Blog dos Caruso

Seis curiosidades sobre Gilles Villeneuve

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O piloto Gilles Villeneuve nasceu no dia 18 de janeiro de 1950, em Quebec, no Canadá, e desde de cedo demonstrou enorme fascínio por automóveis. Iniciou a sua carreira de piloto em competições de snow mobile (motos para neve), passando depois para os monopostos, onde venceu a Fórmula Atlantic em 1976, antes de ingressar na Fórmula 1 contratado pela McLaren.

Na mesma temporada acabou indo para a Ferrari onde se manteve até 1982, ano em que falecer no trágico acidente nos treinos de classificação para o GP da Bélgica, no circuito de Zolder, batendo a 230 km/h na traseira do March de Jochen Mass.

AUTO&TÉCNICA traz seis curiosidades ou fatos pouco conhecidos sobre a carreira de Gilles Villeneuve na Fórmula 1, eterno ídolo dos torcedores da Ferrari e de quem gosta de automoblismo-raiz.

1. Somente dois pilotos competiram pela McLaren e Ferrari na mesma temporada. Gilles foi um deles


Ambas equipes -Ferrari e McLaren- sempre tiveram grande rivalidade dentro e fora das pistas, estando quase sempre em primeiro e em segundo lugar das estatísticas da modalidade. Por esse motivo, não é comum um piloto competir nas duas equipes, muito menos na mesma temporada. Mas, foi isso mesmo que Gilles Villeneuve fez, como dissemos no início desta matéria. Ingressou na Fórmula 1 na temporada de 1977, no GP da Inglaterrara, pela equipe McLaren, pilotando uma McLaren MC23. Seis GPs depois, Villeneuve estava ao volante de uma Ferrari. O outro nome que ficou para a história pelo mesmo feito é Jacky Ickx, em 1973, quando trocou a Ferrari pela McLaren.


2. Um acidente causado por Villeneuve causou duas mortes no GP do Japão de 1977

Gilles Villeneuve sempre teve um estilo de pilotagem muito agressivo e sem limites, às vezes com consequências trágicas, como o que ocorreu no GP do Japão de 1977. Após uma frenagem muito retardada para a primeira curva, Gilles bateu na traseira da Tyrrell P34 de Ronnie Peterson. Ambos escaparam sem ferimentos, mas a Ferrari de Gilles passou por cima do guard rail e do alambrado, e aterrisou no meio dos espectadores, causando a morte de um comissário de pista e de um fotógrafo.


3. De início, a McLaren não queria Gilles e a Ferrari quase o demitiu

O início da carreira de Villeneuve foi um pouco agitada, por conta da sua agressividade. Apesar de no primeiro GP que competiu pela McLaren ter terminado num excelente quarto lugar -e mesmo com o próprio companheiro de equipe, James Hunt, ter pedido para a equipe ficar com ele- Gilles foi substituído por Patrick Tambay, para a temporada de 1978.  Quatro meses depois, na sua segunda tentativa na Fórmula 1 estava ao comando de um terceiro carro da Ferrari, em Mosport, para fazer companhia a Carlos Reutemann e Niki Lauda. Mas, como Lauda estava de partida da Scuderia, Gilles poderia muito bem ser o seu substituto, o que acabou acontecendo. No entanto, as suas corridas não estavam indo bem e, no início da temporada de 1978, nos primeiros quatro GPs, o seu resultado foi sempre o mesmo: desistência. Com alguns bons resultados pelo caminho, essa temporada foi para ser esquecida, e começaram a circular rumores que Gilles iria sair da Ferrari, o que acabou não acontecendo.


4. Quase voltou à McLaren em 1982

As coisas na Ferrari não estavam indo bem, devido a vários problemas de durabilidade e aerodinâmica com os carros da equipe. Com a entrada do novo chefão na McLaren, Ron Dennis, Villeneuve viu aqui uma oportunidade para voltar à equipe britânica. Mas, com o retorno de Lauda à Fórmula 1 em 1982, pela McLaren, qualquer chance de Gilles voltar foi deixada de lado. Se tivesse dado certo o retorno à equipe britânica, ta;vez não tivesse morrido.


5. O pior tributo da história da Fórmula 1

A equipe italiana Andrea Moda, tentou participar da Fórmula 1, em 1992. Dizemos “tentou”, pois nos 9 GPs onde se inscreveu, só se conseguiu se classificar para um. onde acabou quebrando na corrida. Um dos pilotos da equipe, Perry McCarthy, no GP da Espanha, tentou prestar um tributo ao piloto canadense, que havia falecido há 10 anos, usando inclusive uma réplica do capacete do canadense. No entanto, a homenagem não correu bem, pois o carro teimava em não funcionar para os treinos de classificação. Finalmente, quando os mecânicos conseguiram fazer o S921 funcionar, Perry saiu das boxes em direção à pista, mas quando passou a risca branca do final do pit lane, o motor Judd V10 apagou, e assim terminou o tributo a Gilles.

6. O maior pega da história da Fórmula 1

Villeneuve x Arnoux: há 40 anos, Fórmula 1 teve sua maior disputa, na pista de Dijon-Prenois
Villeneuve e Arnoux tiveram disputa épica no GP da França de 1979 — Foto: Reprodução

Se você é um verdadeiro fã da velocidade já viu e reviu isso. Há 41, no dia 1º de julho de 1979, Gilles Villeneuve e René Arnoux proporcionaram a maior disputa entre dois pilotos durante uma corrida de Fórmula 1.

E esse pega nem era pela vitória, mas pelo segundo lugar, e o canadense levou a melhor depois de uma série de toques de rodas, escapadas na terra, travadas de freios e muita agressividade, sem perder o respeito um pelo outro.

Villeneuve liderou mais da metade da corrida, mas seus pneus Michelin se desgastaram muito na luta para segurar a Renault de Jean Pierre Jabouille. Na 46ª volta, o canadense não conseguiu resistir, e o francês tomou a liderança.

O piloto da Ferrari estava quase 30 segundos à frente de Arnoux, que vinha em terceiro, mas passou a perder praticamente um segundo por volta, e o francês o alcançou na 78ª volta. Com o carro desequilibrado e travando constantemente o freio dianteiro esquerdo no fim da reta dos boxes, Villeneuve caiu para terceiro.

Arnoux e Villeneuve disputam segundo lugar em Dijon, em 1979 — Foto: Getty Images

Mas Villeneuve nunca se dava por vencido. Ele manteve sua Ferrari o mais perto possível da Renault de Arnoux, que, logo após conseguir a ultrapassagem, passou a ter o motor de seu carro falhando.

Foram três voltas de tirar o folego, e Villeneuve levou a melhor na disputa histórica, cruzando a linha de chegada com 0s24 de vantagem sobre Arnoux, enquanto a vitória ficou com Jabouille, que completou a corrida com 14s59 de frente para o canadense.

Uma batalha épica, que se acontecesse hoje, traria séria punições para os dois pilotos. Mas era uma outra época na Fórmula 1, sem mimimi e -literalmente- sem “não me toques”…


Cinco factos pouco conhecidos sobre a carreira de Gilles Villeneuve


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