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TEST DRIVE: RENAULT FLUENCE GT

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A Renault aproveitou a semana do GP Brasil de Fórmula 1 –incluindo aí a presença do piloto Bruno Senna- para lançar o Fluence GT, seu carro mais potente e mais caro oferecido no mercado brasileiro. Equipado com o conhecido motor 2.0 preparado, com turbocompressor e somente a gasolina, o belo sedã chega aos 220 km/h e faz de zero a 100 km/h em 8 segundos e chegar à velocidade máxima de 220 km/h. Boa parte disso Bruno Senna demonstrou na pista.

 

O carro tem o mesmo “pacote” de equipamentos da versão Privilège, a top de linha, mais faróis de xenônio e teto solar. O preço do Fluence GT é de R$ 79.370, interessante se observarmos que o Privilège no mesmo nível sai por R$ 76 mil. A Renault quer emplacar cerca de 70 unidades do Fluence GT por mês, o pouco mais de 5% do mix de vendas, pois a média mensal do sedã em 2012 foi de cerca de 1.300 unidades.

 

O Fluence GT tem muita disposição, com seus 180 cv de potência máxima a 5500 rpm e torque máximo –excelente- de 30,6 mkgf a 2.250 rpm. A transmissão é manual, como convém a um esportivo, de seis velocidades (a usada no Privilège é do tipo CVT). Não oferecer uma transmissão CVT ou automática pode ser a explicação para a marca ter conseguido manter o preço do esportivo atraente.

TRÊS CORES

O modelo, fabricado na Argentina, é disponível em apenas três cores: vermelho, preto e branco. O Fluence GT destaca-se na gama da francesa: traz o endosso da Renault Sport (a área de performance da marca na Europa) e vem equipado com saias laterais, spoiler traseiro, rodas aro 17 exclusivas da versão com pneus 205/55. Por dentro, bancos e volante revestidos de couro com costuras vermelhas e pedaleiras de alumínio.

 

Mas o melhor do Fluence –um carro que além de bonito é muito equilibrado e eficiente- está debaixo do capô. O motor turboalimentado, de quatro cilindros em linha, é o mesmo do Mégane GT europeu. Graças ao compressor compacto e de última geração, quase 80% da força já está disponível a partir de 1.500 rpm. E o torque máximo (30,6 mkgf) aparece logo às 2.250 rpm.  Assim, o Fluence GT é o modelo com maior torque da categoria, despachando, por exemplo, Mitsubishi Lancer GT (20,1 kgfm), Peugeot 408 THP (24,5 kgfm) e do VW Jetta TSi (28,5 kgfm).

 

Para garantir o bom desempenho, vários detalhes técnicos foram cuidados pelos engenheiros da Renault. Pistões, bielas, virabrequim e bronzinas foram reforçados; o sistema de arrefecimento teve de ser otimizado, assim como a admissão de ar, para melhorar o “enchimento” do motor; a junta do cabeçote é composta de três lâminas de vedação, e possui como características principais a robustez e o alto nível de resistência às pressões geradas pela queima da mistura ar/gasolina, mais eficiente que a de folha única, pois garante melhor vedação e contribuir para a durabilidade do motor.

 

O virabrequim é de aço, as válvulas de escapamento são temperadas e tratadas e o cabeçote, com otimização dos dutos de entrada de ar, permite a redução da perda de carga e o aumento do nível de turbulência dentro da câmara de combustão.

SEIS MARCHAS

A caixa de câmbio manual do Fluence GT conta com um diferencial de relação mais longa. Com essa alteração, todas as relações finais de marchas foram desmultiplicadas, otimizando o maior torque do motor 2.0 16V turbo e privilegiando o comportamento esportivo do carro. A sexta marcha, por exemplo, permite que o motor trabalhe em regimes menores de rotação, o que significa menor ruído e consumo de combustível. Para aguentar o torque gerado pelo motor 2.0 turbo, a embreagem foi alterada, passando a utilizar disco de 240mm.

 

Além das rodas aro 17 exclusivas, o Fluence esportivo tem pneus 205/55, o que em conjunto com a suspensão independente na dianteira tipo MacPherson e semi-independente com eixo de torção na traseira, garante excelente estabilidade. Todo o sistema -incluindo os amortecedores hidráulicos telescópicos e as molas helicoidais- é específico da versão GT e foi calibrado para garantir esportividade sem deixar de lado o conforto na cidade.

 

A suspensão do Fluence GT foi projetada para que o carro enfrente as condições de rodagem encontradas no trânsito das ruas e estradas brasileiras. A altura da carroceria em relação ao solo é igual à das demais versões, mas o spoiler dianteiro reduz a distância entre a carroceria e o chão. Na dianteira, o Fluence GT é 4 cm mais baixo que as versões Privilège e Dynamique.

SOFISTICAÇÃO

A direção é elétrica, com assistência variável, ou seja, fica mais firme à medida que o veículo atinge velocidades mais elevadas. Em manobras, é leve e de fácil operação, mas em altas velocidades, ganha peso e firmeza, contribuindo para a correta dirigibilidade do modelo. Ao contrário dos sistemas elétricos mais antigos, a direção adotada no Fluence GT não transmite ao motorista a sensação de perda de contato das rodas do veículo com o solo, tornando a condução mais precisa.

 

A segurança não foi deixada de lado no Fluence. O modelo vem com seis airbags de série: dois frontais, dois laterais e duplos do tipo “cortina”, totalizando oito pontos de proteção aos ocupantes. A versão GT tem controles de estabilidade (ESP) –que oferece mais segurança nas curvas- e de tração (ASR) -que garante mais aderência nos variados tipo de solo. Os freios são a disco nas quatro rodas com sistemas antitravamento (ABS), auxílio de frenagem de urgência (AFU) e distribuição eletrônica de frenagem (EBD).

 

O GT também segue a tecnologia embarcada dos demais, com partida feita por meio de cartão eletrônico e botão “Start/Stop” no painel. O esportivo é equipado com o sistema “hands free”. Com essa tecnologia, o motorista pode acionar o motor sem tirar o cartão eletrônico do bolso, bastando apenas que ele esteja no interior do veículo. O sistema é responsável ainda pela abertura e fechamento automático das portas, comandado por sensores que identificam o afastamento ou aproximação do cartão.

ELETRÔNICA

O carro tem também o sistema de navegação desenvolvido especialmente para a Renault pela empresa TomTom , com tela de 5 polegadas integrada ao painel e acessível  por controle remoto via Bluetooth. O sistema de som, por sua vez, foi desenvolvido pela Arkamys, empresa francesa especializada em customização de som automotivo. Foi realizado um trabalho de tratamento digital do som com o objetivo de obter qualidade sonora acima da média , o “3D sound by Arkamys”. O sistema inclui rádio CD Player MP3 de 140W, duas antenas, quatro alto-falantes e quatro tweeters, conexões USB/iPod, Bluetooth e auxiliar. Tudo isso permite aos ocupantes desfrutarem da sua biblioteca pessoal de música, com comando satélite instalado na coluna de direção.

 

O ar condicionado é digital e dual-zone, e permite que motorista e passageiro regulem a temperatura mais conveniente para cada um deles.  Os passageiros do banco traseiro também se beneficiam com as saídas específicas do ar condicionado. O sedã conta ainda com teto solar elétrico com sistema anti-esmagamento, possibilitando uma maior interação dos ocupantes com o exterior e faróis de xenônio com regulagem de altura, acendimento automático e lavadores.

 

As mudanças feitas no Fluence GT foram concebidas pela equipe do Renault Design América Latina (RDAL), o primeiro estúdio de design da marca no continente americano. O sedã tem visual esportivo, sem exageros estilísticos. Na dianteira, destaque para o spoiler integrado ao pára-choque, faróis de neblina com moldura cromada e faróis de xenônio.

ESTILO

Na traseira, um discreto spoiler incorporado à tampa do porta-malas. O escapamento cromado chama atenção e é envolvido pelo extrator de ar na cor preta, na parte inferior do pára-choque. No centro da tampa do porta-malas, o logo da Renault, com o letreiro Fluence abaixo, seguindo o atual padrão da marca. O conjunto é completado pelo friso cromado acima da placa e pela inscrição “GT Renault Sport” abaixo da lanterna direita.

 

Visto de lado, as saias laterais “enchem” o desenho, assim como as rodas de cinco raios aro 17, que deixam à mostra os discos e pinças de freio. Retrovisores projetados para ajudar na aerodinâmica e maçanetas na cor “Dark Metal” garantem um toque de sofisticação ao modelo.

 

Outros diferenciais desta versão esportiva do Fluence também estão interior, onde está um exclusivo conjunto de instrumentos, com contagiros analógico e velocímetro, marcadores de nível de combustível e de líquido de arrefecimento digitais.

 

Os bancos, de couro com costura vermelha, oferecem apoios laterais reforçados para garantir firmeza ao corpo do motorista, necessária para uma condução esportiva. Nos apoios de cabeça, estão gravadas as letras “GT”. O interior é confortável, com detalhes que vão do acabamento bem cuidado aos vários equipamentos de série. O painel, com desenho atual e funcional, é feito com material de qualidade e, ao volante, o motorista encontra facilmente a posição ideal de dirigir graças aos ajustes de altura do banco e de altura e profundidade da coluna de direção.

Em termos de ergonomia, o Fluence é bem pensado para facilitar a vida do motorista. O volante de três raios tem boa empunhadura, e nele estão instaladas as teclas do cruise control. Outros detalhes que chamam atenção são a pedaleira de alumínio e as soleiras das portas com a inscrição “Renault Sport”.

ESPAÇO

Uma vantagem do Renault Fluence diante dos concorrentes está nas medidas internas e externas. Os 4,62 metros de comprimento e os 2,70 m de entre-eixos modelo privilegiado no quesito espaço interno. O Fluence transporta com conforto quatro pessoas. O porta-malas tem 530 litros de capacidade.

A exemplo do que ocorre com todos os demais modelos da Renault à venda no mercado brasileiro, o Fluence GT também conta com garantia original de fábrica de 36 meses (ou 100 mil quilômetros).

O Fluence GT é o primeiro modelo preparado pela Renault Sport Technologies a ser omercializado no Brasil. A divisão esportiva da Renault é reconhecida na Europa pela excelência técnica na transferência de tecnologia dos carros de competição para os modelos de rua.

A divisão se notabilizou na concepção de modelos com foco no alto desempenho. Na Europa, modelos como Twingo, Clio e Mégane têm suas versões esportivas, com visual e equipamentos diferenciados do restante de suas linhas.

Com o lançamento do Fluence GT, a Renault-Nissan deixa claro sua estratégia para o Brasil. A marca francesa vai vender os veículos mais baratos, alguns baseados nos romeno Dacia (Sandero, Logan e Duster).

A Nissan vai aumentar sua oferta de carros mais caros, como o novo Sentra e o sedã Altima, e talvez uma SUV grande, além de investir nas pickups Frontier. Os mais luxuosos ficarão com a marca Infiniti, que deve ser anunciada em breve.


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