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TESTE: Citroën BasaIt Shine 1.0 T200

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O terceiro e último modelo do projeto C-Cubed da Citroën é o SUV cupê Basalt, que chegou depois do C3 e do Aircross com muitos detalhes de desenho realmente interessantes. O modelo poderia ser até mais refinado, mas isso não acontece para evitar uma briga interna dentro da Stellantis e também para ter preço competitivo diante dos concorrentes. Visualmente é mais interessante que os C3 e Aircross. A verdade é que, de uns 10 anos para cá, o cenário automotivo brasileiro se transformou, por conta da invasão de SUVs. A Citroën, esperta, preparou o Basalt, SUV compacto para ser a porta de entrada no segmento para quem está trocando sedãs e hatches compactos pelos utilitários esportivos um degrau acima, e que precisam de um porta-malas com bom espaço. E acertou em cheio.

por Ricardo Caruso

AUTO&TÉCNICA avaliou a novidade em sua versão top de linha, a Shine Turbo 200 CVT, que custa R$ 105.990, preço extremamente competitivo entre os SUVs mais baratos. A primeira impressão é muito boa, e o carro agrada de imediato, com desenho muito bem resolvido. A proposta cupê, em moda entre os SUVs, com sua queda suave do teto na traseira, é o destaque do visual, sugerindo alguma esportividade, mesmo que não seja essa a proposta do carro. As generosas lanternas traseiras bem salientes se destacam, junto com os para-lamas bem definidos e com molduras de plástico nas bordas e bom vão livre em relação ao solo.

Todas as proporções parecem corretas e deixam o visual realmente agradável. O espaço interno não sofreu nenhuma interferência do estilo no projeto, e o Basalt apresenta soluções inteligentes e ideias bem aplicadas que na verdade ajudaram a ter boa área util no interior. Com isso, é um veículo que acomoda bem quatro adultos (o quinto, central na traseira, sempre é penalizado), e o que realmente impressiona é o porta-malas, com seus 490 litros de capacidade, bem acima da média dos concorrentes. O bom espaço interno é um ponto de destaque e excelente argumento de vendas, pois mesmo com o teto inclinado na traseira, como manda o estilo cupê, o espaço para cabeça e pernas atrás é suficiente para não incomodar durante as viagens.

O Basalt usa a plataforma CMP, modular, de origem PSA. Tem 4.343 mm de comprimento, maior que o Aircross (4.320 mm), por conta da traseira ligeiramente mais longa, enquanto o entre-eixos de 2.645 mm é um pouco menor que o do SUV e seus sete lugares (2.675 mm). São ainda 1.821 mm de largura e 1.585 mm de altura, o que torna esse Citroën mais volumoso que os outros modelos do segmento. –

O powertrain segue a receita interessante que a Stellantis aplica em muitos dos seus carros: motor Firefly e câmbio CVT. Debaixo do capô temos o motor 1.0 Firefly de três cilindros, turbo, de 125 cv de potência máxima (gasolina) e 130 cv (etanol), a 5.750 rpm. São números mais do que suficientes para o porte e compromisso do Basalt. O torque máximo é de 20,4 mkgf a 1.750 rpm, com gasolina ou álcool, disponível de modo bem linear. O torque, junto com a boa potência -entregue já em baixas rotações- permite dirigibilidade agradável no uso do dia a dia, em especial no trânsito urbano. O câmbio automático CVT de sete marchas simuladas é o mesmo utilizado nos Fiat Fastback e Pulse, com trocas suaves e sempre confortável; é possível explorar mais o motor quando se aciona a tecla Sport, que segue mal posicionada. Nas estradas, tudo tranquilo também, com acelerações e ultrapassagens sempre seguras. Com etanol ele fez o 0-100 km/h em 9,4 segundos, marca boa para um veículo configurado como SUV 1.0 turbo.

Durante o período de testes, no consumo marcamos bons 11,3 km/litro na cidade (gasolina), enquanto os 16,2 km/l em ciclo rodoviário foi ainda mais interessante, acima do homologado pelo Inmetro, que é de 11,9 (g)/8,3 km/l (a) em ciclo urbano e 13,7 (g)/9,6 km/l (a) nas rodovias.

O interior do Citroën Basalt reflete o tradicional cuidado da marca com a ergonomia e o conforto, mas repete alguns pecados bem simples de corrigir, como a falta de acendimento automático dos faróis, saídas de ar condicionado na traseira, a tal tecla da função Sport escondida atrás do volante e a posição dos comandos elétricos dos vidros traseiros. Tudo muito simples de resolver. Os bancos são confortáveis e tem bom apoio para o corpo; a posição dos dianteiros é mais elevada, o que significa maior visibilidade para o motorista. São bem desenhados e revestidos com materiais simples mas bem cuidados.

A central multimídia se destaca no centro do painel, com sua tela touch de 10 polegadas, fácil de usar e com conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, e comandos junto ao volante. O painel de instrumentos é todo digital, de sete polegadas, e traz possibilidades de configurações de visualização, o que garante aspecto de atualidade e funcionalidade ao interior. Ar condicionado digital é outra boa novidade do SUV.

Rodando com ele, o Basalt é sempre equilibrado e ágil, com sua suspensão de calibragem mais firme, algo necessário pela carroceria elevada, e ainda assim sem incomodar com as irregularidades do asfalto. A estabilidade e sensação de segurança são sempre boas, auxiliada pelo controle eletrônico de estabilidade e pelo belo conjunto de rodagem, com rodas aro 16 calçadas com pneus 206/60.

Também agrada a direção eletro-assistida, leve em baixas velocidades e que vai ficando mais firme, de forma progressiva, conforme aumenta a velocidade. Isso ajuda muito nas manobras de estacionamento, e a boa visibilidade para o motorista, cortesia da posição elevada dos bancos, facilita tudo no tráfego urbano. O Basalt Shine traz ainda sensor de estacionamento traseiro e câmera de ré.

CONCLUSÃO

O modelo foi posicionado pela marca de maneira inteligente, como uma boa opção na faixa dos SUVs compactos. Sair de um sedã, que normalmente tem bom espaço no porta-malas, pode significar alguma perda nesse quesito. Mas não no Basalt, que desembarcou no Brasil oferecendo o desenho atual de um SUV cupê, combinado com o generoso porta-malas, maior do que os de muitos sedãs e hatches.

O Citroën Basalt 1.0 Turbo CVT chegou com a proposta de ser um SUV de entrada com ótimo espaço, confortável e eficiente, e está se destacando em um segmento cada vez mais disputado, seduzindo como uma das melhores opções para quem precisa de um carro adequado para o dia a dia, com jeitão de SUV e que não decepciona em viagens.

O preço competitivo e a relação custo/benefício tornam o Basalt ainda mais interessante e uma alternativa interessante se comparado com o Fiat Fastback, maior e mais caro. Com desenho alinhado com o que há de mais moderno no segmento dos SUVs, motor e câmbio eficientes e porta-malas invejável, o Basalt é a opção a ser considerada por aqueles que querem se iniciar no universo dos SUVs. Óbvio que o carro nasceu para atender o atual cenário automotivo mundial, afinal, quem hoje não quer um SUV -ainda mais cupê- na garagem?


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