Primeiro Alfa Romeo vai a leilão. E não existe outro…
A história do G1 é bem interessante, pois conta o nascimento da própria Alfa Romeo. Em 1910 tinha sido fundada a A.L.F.A. (Anonima Lombardia Fabbrica Automobili), nos arredores de Milão, sobre o que tinha sido a Darracq Italia. Ainda produziu alguns carros desenhados pelo genial Giuseppe Merosi e iniciou a história de sucesso de seus esportivos. Mas com a chegada da I Guerra, virou-se para a produção de material bélico necessário para o conflito, a partir de 1916, já sob a liderança de Nicola Romeo.
Após o final da Guerra, foi retomada a produção de automóveis e Romeo iniciou uma disputa legal para assumir o controle da A.L.F.A. que viria a se transformar em Alfa Romeo. Foi nesta transição que Merosi projetou o G1, que seria o primeiro modelo a ostentar o nome Alfa Romeo, contando com um imenso motor 6.3 de seis cilindros, que tinha 80 cv. Na época, a potência normal de um automóvel familiar andava entre os 20 e 30 cv; por isso, o G1 era um rapidíssimo esportivo que atingia estonteantes 138 km/h!
Curiosamente, por sua baixa popularidade numa Europa que ainda curava as feridas de uma Guerra cruel, praticamente toda a produção acabou sendo exportada para a Austrália, e é aí que começa a atribulada história desta unidade que será o centro das atenções do leilão que a Sotheby’s fará em Phoenix, no Arizona, em janeiro. O chassis 6018, foi um dos primeiros a ser construído. Foi comprado por um empresário australiano que, no entanto, faliu pouco depois, mantendo o carro escondido num celeiro durante 25 anos.
O Alfa Romeo G1 foi descoberto em 1947 por um agricultor, que usou o carro para -acredite- controlar gado até bater numa árvore. Depois, para piorar, aproveitou o motor como bomba de água… Até que um dia um entusiasta da marca conseguiu “resgatar” carro e motor em 1964. Após várias restaurações e mudanças de mãos, em 1995 foi vendido a Julian Sterling, que o devolveuc a seu estado original, antes de o vender à Ateco Automotive, importador da Alfa Romeo para a Nova Zelândia.
E assim o Alfa chegou aos dias de hoje, tendo participado depois de diversos eventos e exposições de automóveis clássicos, sempre com um brilho especial. Recebeu, inclusive, alguns prêmios em Pebble Beach, o mais famoso dos concursos de elegância do planeta, o que só aumentou o seu currículo e valor!