SADO 550, o “BR 800” português
A Entreposto Veículos Comercial, de Portugal, ficou conhecida naqiuele país por ser um grupo industrial de metalurgia e mecânica, especializada em reboques e trailers, nas suas instalações de Setubal. Atua no setor automotivo desde os anos 1950, mas a empresa também desenvolveu e produziu o primeiro microcarro moderno português, que atingiu pouco sucesso e teve baixa aceitação na época. Era um daqueles exemplos de carro cero na época errada. Espécie de versão lusitana do Gurgel BR 800.
Oficialmente batizado de SADO 550, foi um carro urbano bastante original, concebído pelo gigante industrial nas suas oficinas de Moscavide, em Lisbioa, onde os primeiros protótipos foram feitos em 1978; depois foi fabricado em em Setubal a partir de 1982.
Nas mesmas linhas de montagem tambem foram montados antigos veículos comerciais da linha Datsun Sado. Ambas as marcas seriam distribuidos pela rede de sucursais da Entreposto Comercial nos anos 1980, e foi este o resultado final de um projeto de micro-carro que se chamava de “O Projeto Ximba”, do qual o ex-piloto portugues Jose Megre tambem fazia parte da equipa técnica de desenvolvimento.
Existiu em cinco versões quase semelhantes com poucas diferenças entre si. O SADO 550 usava mecânica japonesa, vinda do Daihatsu, com motor de 547 cm3, dois cilindros e 29 cv a gasolina, apenas disponível com caixa de câmbio manuak de quatro velocidades iguais aos dos Daihatsu Cuore. Esse Cuore eram comercializados em alguns países como França, Holanda e Inglaterra, onde venderam muito bem. uma curiosidade: o Cuore quase foi produzido no Brasil no inicio dos anos 1980, sendo tratado na época como Mini Puma. O projeto não foi adiante pela falta de dinheiro da marca brasileira. Uma unidade chegou a ser trazida para cá, onde rodou algum tempo em testes.
O SADO 550 era um microcarro moderno para a época, com motor dianteiro e tração traseira, e rodas eram idênticas às usadas em carrinhos de golf. No interior, só dois lugares e espaço para uma pequena mala. Apenas eram feitos na cor branco, e aproximadamente 500 unidades dos SADO 550 foram construídas; por encomenda, podiam ser pintados de azul ou amarelo.
Mais tarde, em 1985, quando a Entreposto encerrou a produção dos SADO 550, a empresa assumiu o papel de importadora e representante oficiaial para Portugal de várias marcas de automóveis. E assim acabou a história do “Smart” português, um carro fora de epoca que poderia agradar hoje, em especial se ganhasse motor elétrico.