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TEST DRIVE: Fiat Mobi Like 1.0, a reencarnação do Uno Mille

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Pouco mais de dois anos depois do velho Mille (lançado em 1984 como Uno) ter desaparecido, a Fiat trouxe para o mercado seu sucessor espiritual: o Mobi. Não tem o mesmo espaço interno, mas chegou para enfrentar -em especial- o VW Up. Trata-se de um carro essencialmente urbano, segmento pouco conhecido dos brasileiros, menor e mais barato que o Uno atual. Traz estilo e boas soluções, além de preço muito sedutor: a partir de R$ 32.280.

Comparado ao Uno atual, ele é 3 mm mais alto, mas tem  245 mm a menos em comprimento, 40 mm a menos na largura e 71 mm a menos no entre-eixos. Segundo a Fiat, a parede corta-fogo é a única parte que aproveitada da plataforma do Uno.

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O carro foi projetado e desenvolvido no Brasil, sendo produzido em Betim, MG. O Mobi chegou há poucos meses em seis versões, todos com quatro portas e motor de 1.o de quatro cilindros. (Easy/Easy On, Like/Like On e Way/Way On). Recentemente ganhou a versão intermediária Drive, com motor de três cilindros, mais isso é assunto para outra avaliação. AUTO&TÉCNICA testou a versão Like, com todos opcionais disponíveis.

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Mas as semelhanças entre Mobi e Uno são praticamente inexistentes; o carrinho não lembra nenhum outro produto da marca. Na dianteira, capô alto, grade generosa e faróis grandes; nas laterais as bordas dos para-lamas são grandes e linha de cintura é alta. Na traseira, que é bem curtinha, destaque para a tampa do porta-malas de vidro, pela primeira vez num carro nacional, interessante solução que a Volkswagen dispensou no Up.

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O interior do Mobi é simples sem ser pobre, como deve ser num carro barato e de uso urbano. O painel é bem desenhado e bem cuidado, com texturas agradáveis mesmo no plástico rígido. Os instrumentos são de fácil leitura e há uma luz indicadora de troca de marchas. Dentro do velocímetro há um mostrador digital, que lembra a tela de um smartphone. A visibilidade dianteira e para os lados é boa; para a traseira nem tanto. A versão testada tinha controle elétrico dos vidros dianteiros com função one touch, computador de bordo, termômetro externo e regulagem ajuste de altura do assento do motorista. Os bancos são até confortáveis e os pedais levemente deslocados para a direita.

Com cerca de 25 cm a menos que o Uno, é fácil deduzir que o espaço interno foi sacrificado em algum ponto. No caso do Mobi, dois pontos: banco traseiro e porta-malas. São apenas 235 litros, contra 280 do Uno. Uma caixa organizadora é oferecida para o espaço, mas não ajuda muito. Para os ocupantes dos bancos dianteiros, espaço de sobra. Sempre lembrando que estamos falando de um carro urbano.

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O Mobi era esperado na época do lançamento com o motor de três cilindros, mas a situação econômica do País freou o ímpeto da Fiat, que só agora disponibilizou esse motor para o carro, depois de aplica-lo no Uno. O Mobi chegou com o conhecido 1.0 Fire, que equipou Mille e Palio. Tem 73 cv de potência máxima e 9,5 mkgf de torque máximo com gasolina, e 75 cv e 9,9 mkgf com etanol, os mesmos número que encontrávamos nos Uno, que também emprestou a transmissão e boa parte dos componentes mecânicos.

O novo carro tem basicamente o mesmo peso do Uno, com 907 kg na versão de entrada e 955 kg nas versões mais equipadas; no caso da Like são 946 kg. Por isso seu desempenho equivale ao dos Uno. Os Way e Way On têm maior vão livre que as demais, com 15 mm extras em relação ao Like, além de serem os únicos Mobi com barra estabilizadora na frente; o carro testado tinha rodas de aço com calotas plásticas e  pneus 175/65 R 14 (só o Easy tem aro 13, medida 165/70).

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Rodamos com o carro por quase um mês, em todas as situações de trânsito possíveis. Resumindo: ele é fácil e agradável de guiar, e muito econômico, sempre lembrando em termos dinâmicos o Uno. O motor é suficiente, mesmo com o uso constante do ar-condicionado, e suporta bem ser abusado em altas rotações.

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A direção é leve e precisa, os freios suficientes e o câmbio tem as marchas bem escalonadas. Por ser 1.0, exige mais trocas e atenção, mas nada fora do normal. A suspensão merece mais algum cuidado por parte da Fiat. Tem curso longo, supera bem lombadas, buracos e valetas, mas transmite um pouco das irregularidades para o interior; em piso plano e asfalto liso, não tem restrições e garante boa estabilidade.

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O que todos perguntavam é como o Mobi se encaixaria no mercado. Chegou para brigar com o VW Up, trazendo um bom “pacote” de equipamentos e custando um pouco menos. Sua missão no mercado é a de ser um carro urbano, “descolado”, com muitas opções de personalização e preço baixo. Até o nome e identificação das versões demonstra isso. A chegada da versão de três cilindros corrige seu único senão.

PREÇOS E VERSÕES

Mobi Easy (R$ 32.280): banco traseiro bipartido com duas posições de inclinação, cintos laterais traseiros retráteis, luz indicadora para troca de marcha, para-choques na cor da carroceria, para-sol com espelho para o passageiro, retrovisores com comando interno, rodas de 13 polegadas com calotas plásticas e temporizador de faróis. Opcionais: aquecedor e “pacote” Functional (controle elétrico de vidros dianteiros e travas, limpador e desembaçador do vidro traseiro, pré-instalação do rádio).

Mobi Easy On (R$ 36.430): acrescenta ar-condicionado, direção com assistência hidráulica, rodas aro 14 e volante com regulagem de altura.

Mobi Like (R$ 38.470): acrescenta ao Easy On caixa organizadora para o porta-malas, chave com controle remoto, cintos dianteiros ajustáveis em altura, comandos internos para bocal de combustível e porta-malas, computador de bordo, controle elétrico de vidros e travas, limpador e desembaçador traseiro, maçanetas e retrovisores na cor da carroceria, para-brisa com degradê, pre-instalação de rádio. Opcionais: alarme antifurto, rádio/MP3 ou suporte com integração para celular com comandos no volante.

Mobi Like On (R$ 42.390): acrescenta ao Like alarme, banco do motorista com regulagem de altura, faróis de neblina, porta-óculos, rádio com comandos no volante, retrovisores com ajuste elétrico e luzes repetidoras de direção, rodas de alumínio, sensores de estacionamento traseiros e tecidos internos em duas cores.

Mobi Way (R$ 39.300): acrescenta ao Like barras longitudinais no teto, molduras plásticas nas bordas dos paralamas para-choques exclusivos e suspensão elevada. Opcionais: alarme, rádio/CD ou suporte para celular.

Mobi Way On (R$ 43.800): é o Way com os itens do Like On.

O Mobi Drive, de três cilindros, sai por R$ 39.870.


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