Classic Cars

Sorumbática e macambúzia no Brasil, BMW chega aos 100 anos

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A BWM (Bayerische Motoren Werke), que em português significa Fábrica de Motores da Baviera, continua apagada no Brasil, exercendo o papel de mera figurante, diferemte de Audi e Mercedes-Benz. A marca celebrou 100 anos no dia 7 de março, período marcado por duas guerras mundiais e uma surpreendente trajetória que começou com a produção de motores de aviões.

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Antes da BMW havia a Rapp-Motorenwerke, que na véspera da I Guerra Mundial, decidiu apostar na aeronáutica. Rapp, o dono da empresa, acabou por pedir a colaboração de Gustav Otto, engenheiro, para resolver alguns problemas técnicos nos motores de avião que fabricava.

A junção destas duas empresas originou a empresa Bayerische Flugzeug Werke (Fábrica de Aviões da Bavária). A administração da empresa ficou a cargo de Franz-Joseph Popp, que sugeriu que se alterasse o nome da empresa para Bayerische Motoren Werke (Fábrica de Motores da Bavária), no dia 7 de março de 1916. Surgia assim a BMW, em plena I Guerra Mundial.

Em 1917 a BMW desenvolveu um motor que permitiu a um avião biplano atingir os 5000 metros de altitude. É na sequência deste feito que surge a logomarca da BMW: o branco e o azul, cores da Baviera, divididos por uma cruz, fazendo lembrar uma hélice de avião em movimento.

Com este desenvolvimento, a empresa ganhou prestígio dentro do setor tecnológico na Alemanha. No entanto, após o final da Guerra, com a assinatura do Tratado de Versalhes, a Alemanha ficou proibida de produzir aviões, levando a empresa a profunda crise financeira.

Esta dificuldade afastou os principais acionistas, exceto Martin Stolle e Max Friz, dois engenheiros que procuraram encontrar uma forma de conseguir manter a empresa na ativa. A solução foi começar a produzir motos, processo iniciado em 1921.

A primeira moto foi a R32, que revolucionou o mundo dos veículos de duas rodas. Foi apenas a primeira das muitas inovações tecnológicas que foram construindo o mito da BMW ao longo das décadas que se seguiriam.

Mesmo assim seriam necessários mais cinco anos para que, em 1928, a BMW começasse a produzir automóveis, num contexto de prosperidade europeia mas de crise na Alemanha. O primeiro modelo automóvel da marca foi o Dixi, cópia licenciada do Austin Seven  inglês.

Com o início da II Guerra Mundial a BMW teve que suspender a produção de automóveis, concentrando-se na fabricação de motores para os aviões de combate Junker e Masserschmitt, da Lufwaffe (força aérea alemã). Já a produção de motos continuou, com a empresa construindo veículos para o exército alemão.

Durante o conflito, as fábricas da marca foram alvo de bombardeios aliados. A unidade de Munique foi destruída em 1944 e a de Eisenach ficou sob o domínio da União Soviética, tendo sido nacionalizada e acabando por produzir carros da marca Wartburg. Quanto à fábrica de Allach, manteve-se e recebeu a autorização para reparar carros do exército norte-americano.

A BMW teve então possibilidade de voltar à produção de carros e motos, lançando em 1951 o modelo 501 e, em 1955, o Isetta. Em 1956 foi lançado do 507, o carro que definiu a BMW como uma marca de orientação esportiva.

Em 1959, a dedicou-se inteiramente à produção de motos e automóveis, surgindo em 1961, o BMW 1500. Este carro foi essencial para a empresa se manter em atividade. Após o sucesso deste modelo, muitos carros na mesma linha dos carros de luxo se sucederam. Estes lançamentos se beneficiaram da época de prosperidade alemã durante a década de 1970.

Esse alívio econômico alemão permitiu à BMW alargar o seu plano de desenvolvimento para conseguir expandir-se em nível global. Para solidificar a sua influência pelo mundo fora, contou com o sucesso que a nova linha Serie 3 conseguiu a partir de 1975.

Os planos passaram depois por uma política de expansão, com a aquisição de outros grupos, como a compra, em 1994, do British Rover Group, dos quais faziam parte a Rover, a Land Rover, a MG e o Mini. Já em 1998, a BMW adquiriu também a Rolls Royce.

Infelizmente, no Brasil, a BMW não tem nenhuma história para contar.


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