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TEST DRIVE: o etílico JAC J3 Turin S JetFlex

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Quando a JAC Motors desembarcou no Brasil, em março de 2011, foi uma revolução. Trazia carros bem equipados, com preço abaixo dos similares nacionais, inaugurou 50 concessionárias ao mesmo tempo, investiu pesado em publicidade (o Faustão, lembram?) e vendeu 24 mil carros naquele ano. Mas veio o “setembro negro” naquele mesmo 2011, com a chegada do Inovar-Auto e IPI de 30% para automóveis importados. O reflexo foi imediato nas vendas, e em 2012 a JAC caiu para 19 mil unidades, e em 2013 fechou com 16 mil unidades. E a queda continuou em 2014 e nessa primeira metade de 2015, por conta da atual crise econômica. Produtos de boa qualidade não faltam, e hoje o pequeno e eficiente J2 é o “best-seller” da marca. Nessa trajetória, um carro é fundamental para os planos da JAC: o J3, hatch ou sedã Turin.

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Para reconquistar seu território, o três volumes ganhou há pouco tempo motor flex. Isso mesmo. A principal novidade do J3 Turin está debaixo do capô. É o motor 1.5 16V VVT JetFlex, que só era disponível na versão mais esportiva J3 S, que foi apresentada em fevereiro de 2013 apenas no hatch. O bom motor é o mesmo que equipa o sedã maior J5, que recebeu cuidados dos engenheiros da China, do Brasil e da Delphi para se tornar flex. Além de usar os dois combustíveis, esse motor dispensa o “tanquinho” de partida a frio. Abastecido com gasolina, mantém os 125 cv de potência máxima a 6.000 rpm e 15,5 mkgf de torque máximo a 4.000 rpm. Rodando com 100% de etanol, são 127 cv de potência e 15,7 kgfm de torque, nas mesmas 6.000 e 4.000 rpm respectivamente. A transmissão é manual de cinco velocidades, e aos poucos o flex vai roubando os clientes do 1.4 a gasolina.

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Para os mais atentos, uma maneira de diferenciar o J3 1.5 JetFlex dos modelos 1.4 a gasolina são o logo “JetFlex” na tampa traseira, enquanto no interior a empresa colocou detalhes em vermelho nas costuras do volante, banco e coifa do câmbio, e na iluminação do painel de instrumentos, que é em azul no 1.4. Completam a lista a pedaleira e soleiras das portas com a inscrição “J3 S”. De resto, o carro segue a atualização feita no ano passado. O espaço interno é bom para quatro ocupantes e o porta-malas tem capacidade 490 litros.

MAIS FLEX

Na sequência, para tentar manter o volume de 16 mil unidades vendidas no ano passado, a JAC já adotou motor flex para o compacto J2, mesmo caminho seguido pela minivan J6. O SUV T6 faz parte dessa estratégia de pelo menos manter as vendas numa temporada de crise. A sonhada fábrica nacional a ser instalada em Camaçari, na Bahia, fica pendente, e todo esse trabalho faz parte do planos da JAC Motors conquistar 3% do mercado brasileiro; hoje não chega a 1%, mas produtos para isso ela tem. Seus carros evoluem a cada ano e são recheados de conteúdo.

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AUTO&TÉCNICA avaliou o carro durante uma semana, no roteiro entre São Paulo e região de Campinas, com uma esticada até Poços de Caldas, MG. Asfalto, terra, trechos planos, e subidas e descidas de serra. Nesse percurso todo foram quase 1200 km, onde o carro se mostrou sempre bem disposto, ágil, confortável e “na mão”. O motor 1.5 –sempre abastecido com etanol- deixou o sedãzinho mais esperto, com boas acelerações es retomadas. O VVT (Comando de Válvulas Variável), é um recurso interessante e que permite a variação no tempo de abertura das válvulas. Com isso o motor oferece bom torque em baixas rotações, e potência nas rotações mais altas. Com diâmetro e curso de 78,0 mm X 84,9 mm, naturalmente é um motor que favorece o torque em rotações mais baixas, independente do  VVT.

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Combinado com o motor está o câmbio manual de cinco marchas, o único disponível, com engates fáceis e escalonamento correto das marchas, que aproveita bem o que o motor oferece. Uma correção fácil seria a redução do curso da alavanca, que é um pouco longo, mas isso vai do gosto de cada um. Os bancos são confortáveis e há ar condicionado, direção assistida, som com entrada USB e seis alto-falantes, volante multifuncional, vidros/travas elétricos, chave tipo “canivete” com destravamento remoto das portas, abertura interna da tampa do tanque de combustível e sensor de estacionamento. Um bom “pacote”, sem dúvida.

NA CIDADE

Nos trechos urbanos, o J3 Turin mostrou que a calibragem da suspensão é correta, confortável e com e boa absorção de irregularidades do piso. A dianteira é independente, tipo McPherson com molas helicoidais e barra estabilizadora, enquanto a traseira é independente, com braços duplos e molas helicoidais.  Ajudam na boa estabilidade as rodas de liga-leve calçadas com pneus 185/60-15. O carro tem  4,15 metros de comprimento, 1,65 m de largura, 1,46 m de altura e 2,40 m de distância entre-eixos; pesa 1.100 kg e cabem 48 litros no tanque de combustível.

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Não é um carro puramente esportivo ou esportivado, claro, mas é bem agradável de ser dirigido. Os freios -com disco ventilado na frente e tambor na traseira (auto-ajustável)- são eficientes. Tem dois airbags e ABS/EBD, como manda a legislação. O consumo não pôde ser medido com precisão, porque na pequena tela digital não há computador de bordo completo, só hodômetro e autonomia. Mas ficamos na média dos 10 km/litro entre cidade e estrada. Em altas velocidades, acima dos 120 km/h, a frente parece “flutuar”, mas nada que comprometa, pois não passa insegurança ao motorista. O modelo chega aos   195 km/h e acelera de zero a 100 km/h em torno dos 10 segundos. Muito bom para sua proposta.

CONCLUSÃO

O J3 -flex ou não, hatch ou sedã- é um carro que deve ser considerado. Custando R$ 43.990, sofre com a alta do dólar, mas oferece excelente nível de conteúdo, melhor até que o de muitos carros nacionais concorrentes. O catálogo de cores tem cinco opções: branco, prata, cinza, preto e vermelho. A JAC oferece seis anos de garantia e seus principais rivais no mercado são o Volkswagen Voyage Comfortline 1.6, Fiat Grand Siena Essence 1.6, Hyundai HB20S Comfort Plus 1.6 e Chevrolet Prisma LTZ 1.4, todos mais caros.

 

 

 

 


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