Tecnologia: vem aí a “tinta eletrônica”
Recentemente a BMW apresentou alguns concept cars que mudavam de cor graças a uma “tinta eletrônica”. Essa solução chamou muita atenção e agora pode se popularizar, depois que a empresa multinacional espanhola Antolin chegou a acordo com a E Ink (de Taiwan) para levar esta digitalização e personalização ao interior dos automóveis. A E Ink é especialista em “ePaper”, algo como “papel digital”, telas com diversos tipos de aplicações.
por Marcos Cesar Silva
Da mesma forma que o interior dos carros foi preenchido com telas digitais, há quem imaginou que a tecnologia da “tinta eletrônica” também pudesse ser incorporada no interior do automóvel: a primeira empresa a apresentá-la foi a Antolin, fornecedora de interiores automóveis, que assinou um acordo com a empresa pioneira na tecnologia de “tinta eletrônica” E Ink.
O objetivo é dar um salto na digitalização e personalização dos habitáculos, oferecendo às marcas de automóveis interiores com materiais não estáticos, que podem variar nos seus tons, cores e padrões quase instantaneamente, em menos de 10 segundos. E poderia fazê-lo de forma automática ou de acordo com funcionalidades, como alertas ou notificações de chamadas e mensagens.
O ponto crucial da mudança de cor –o fenômeno físico da eletroforese– é baseado em uma tecnologia desenvolvida pela E Ink Corporation e usada de forma semelhante em leitores de e-books.
Sabe-se que o e-book Kindle -desenvolvido pela empresa de Taiwan- e seu livro eletrônico ficam dias e dias em funcionamento, sem recarregar, porque quase não consome energia e, como não emitem um “jato de luz”, também não cansa os olhos: apenas necessitam de corrente elétrica no exato momento em que são apresentadas novas páginas. Nessa linha, se no início existia apenas a apresentação em preto e branco, agora suporta cores. O recurso chama-se Prisma, já está na terceira geração, e é uma película muito fina que contém partículas capazes de mudar de cor eletronicamente. Além disso, ao contrário dos monitores TFT, este filme plástico pode ser cortado em qualquer formato. Um novo mundo com isso foi aberto aos desenhistas –com aplicação desde móveis e eletrodomésticos a roupas e automóveis– no qual podem desenvolver a sua imaginação e criatividade.
A BMW aplicou esta “tinta eletrônica” no exterior de dois conceitos que chamaram atenção nas edições de 2022 e 2023 da CES, em Las Vegas. A primeira experiência, tal como os primeiros livros eletrônicos, conseguiu modificar a decoração da carroceria, trabalhando com um filme que faz as vezes de tela em tons preto e branco.
Foi necessário esperar por uma edição posterior do evento para obter alterações de cor. Em 2024, num passo além, os padrões cromáticos variáveis da carroceria do BMW i5 Flow Nostokana contaram uma história, que retomou os desenhos tribais da famosa artista sul-africana Esther Mahlangu, com quem a marca trabalha há muito tempo.