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TEST DRIVE: O TODO NOVO MALIBU 2013

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Desenho atual e elegante.

O nome Malibu –que era a versão top da linha Chevrolet Chevelle- sempre foi meio desconhecido no Brasil. Para eu em especial, esse nome traz ótimas lembranças do final dos anos 1980, comecinho dos anos 90, quando tive na garagem um Malibu SS396 1969, câmbio manual, genuíno muscle car, e um Chevelle 1967 quatro portas 283V8 com câmbio Powerglide de duas marchas, ambos branquinhos, deliciosos de rodar. Ficaram na saudade.

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Nos Estados Unidos, aos poucos a GM foi recuperando o nameplate Malibu, primeiro com sedãs absolutamente sem graça, depois na geração que chegou aquí na metade de 2010 e esteve disponível até o final do ano passado.

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Quem prestou atenção no recente Salão do Automóvel de São Paulo, encontrou um Malibu 2013 exposto no stande da GM, sem maiores alardes e antes mesmo de sua apresentação nos Estados Unidos. O carro acabou sendo apresentado oficialmente no mercado americano em janeiro deste ano, no Salão de Detroit. Este todo novo Chevrolet Malibu chega aquí no Brasil ainda este ano, provavelmente no segundo semestre. Por isso AUTO&TÉCNICA foi aos Estados Unidos fazer uma avaliação longa, de oito días com o carro, para conferir o quanto o Malibu mudou e como evoluiu o sedã médio da Chevrolet. Claro que médio dentro do conceito americano.

NOVIDADES

O ano passado foi de total reestruturação da linha de carros da General Motors do Brasil. Foram lançamentos seguidos, com o objetivo de renovar todo o portfolio da Chevrolet. Com isso, a GM manteve boa lucratividade e alcançou números entusiasmantes de vendas. Este ano de 2013 já vai começar acelerado, com a chegada na próxima semana, do novo Prisma, num cenário de consolidação dos produtos no mercado. E no extremo oposto ao do pequeño sedã do Onix, vai chegar o Malibu, para ocupar a fatia luxuosa deixada em aberto pelo Omega e pelo Malibu anterior, quer não são mais importados.

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Antes de pegarmos o Malibu 2013 em Chicago, rodamos dois días com um Malibu 2012, para nos ambientarmos com o carro e assim poder avaliar realmente o quanto mudou e fazer as necessárias comparações. Dos meus antigos Chevelle e Malibu, com o charme imbatível dos anos 1960, nada restou além do nome, mas o novo modelo da linha é realmente um carro interessante. Está um pouco menos americano e um pouco mais europeu. Quem entende um mínimo de automóveis sabe do que estamos falando.

A constante grade bipartida limita a criatividade dos desenhistas. É preciso buscar variações mais atrevidas.
A constante grade bipartida limita a criatividade dos desenhistas. É preciso buscar variações mais atrevidas.

Malibu 2012 devolvido, chega o 2013, na versão top LTZ, equipado com motor 2.0 turbo de 259 cv. Linhas modernas, quase européias, acabamento impecável, pintura vermelho metálico e interior em dois tons. Tudo perfeito. O novo Malibu vai chegar ao Brasil para dar sequência à briga que acontece no mercado americano com o Ford Fusion.

QUASE OPEL

Lá, tudo bem, e a disputa é por alguns dólares a mais ou a menos, mas aquí no Brasil o posicionamento da Chevrolet deverá ser diferente. Afinal, o Malibu será penalizado com impostos de importação maiores que os do Fusion, que é fabricado no México, país com o qual o Brasil tem acordo tributário. Por isso, a GM vai trazer inicialmente apenas uma versão -contra três do Fusion- provavelmente a LTZ 2.5.

Todo esse plástico esconde um excelente motor 2.0 turbo de mais de 250 cv.
Todo esse plástico esconde um excelente motor 2.0 turbo de mais de 250 cv.

Prova da qualidade do novo Malibu é o fato de que ele é montado na plataforma Epsilon II, da GM. Ela estreou em 2008 no Opel Insignia e teve todo seu desenvolvimento feito na Alemanha, onde fica esta subsidiária européia da GM. O motor que deve chegar ao Brasil é o Ecotec 2.5 de 197 cv de potência máxima a 6.300 rpm e 26,4 mkgf de torque máximo a 4.400 rpm. O que usamos por lá era o excelente Ecotec 2.0 turbo de 259 cv e 27 mkgf de torque, e ainda existe o híbrido com o 2.4 da geração anterior e um propulsor elétrico, com 182 cv combinados. A transmissão é sempre automática de seis velocidades. Com o motor turbo (pela primeira vez num Malibu), a aceleração de zero a 100 km/h é feta em 6,3 segundos; já a velocidade máxima, difícil de medir nos Estados Unidos (a não ser que você esteja acostumao a ter problemas com a lei), é anunciada em 250 km/h. Marcas excelentes.

Na parte estética, o novo Malibu é bem diferente do novo Fusion. A GM, ao contrário da Ford, escolheu para seu sedã linhas mais elegantes e clássicas, sem maiores atrevimentos, alcançando um conjunto final muito equilibrado. Já cansou, mas a grade bipartida está lá na frente. Mas as novidades são muitas, com destaque para a traseira, onde o vidro é bem incllinado, o recorte dos pára-lamas e porta-malas é interessante (meio BMW…) e as lanternas lembram um pouco as do Camaro.

TUDO NOVO

E mais. Pode procurar semelhanças entre o Malibu antigo e o novo que não vai encontrar. De ponta a ponta o carro é novo. O 2012 tinha visual comportado, com desenho de pouca inspiração, enquanto novo Malibu mostra que foi tratado com mais carinhos pelos desenhistas da GM, liderados por Ed Welburn. Mantém a identidade visual da marca, mas agora com potencial para conquistar clientes menos conservadores.

No interior, a diferença entre os dois Malibu é enorme. Nos dois carros foi aplicado o conceito do dual cockpit, mas tudo foi melhorado no novo, e além do visual mais atraente, a nova geração do Chevrolet apresenta materiais de alta qualidade, com destaque para os bancos de couro e o painel em um elegantíssimo tom de marrom, além dos apliques em madeira. Tudo muito luxuoso e confortábvel, com a melhor posição de guiar fácil de encontrar.

Painel em duas cores: luxo e bom gosto.
Painel em duas cores: luxo e bom gosto.

O sistema de entretenimento MyLink é outro dos destaque do carro. Tem funcionamento simples e lógico, e conta com tela de sete polegadas touch screen escamoteável, escondendo atrás um útil porta-objetos. O modelo que avaliamos contava ainda com rádio por satélite e o impressionante sistema OnStar. Para programar o GPS, por exemplo, nada de perder templo com nomes e teclas. Basta acionar o OnStar e dizer o endereço para o atendende, que ele libera o trajeto na tela do sistema. Coisa de Primeiro Mundo, que difícilmente estará disponível para o pouco exigente consumidor brasileiro, mesmo a longo prazo.

Rádio por satélite: será que um dia chega por aqui?
Rádio por satélite: será que um dia chega por aqui?

NA MÃO

A dirigibilidade, óbvio, em nada lembra os velhos Malibu originais, com deliciosas saídas de traseira, estabilidade de um pudim e freios/direção abaixo do mínimo desejável, mas sempre divertidíssimos. O novo Malibu é um carro muito atual nesse aspecto, todo “amarrado” pela eletrônica e sistemas eficientes, e em quase nada remete ao modelo 2012. O carro avaliado era bem equilibrado e tranquilo, perfeito para as vías americanas, tudo calmo e macio, mas com potência e torque elevados disponíveis. Quando necessário, era só pisar fundo, que muitos concorrentes ficavam para trás. Mas nas vigiadas estradas dos Estados Unidos, o certo mesmo é saborear tudo com paz e sossego, transmissão automática, cruise control e a rádio-satélite sintonizada numa estação de músicas dos anos 50.

A transmissão automática de seis velocidades tem as marchas bem definidas e de funcionamento rápido, suave e silencioso. Existe a opção de trocas manuais, com o botão para efetuá-las posicionado no topo da alavanca de câmbio, bem à mão do motorista. O controle de estabilidade é de série.

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A suspensão dianteira é do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora, enquanto a traseira é independente, do tipo four link, também com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Onde deu para abusar um pouco, a estabilidade se mostrou correta, apesar da calibragem mais macia, típica daquele mercado. As rodas são aro 18, com pneus 235/50, enquanto os freios são com discos ventilados na frente e sólidos na traseira. O carro tem ainda ABS com EBD.

E O PREÇO?

No Brasil o Malibu é visto como um carro grande. Tem 4,86 metros de comprimento, 1,85m de largura, 1,46m de altura e 2,73m de distância entre-eixos. Pesa 1.539 kg, o porta-malas tem capacidade de 545 litros e o tanque de combustível é de 73 litros.

Hora de devolver o carro, encerrar o trabalho e coontabilizar a avaliação. O novo Malibu 2013 é um daqueles carros que deixa a sensação de “quero mais”. Como acontecia com os meus Malibu 1967 e 1969, só que em outra domensão. Será a marca e o nome? A qualidade apurada? A evolução? Não importa. É um carro muito certinho e vai agradar. Afinal, a previsão é de que seja vendido em mais de 100 mercados

O Malibu oferece ainda airbags frontais, laterais, de cortina e de joelhos nos bancos dianteiros como ítens de série. A GM faz o tradicional mistério sobre se vai trazer o carro ou não, mas a previsão de preço fica na casa dos R$ 110 mil. E nos Estados Unidos? Aí é de sentar, chorar e cortar os pulsos. O modelo avaliado, completo, fica por US$ 22 mil, ou cerca de R$ 45 mil…

Os meus Malibu inesquecíveis: 1967 283V8 Powerglide.
Os meus Malibu inesquecíveis: 1967 283V8 Powerglide.

 

O SS 396 1969. Do tempo em que carros eram carros e homens eram homens.
O SS 396 1969. Do tempo em que carros eram carros e homens eram homens.

 


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