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Senna 20 Anos: morte de Ratzemberger poderia ter salvado Ayrton

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A trágica morte de Ayrton Senna, no dia 1º. de maio de 1994, ofuscou tudo o que de mais grave aconteceu naquele fim-de-semana no GP de San Marino, em Imola. O violento acidente de Rubens Barrichello, felizmente sem consequências físicas no piloto, tinha dado o tom do que estava por vir, e os treinos de classificação do sábado acabaram em tristeza, com a morte do austríaco Roland Ratzenberger.

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O simpático piloto da Simtek estava tentando melhorar o seu tempo e perdeu o controle do carro na curva “Gilles Villeneuve”. Bateu a mais de 300 km/h e morreu na hora. Cinicamente, foi levado ao hospital, para que lá fosse constatada sua morte. Se fosse declarado morto na pista, a corrida seria suspensa e Senna não teria morrido. Burlaram a lei italiana em nome de interesses financeiros.

Ratzenberger era um estreante na Fórmula 1 e tinha participado em apenas duas corridas, as primeiras daquele ano. No Brasil não conseguiu se classificar para a prova e no Japão terminou em 11º. Tinha 34 anos e foi o penúltimo piloto a perder a vida numa competição na Fórmula 1. O último foi Ayrton Senna.

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Desde 1982 não havia uma morte na Fórmula 1, em final de semana de corrida. No dia seguinte, domingo, por ordem de Bernie Ecclestone, a Simtek alinhou para a corrida. O lugar do austríaco no grid foi deixado vazio. David Brabham, o outro piloto da equipe, se arrastou por 27 voltas.

Max Mosley, presidente da FIA, e os ex-pilotos austríacos Gerhard Berger e Karl Wendlinger compareceram ao funeral de Ratzenberger, num momento em que o mundo estava voltado para o Brasil, que chorava Ayrton Senna.

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Todos os anos, a cada dia 1º. de maio desde 1994, Ayrton Senna é lembrado. O tricampeão do mundo perdeu a vida em Imola naquela data mas, na véspera, não se deve esquecer que a Fórmula 1 já estava de luto. Roland Ratzenberger é, muitas vezes, chamado de “piloto esquecido”, pois a comoção em torno da morte de Senna o deixou meio de lado na história. Mas era um homem em busca de seu sucesso, tinha família e fãs, e por isso não deve ser esquecido.

David Brabham era o seu companheiro de equipe na Simtek no dia do acidente. Não esquece o amigo e lamenta que o mundo o faça. É triste que não haja nenhuma homenagem para ele”, lamenta, em declarações à BBC. Na verdade será feito um memorial em Imola, para relembrar Ratzenberger.

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Brabham falou também do dia 30 de abril, há exatos 20 anos, quando o seu companheiro perdeu a vida na pista. “Quando vi a batida e vi como ficou o carro, fiquei preocupado. Aquela era a parte mais rápida do circuito. Ia a mais de 300 km/h. Percebi logo que tinha morrido, pela posição da cabeça”, explicou.

O piloto voltou ao box da equipe e encontrou sua esposa, que lhe perguntou o que achava do acidente. “Disse-lhe que já não via vida naquele carro, embora esperasse estar errado. Infelizmente foi confirmado pouco depois”, recorda.

David Brabham garante que Ratzenberger não será esquecido, e explica que nunca o foi, por um motivo simples: “Estaríamos falando dele 20 anos depois, se apenas tivesse morrido ele? Por ter falecido no mesmo final de semana do Senna será sempre lembrado”.

“O Roland, provavelmente, morreu feliz porque estava na Fórmula 1. Tinha um sorriso no rosto naquele dia e é a última lembrança que guardo dele”, completa.

No dia seguinte, uma bandeira da Áustria foi encontrada na Williams de Ayrton Senna, que pretendia homenagear o austríaco no final da prova.


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