TEST DRIVE: Hyundai Santa Fe GLS 3.3V6
O SUV Hyundai Santa Fe foi lançado em 2000 e já está em sua terceira geração, que foi apresentada em 2012. Desde que chegou ao Brasil em 2005, se tornou em uma espécie de objeto de desejo entre os admiradores desse tipo de veículo. E com razão, pois ele é repleto de qualidades, que começam pelo porte e conforto, passam pelo motor 3.3V6 e chegam à boa dirigibilidade e dose de tecnologia a serviço do motorista.
O novo SUV Santa Fe foi projetado dentro do conceito de desenho chamado pela marca de “Storm Edge” (frente de tempestade), que segundo a Hyundai “traz as imagens fortes e dinâmicas criadas pela natureza quando da formação de uma tempestade”, e as aplica no carro. Não dá para entender direito, mas é isso aí. Para chegar a isso, os desenhistas da Hyundai adotaram a grade dianteira hexagonal cortada por três frisos bem largos e cromados, luzes por LEDs, carroceria longa e baixa, linha de cintura que vai se elevando em direção da traseira, racks no teto, rodas aro 18 e conjunto de faróis e lanternas traseiras envolventes. O resultado é uma SUV de porte médio para grande, elegante, bonita e imponente. Como o mercado gosta.
Os SUVs tem importância estratégica dentro da Hyundai, em especial em mercados como o europeu e brasileiro; nos Estados Unidos, a concorrência para esse tipo de carro é muito grande com os modelos locais, por isso por lá a marca foca nos sedãs, que são bem aceitos. A Hyundai aqui no Brasil tem uma boa linha de utilitários esportivos/crossovers, composta por Tucson, ix35, Santa Fe e Veracruz.
POR DENTRO
Muita atenção foi dedicada aos detalhes internos, como o teto solar panorâmico opcional, que permite maior iluminação natural; persianas nos vidros das portas traseiras; bancos de couro (marrom no carro avaliado, de muito bom gosto); sistema multimídia (CD, MP3, GPS, DVD, Bluetooth e câmera de ré) com oito alto-falantes, um subwoofer e dois tweeters, e tudo o mais que um SUV desse porte merece. Há ainda botão de partida com chave de proximidade (que assim fica no bolso do motorista), Supervision Cluster (painel de instrumentos) com tela TFT LCD, bancos com ajustes elétricos, freio de estacionamento elétrico e outros mimos.
O Santa Fe tem uma série de espaços para guardar objetos, como generoso porta-luvas refrigerado, console, porta-óculos no teto, dois porta-copos na frente e dois na traseira, porta-garrafas nas portas, porta-mapas nas costas dos assentos dianteiros e um bom espaço para objetos sob o assoalho. Como já vimos, os bancos não só são revestidos de couro marrom e tem ajustes elétricos, como contam com sistema de aquecimento. O ar-condicionado é digital bizone e os controles de climatização também incorporam sistema de desembaçador automático, que reconhece os níveis de umidade interna por meio de sensores. Outro acessório interessante é o ionizador CleanAir, que “limpa” o ar de forma automática quando o aquecimento ou o condicionador de ar estão acionados.
O Santa Fe tem capacidade para cinco ocupantes, que ficam instalados com muito conforto. Apesar de parecer, as suas dimensões não são tão exageradas assim; o excesso de carrinhos pequenos nas nossas ruas é que causa a impressão de que o santa Fe é grandalhão. A distância entre-eixos é de 2.700 mm, comprimento total de 4.690 mm, altura de 1.680 mm e largura de 1.880 mm. A distância entre-eixos garante o bom espaço interno, que pode ser observado em especial no espaço para as pernas na fileira traseira dos bancos.
MOTOR V6
O Novo Santa Fe é equipado com o motor Lambda II 3.3V6 MPI D-CVVT, que depois dessa enxurrada de letrinhas gera 270 cv de potência máxima e torque máximo de 32,4 mkgf. Em 2011, a Hyundai trocou o 2.7V6 por um 3.5, com ganho de potência de 200 para 285 cv. Agora o V6 encolheu no tamanho (de 3.500 cm3 para 3.300 cm3) e na potência (que caiu de 285 para 270 cv). Mas isso não tirou o fôlego desta geração do Santa Fe. Ele acelera de zero a 100 km/h em 9 segundos. O consumo de gasolina é de 7 km/litro na cidade e 11 km/litro na estrada.
De funcionamento silencioso e com pouca vibração, motor e câmbio de seis marchas são sofisticados. O 3.3V6 tem variador de fase nas válvulas de admissão e escapamento e coletor de admissão variável, e a transmissão conta com sistema auxiliar de aquecimento do fluido. Isso tem explicação: segundo a Hyundai, o controle preciso da temperatura correta do fluido da transmissão ajuda a reduzir o consumo de combustível, em especial na fase de aquecimento. Há ainda a função Active ECO, que também serve para diminuir o consumo: basta pressionar a tecla no painel, no lado esquerdo do volante, para ativar o mapeamento mais tranquilos de gerenciamento do motor e do câmbio.
A tração integral é do tipo automática: quando o Santa Fe entra numa situação de menor aderência, acontece o envio de torque para as rodas que estão em maior contato com o solo. O sistema trabalha com embreagem multidiscos acionada de maneira eletro-hidráulica. É útil não apenas em uso off-road, mas também nas curvas de alta velocidade e de grande raio, quando passa a atuar junto com o controle eletrônico de estabilidade. Este sistema inteligente de tração integral ativa trabalha para controlar o torque e as frenagens, em conjunto com o sistema de gerenciamento de estabilidade do veículo.
NO USO
O sistema de freios é de última geração, trabalha com quatro discos (de 12,6 polegadas na frente e 11,9 polegadas na traseira) e sistema antibloqueio (ABS), com Brake Assist (que garante o máximo de força quando uma frenagem de pânico é detectada) e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem), que ajusta de forma automática a força de frenagem nos eixos dianteiro e traseiro, considerando ainda as condições de carga do veículo. Além disso, o Santa Fe tem dispositivos de segurança passiva, incluindo sistema de fixação para assentos de crianças (LATCH) e cintos de três pontos para todos os passageiros. Avaliado no teste do Euro NCAP nesta versão de cinco lugares (existe o de sete lugares), o Santa Fe obteve nota máxima (cinco estrelas).
Rodamos com o Santa Fe por uma semana, passando por rodovias, estradas secundárias, trânsito pesado das cidades e um pouco de terra. Em nenhum momento ele decepcionou. O conjunto motor/câmbio e a escolha de pneus 235/60-18 mostrou ser correta. A direção é precisa, a suspensão evoluiu e o SUV é muito agradável de ser dirigido, mesmo por quem gosta de acelerar, pois a inclinação da carroceria, comum em carros desse porte, é bem reduzida.
O preço para ter um na garagem é de R$ 165.990 (sugeridos).