tinha 24 anos e era brasileira. Ela esteve com este executivo em maio no clube “Elefante Branco”, graças à mediação de Gebauer. No final de fevereiro de 2008, a justiça alemã condenou Volkert, ex-presidente do Conselho de Administração da companhia, à prisão, e o executivo Klaus-Joachim Gebauer a um ano de liberdade condicional

Um desdobramento desse caso aconteceu em 2012, com novo processo judicial relacionado ao escândalo de corrupção da Volkswagen, sete anos depois da divulgação de denúncias sobre subornos, viagens caras e serviços de prostitutas pagos com dinheiro da empresa automobilística. Quem sentou no banco dos réus de Wolfsburg foi a brasileira Adriana Maravalhas Barros, ex-amante de Volkert, acusada de cumplicidade em desfalque em 26 casos.

Adriana, ex-apresentadora da Rede TV hoje com 50 anos, teria cobrado -e recebido- em torno de US$ 300 mil da Volkswagen sem ter apresentado à empresa nenhuma prestação de contas, segundo a acusação. Além disso, a brasileira passou a Volkswagen custos de vôos, estadias em hotéis e cursos de idiomas no valor de US$ 100 mil. A acusada apresentou recurso à condenação a um ano de liberdade condicional vigiada, que recebeu em julho de 2008. Depois foi absolvida por falta de provas.


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