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TEST DRIVE: PEUGEOT SE REINVENTA COM O 208

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A Peugeot parece empenhada em correr atrás do tempo perdido. E essa reviravolta começou com o lançamento do 208, produzido na fábrica de Porto Real, RJ. Há pouco mais de cinco anos, a marca francesa preferiu reestilizar o bem-sucedido 206, e não fabricar aqui o sucessor, o 207 europeu, que era um modelo todo novo, sob a alegação de que seria caro produzi-lo no Rio de Janeiro. Por isso tivemos um 207 “Brasil”, que não era nem o 206 original e nem o novo 207. O carrinho não teve muito sucesso, e foi preciso pensar no 208, que chegou 14 anos depois do 206 no Brasil.

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O 208 foi apresentado na Europa no final de 2011, e para o mercado brasileiro chegou em três versões, todas de quatro portas e com três anos de garantia: Active, por R$ 40 mil; Allure, R$ 46 mil; Griffe com câmbio manual, R$ 50.690 e Griffe automático por R$ 54.690. Na versão Griffe, que avaliamos, é usado o motor de 1.6 de 16 válvulas -os demais tem o motor 1.5 de oito válvulas, ambos flex.

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A lista de equipamentos é generosa. O 208 Active vem com itens de série que incluem airbags frontais, freios ABS e distribuição eletrônica de força de frenagem, cintos de três pontos para todos os ocupantes, luz traseira de neblina, repetidores dos piscas nas laterais, lanternas traseiras com leds, ar-condicionado, direção com assistência elétrica, vidros e travas elétricas, computador de bordo, comando de travas a distância e volante ajustável em altura e distância.

MAIS ACESSÓRIOS

A versão seguinte é a Allure, que tem a mais faróis de neblina, rodas de alumínio aro 15, teto envidraçado, retrovisores elétricos, volante revestido de couro e central multimídia com tela touchscreen de 7 polegadas (que comanda som, GPS, Bluetooth e configurações do carro).

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O 208 Griffe testado tem tudo isso e mais o motor 1.6 litro, faróis elipsoidais, luzes diurnas dianteiras com leds, rodas de alumínio aro 16, ponteira de escapamento cromada, teto panorâmico, condicionador de ar automático de duas zonas de ajuste, três encostos de cabeça no banco traseiro, faróis e limpador de pára-brisa com acionamento automático, sensor de estacionamento na traseira, cruise control e e limitador de velocidade, alarme e banco traseiro bipartido. No caso do câmbio automático, as “borboletas” na coluna de direção são de série. Um “pacote” realmente interessante.

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Pelo preço e conteúdo, o 208 vem competir no mercado com outros compactos premium nacionais, brigando por exemplo com Citroën C3, Fiat Punto, Hyundai HB20, Volkswagen Polo e Ford New Fiesta, mais o importado Chevrolet Sonic.

MOTOR

Debaixo do 208 estão os mesmos motores do Citroën C3 novo. O do carro avaliado era o 1.6 de quatro válvulas por cilindro, que tem variação do tempo de abertura das válvulas de admissão, taxa de compressão mais alta (para funcionar melhor com álcool) e sistema de partida a frio que dispensa o tanquinho de gasolina. O outro motor da linha é o 1.5 de duas válvulas por cilindro, que mantém o tanquinho de partida.

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Em relação ao 207, potência e torque aumentaram. O 1.6 passou de 110 cv e 14,2 mkgf para 115 cv e 15,5 mkgf com gasolina, e de 113 cv e 15,5 mkgf para 122 cv e 16,4 mkgf com etanol. A aceleração de zero a 100 km/h é feita em 9,7 segundos, e a velocidade máxima é de 198 km/h.

O 208 utiliza a mesma plataforma do novo C3 (isso já acontecia com o 207 francês e o C3 anterior). Agora o Peugeot não usa mais a suspensão traseira independente com braços arrastados e barra de torção, adotando o eixo de torção com molas helicoidais. A estabilidade é muito boa, por conta do projeto das suspensões e dos pneus 195/55R16H Michelin Energy Saver (baixo atrito de rolamento). O eixo traseiro conta com buchas anguladas e barra estabilizadora integrada. Pode abusar que ele transmite muita confiança.

BOM DESENHO

Comparado ao 207 “Brasil” , o 208 cresceu: o comprimento foi de 3,87 para 3,97 metros; a largura, de 1,67 para 1,70 m; a altura de 1,45 para 1,47 m e a distância entre-eixos de 2,44 para 2,54 m. O peso também subiu, de 1.105 para 1.153 kg no 1.6  16V e câmbio manual. O Cx é de 0,32, bom para um hatch pequeno, mas praticamente o mesmo dos 206 e 207. Sinal de que não houve evolução na parte aerodinâmica.

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O 208 impressiona de imediato, pela atualidade do desenho. A Peugeot  sempre caprichou no estilo de seus carros pequenos. Com o 208 aconteceu o mesmo, ao aplicar o novo padrão de desenho frontal da marca, além de detalhes interessantes, como os vidros dianteiros, as lanternas traseiras, o teto envidraçado e a barra de aço escovado no alto do pára-brisa.

O VOLANTE

O interior apresenta um ambiente moderno, e de imediato chama atenção conjunto de instrumentos, montado em posição elevada no painel, para ser visto por cima do volante. Aliás, o volante é pequeno, com diâmetro de 34 cm, achatado na parte inferior e realmente sensacional.

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A assistência elétrica torna a dirigibilidade excelente, por conta da relação adotada (16,7:1), com três voltas de batente a batente. A visibilidade dos instrumentos, de grafismo simples, tem o conta-giros na esquerda e velocímetro na direita. Entre os instrumentos fica o computador de bordo e um velocímetro digital.

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Ao centro do painel fica uma tela multimídia, touchscreen, o que facilita, por exemplo, a programação do GPS. Outro bom sinal de evolução do pequeno Peugeot são os comandos de som e outras funções junto ao volante, e não mais pelo veterano comando por satélite na coluna.

CONCLUSÃO

O espaço interno não é abundante, e nem poderia ser, já que esse é um carro compacto. Mas o banco traseiro acomoda bem dois adultos. O estepe, que antes ficava abaixo da carroceria, agora é no assoalho do porta-malas. E por falar em porta-malas, a capacidade é de 285 litros, boa para o compromisso do carro, com 40 litros a mais que o anterior.

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O 208 Griffe (top de linha) está disponível num “pacote” único de equipamentos, sem opcionais. O comprador só pode optar entre o câmbio manual e automático. O 208 vai agradar em cheio quem busca um carro compacto de conteúdo e visual realmente diferenciado. Outro ponto importante são os três anos de garantia total. Além disso, o carro inclui três anos de Peugeot Assistance, o serviço de assistência disponível gratuitamente em todo o país 24 horas por dia.

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Sem dúvida, um salto em qualidade e tecnologia. Só falta os consumidores conhecerem melhor o carro, e esquecerem de vez o 207
“Brasil”.

 


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