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RARA MERCEDES ROUBADA HÁ 67 ANOS É APREENDIDA

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A 500K, no Salão de Berlim de 1935.

Abusando dos chavões e ditados populares, esta é a prova de que “o crime não compensa” e de que “a justiça tarda, mas não falha”. E também de que “não existe crime perfeito”. Imagine a cena: você vai a um leilão, compra uma raríssima Mercedes 500K Roadster 1935 –a mesma unidade que esteve exposta no Salão de Berlim daquele ano- desembolsa quase US$ 3,7 milhões por ela e a leva para uma exposição na Alemanha.

Agora a Mercedes está de volta à Alemanha, 67 anos depois de sumir. Azar do comprador...

Até aí nada demais, a não ser o fato desse ter sido um carro roubado por um soldado americano de seu proprietário no final da Segunda Guerra, em 1945. Pois foi colocar o carro na exposição Techno Classica para ele ser confiscado pela policía alemã. A queixa de roubo ainda estava nos registros policiais.

Foi isso o que aconteceu com o colecionador holandês Frans van Haren. Ele mandou –orgulhoso- para a Alemanha o 500K roadster comprado em um leilão em 2011 pela bagatela de US$ 3,7 milhões (uma pechincha, pois a estimativa era de atingir US$ 5 milhões), mas o carro foi confiscado a pedido do advogado da família do primeiro proprietário, o industrial alemão Hans Friedrich Prym, da empresa Prym, fundada em 1530!.

A história contada pelo holandês garantía que Prym vendeu o carro a um soldado norte-americano em 1945, mas os herdeiros do alemão garantem que o raríssimo modelo –apenas 392 unidades foram construídas entre 1934 e 1936, sendo que 29 com carroceria roadster– não foi vendido, mas roubado. Uma péssima mania que acontece com os que ganham a guerra: levar souvenirs dos derrotados, ou seja, saquear. Isso vai de pequenos objetos a obras de arte, motos e carros, como nesse caso. O retorno do Mercedes ao país onde o crime aconteceu há 67 anos foi a esperada oportunidade de se apreender o carro e deixar a justiça alemã resolver a questão.

A corte de Hamburgo decidiu que o carro foi mesmo roubado de seu proprietário e levado para fora da Alemanha, e agora deve ser devolvido aos herdeiros do industrial. O prejuízo é quase certo. Quando o carro foi vendido num leilão da RM no ano passado, havia uma observação em destaque: “a história deste carro é desconhecida”.

Resumindo: carro antigo dá muita dor de cabeça, mas nada parecido com o inferno que o holandês está passando…


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