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Lítio para as baterias: Tesla negocia fábrica no Chile…

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Com a popularização dos carros elétricos, o lítio é necessário para a fabricação de baterias, espécie de “petróleo” dos novos tempos. Sem perder tempo, a Tesla está em negociações para instalar uma nova fábrica de baterias no Chile. Não para produzir automóveis, e sim para processar lítio.

 

Sendo o Chile (junto com a Bolívia e Argentina) um dos maiores produtores de lítio do mundo, a ideia da Tesla seria a de processar a matéria-prima para produzir baterias para os seus automóveis, como o Model 3. Cerca de 75% desse mineral está nas mãos destes três países.

Pouco observada até agora no Brasil, a indústria de lítio deverá atrair investidores para cá após a recente reforma do Código da Mineração, que desburocratizou investimentos. Mundialmente, o setor chama atenção por conta de sua funcionalidade, pois é indispensável para o funcionamento de baterias de carros elétricos e de eletrônicos de alta tecnologia.

Hoje, o País possui 0,4% das reservas de lítio do mundo. A estimativa é de que, em 2019, diante de potenciais descobertas, responda por 8%, tornando-se o 5º em reservas mundiais. Atualmente, o Brasil produz 1% desse mineral em uso no mundo, o que equivalente a 48 mil toneladas.

Segundo a ag&encia Reuters, que cita Eduardo Bitran, chileno vice-presidente da Corporação para o Fomento de Produção (CORFO), uma das empresas de mineração daquele país que extraem o lítio -a SQM- está negociando o aumento da sua quota de exploração para atender os pedidos da Tesla.

 O governo chileno estaria disposto a aumentar a quota de extração de lítio para a SQM desde que esta concorde em processar parte da produção no Chile. O acordo entre o governo e a SQM procura também incentivar a produção de valor agregado no Chile, exigindo da SQM o fornecimento ao país de 25% da sua produção de lítio a preço favorável.

O lítio está em vias de se tornar o “novo petróleo”, fruto da aposta dos fabricantes de automóveis na mobilidade elétrica: serão necessárias grandes quantidades de lítio para produzir as baterias necessárias para os futuros veículos elétricos.

Em julho do ano passado, vários especialistas do setor alertaram para o risco de escassez de baterias para os elétricos. Ulrich Eichhorn, responsável da área de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Volkswagen, chegou a declarar que a indústria automotiva precisará ter em atividade o equivalente a 40 GigaFactories da Tesla para que a falta de baterias não se torne realidade.

Como o Brasil não aposta nos carros elétricos, poderia pelo menos apostar no lítio como forma de antecipar a necessidade e assim gerar interessantes divisas. Afinal, até o Chile está na nossa rente. Um relatório da consultoria norte-americana Allied Market Research estima que o mercado mundial de baterias de lítio pode movimentar US$ 46 bilhões em 2022.


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